Say it!

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"Você será livre" Eu me lembrava de cada palavra que ele me disse naquele dia. Me lembro de como acreditei no  meu pudinzinho, de como o ácido queimava minha pele enquanto nos beijávamos, e me lembro da cor saindo da minha roupa ridícula.
Toquei meu rosto ainda no chão em choque pelo tapa.

-Você é uma inútil -ele gritava rodeando a sala- Não presta nem mesmo para levar o Batman para a armadilha

-Eu tentei... -falei levantando-

-Não, não fale -ele ameaçou outro tapa erguendo a mão e aquele sorriso tão característico formando em seu rosto- Saia logo daqui. Você decepcionou o morceguinho.

Fui para o quarto soltando as Maria Chiquinhas e tocando as pontas coloridas do meu cabelo. Meu celular tocava, era Hera Venenosa para uma chamada com vídeo. Olhei para o espelho e sorri convencendo a mim mesma de que estava feliz.

-Olá meu amor -eu disse a Hera mandando-lhe um beijo

-Olá maravilhosa -ela respondeu retribuindo um beijo pela tela do celular- Como vai a palhaça mais inteligente do mundo?

-Ótima -respondi- sorridente

Hera me encarou por alguns instantes

-Flor do campo o que houve?

-Nada? -disse mascando um chiclete-

-Que vez é essa? -Hera perguntou me encarando da tela.

-Já é a quarta vez que ele me bate essa semana -eu disse revoltada- O que é que tem de errado comigo? -perguntei fazendo bico-

-Você não tem nada de errado minha linda. O Coringa é o problema, você é inteligente demais para ele! -ela reclamou arregalando os olhos- Mas você não desgruda! Colou nele que nem chiclete!

Enrolei os dedos no cabelo

-Ele é meu pudinzinho.

Hera bufou

-Quer passar uns dias aqui?

Neguei com a cabeça

-Vai ficar tudo certo. Um silêncio se formou por alguns segundos

-Você está mudada -Hera notou olhando para mim-

-Eu?

-Sim você, está mais séria que o normal, depois que o esquadrão suicida foi desativado, você parece mais triste

Bufei.

-Me sinto mal de ter deixado todos lá.  -disse meio triste- Mas não me arrependo daquela bolsa de cristal, nem um pouco.

Ela sorriu

-Essa é minha garota! Agora tenho que ir,  milhão de beijos

-Três milhões e meio -devolvi com um sorriso-

Ela desligou

Hera tinha sua razão, depois de voltar para casa com meu pudinzinho ficava pensando em todos do esquadrão que ficaram na cadeia, eu me sentia menos insana, e mais amargurada. O pistoleiro me fazia mais falta, mas todos eles tinham mexido com algo em mim, por mais que eu negasse isso até minha morte. "Não volte Harley" As vozes martelavam em uníssono. " Não vou" Eu respondia em vão. 

-Pudinzinho? -perguntei voltando para sala

-O que foi meu Grape Soda -ele perguntou sem olhar para mim

-Sentiria minha falta se eu fosse embora por um tempo? -perguntei virando ele para mim-

-É claro que sim -sorri beijei sua boca alegremente- Quem arrumaria as coisas e cuidaria dos planos, não seja ridícula.

Harley QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora