Paixão Oculta parte ll

"Quero saber"

Esperei a noite toda pelo David, rolei de um lado pro outro mas nada dele me procurar, já sem sono levantei da cama olhando as horas no celular, são 2h00 da madrugada.

Bufo de tédio.

Me cubro com um roupão qualquer e saio do quarto. Descalça ando pelo casarão, observando as cores das paredes bege retrô, com algumas imagens renascentistas. Chego a sala principal e ouço vozes:

- Ai cara, ela vai ficar chateada com você maninho... Tenta conversar com ela. - Reconheço essa voz, é o Andersen.

- Eu sei, eu sei, mas ela tem que me entender... Sou o alfa agora e meu dever é zelar pela matilha, não posso deixá-los, principalmente agora com essa matilha inimiga por perto, eles querem pegar a Manu e isso me deixar louco. Por que ela?- Pergunta David e isso me faz estremecer.

Abro e Fecho a boca.

Quem quer me pegar, que matilha é essa? Que ódio, odeio a forma como ele esconde isso de mim. Escondo minha frustração e me concentro na conversa deles.

- Será que não entende David? Velho a Manu é sua protegida, então no pensamento desses "cães imundos" ela é o principal alvo, se conseguirem pegá-la você se torna vulnerável... Também temo pela Gabi, se eles não conseguirem raptar a Manu, pode ter certeza eles irão atrás da minha "ruivinha". - Murmura e mesmo não estando perto dele, sei muito bem que esta cabisbaixo.

Então era isso. Penso.

- Por isso meu caro Omega, tenho que treinar mais do que nunca os recém- transformados, o que não é uma tarefa fácil... - De repente ficam em silencio e escuto passos vindo em minha direção.

Droga, agora sim ele vai me odiar por estar escutando as escondidas. Giro os calcanhares o mais rápido que posso e caminho a passos largos de volta pro meu quarto. Pena que na metade do caminho, sinto uma mão quente segurar meu ombro e não preciso virar pra saber quem é.

- Manu...- Sua voz é um calmante pra mim, deixa meu corpo arrepiado em mínimos segundos.

Oh David.

Viro lentamente e jogo meus braços em torno de seu pescoço. Ele me aperta forte e passa o nariz no meu cabelo, como se precisasse desesperadamente do meu perfume. Sem absolutamente nada pra dizer, continuamos abraçados, ele acaricia minha costa e sussurra algo que não consigo entender, até que Andersen se aproxima.

- Iai gata, como vai?- Pergunta cutucando meu antebraço e sou obrigada a me afastar do David.

- Vou bem, mais aposto que a Gabi não. -Falo apertando sua bochecha e ele arregala os olhos, olha de mim pro David.

- Co-como assim, alguém fez alguma coisa pra ela?-  Coça a nuca e me fita preocupado.

Reviro os olhos.

- Calma Senhor Omega, é que a meses ela não te vê... Por isso sugiro que vá correndo vê-la, senão quiser ser morto, por uma "ruivinha" bem zangada. -Falo sorrindo e ele sorri também.

Dá um beijo em minha testa e bate na costa do David. Os homens são estranhos né! Depois se despede fazendo reverencia.

- Será que podemos conversar?- Pergunta David segurando meu quadril, com um sorriso de " Ainda tou com saudade" no rosto.

- Bom, você que manda Senhor Alfa. - Falo arqueando as sobrancelhas e ele faz uma carranca.

- Pra você sou David... O seu David. -Fala e com um só movimento estou sendo carregada por seus braços sarados. Incrível ele me carrega como se não pesasse nada, seu sorriso no rosto mostra que ele não faz nenhum esforço pra me carregar, uau seus poderes como Alfa realmente o deixaram mais fortes. Não que eu seja gorda tá.

- Me faça rir querida. -Grita minha consciência gargalhando de mim.

- Calada. -Falo mentalmente e ela se cala, me olhando triste.

Já no quarto David fecha a porta com os pés e me joga na cama lentamente temendo que eu quebre como um vidro. Isso me faz rir.

- O que tem de tão engraçado? -Pergunta ficando de joelhos na cama e inclinando a cabeça pro lado.

- Hum... Nada. - Falo mordendo o lábio inferior.

Ele sorri maliciosamente e captura com rapidez meu lábio inferior, me beija calmamente como se a qualquer momento eu fosse fugir, deita por cima de mim e distribui beijinhos e chupões pelo meu pescoço, seguidos pela barriga. Tira meu roupão, desliza suas mãos por minha coxa e nossas respirações estão pra lá de aceleradas....

- Como consegue?...- Pergunta  modiscando meu queixo- Me deixar louco?

Fico sem palavras e ele continua falando:

-Minha vontade... Era sair correndo de toda aquela porra... Você deixa meu lobo maluco...- Fala tirando a camisa cinza e me observando com seus olhos intensos como fogo.

Seus olhos me admiram como seu eu fosse uma deusa e percebo que estou apenas de sutiã e calcinha.

Fico de joelhos.

- Mulheres David,  "não se pode com elas, não se pode viver sem elas"...- Falo sorrindo e me aproximando de seu corpo estupidamente gostoso.

Ele solta um riso e me puxa pra si.

- Sei muito bem o que quer dizer... E a propósito é feio escutar a conversa dos outros. -Fala beijando minha têmpora. Ai cara que vergonha ele sentiu minha presença, só ideia, tinha esquecido que ele pode sentir meu cheiro a quilômetros, principalmente agora que tem o poder supremo.

Faço um biquinho.

- Desculpa, mais queria saber, você sempre esconde as coisas de mim...- Comento triste- Não estou gostando disso David, por favor me fala, quero saber. -Imploro unindo as mãos.

Ele enrijece o corpo, mas solta os ombros como se carregasse uma tonelada nas costas. O que não é nada impossível pra um lobo.

- Você já sabe da parte que temos inimigos aqui em Nova York, o que quer saber?- Diz bocejando.

- Sim, eu sei que tem inimigos aqui e que querem me "pegar", ou até a Gabi, mas quem são e por que tem tanta raiva de você?

Ele se joga na cama e bate no lugar ao seu lado, pedindo pra que eu me deite também. Me estigo um pouco preguiçosa e deito do seu lado colocando a cabeça no seu peito nu. Senti falta do seu cheiro, do seu beijo, seu corpo provocador, sua voz grave, seu jeito mandão.... Do seu lobo interior.