::ANA::
—O que houve com você?! — Juliana esgazeou os olhos na minha direção vindo até mim como se eu fosse uma pessoa atropelada que acabara de levantar em forma de zumbi. — Está sangrando? Não era para estar de repouso? O que está fazendo aqui?
— Qual das perguntas devo responder primeiro? — Ergui a sobrancelha dando um sorriso irônico.
— Pelos céus, Ana, pare de brincar! — Repreendeu-me. — Me conte o que houve com você antes que eu ligue pro hospital!
— Não foi nada de mais. — Tranquilizei-a. — Pelo anjo, Juliana, pare de ser tão dramática! Eu apenas tive uma tontura e um sangramento nasal, nada demais.
Ela ergueu a sobrancelha e me lançou um olhar incrédulo segurando meu braço e me puxando para o corredor.
— Alguém já disse que a sua capacidade de mentir é nula? — Sussurrou furiosa. — Aconteceu de novo, não foi?
— Não sei do que está falando. — Tentei desviar do assunto.
— Claro que sabe! — Ela segurou meu braço com mais força me forçando a olhar pra ela. — O mesmo que aconteceu na loja e te mandou pro hospital, quer mesmo que eu acredite que o seu nariz sujou sua blusa desse jeito, Ana?
— Está tudo bem. — Era uma meia verdade. — Foi só um segundo e passou.
— Isso não pode continuar assim, você precisa de um médico melhor, exames mais detalhados...
— Com que dinheiro, Juliana? — Sussurrei alterada. — Meu pai já tem dois empregos quer que eu termine de mata-lo? Já disse que está tudo bem, acabou.
Nesse momento, Adriano apareceu no corredor e estendeu sua jaqueta para mim, fiquei um segundo sem entender o que estava acontecendo enquanto olhava a peça de courino preto pendurada na mão dele.
— Acho que, a menos que você ande envolvida em brigas, seus pais não vão ficar muito felizes em verem sua blusa suja desse jeito. — Disse ele, com um sorriso aberto.
— Já se conheceram? — Quis saber Juliana lançando-me um olhar curioso.
— Como assim? — Olhei para ela, confusa.
— Adrian trabalha com a gente agora. É o novo contratado da loja.
— Adrian? — Nesse momento eu olhei para ele, sentindo minha pulsação enlouquecer.
— É meu apelido, as pessoas me chamam assim. — Ele sorriu sedutoramente. — Você também trabalha na loja? Que mundo pequeno.
Não respondi, por um momento senti meus pulmões pararem de funcionar. Era uma coincidência, não era? "Adrian quer a garota" foi o que um dos caras que me abordaram disseram a Fernando, mas havia vários Adrians no mundo, do mesmo jeito que haviam muitas Anas. Olhei para ele por um momento, ele não parecia querer me matar e, se quisesse, teve a oportunidade perfeita de fazê-lo. Eu estava imaginando coisas.
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O Protetor
RomanceDurante séculos Ana e Fernando caminham um para o outro. Suas almas amálgamas quebraram o equilíbrio do universo e eles se tornaram inimigos do céu e do inferno, esta é sua última chance de tentar a liberdade do amor que cultivaram na primeira vez q...