I'll go wherever you will go

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Estar naquele estádio era surreal. Não parecia que estava de fato vivendo aqueles dias. Brasil, olimpíadas, meu namorado convocado e óbvio que tiraria o mês de férias para acompanha-lo.

Sven Bender era o tipo de cara que a princípio você não dava importância. Nos conhecemos em uma boate. Era aniversário de um colega de trabalho, e resolveram ir para a principal casa de festas de Dortmund. Nunca fui ligada com futebol, então quando me contaram que o time do Borussia Dortmund estaria no mesmo local que a gente, fui completamente indiferente.

Pedi uma bebida e fiquei olhando ao redor enquanto meus amigos se embebedavam e pediam para tirar fotos com os jogadores que lhe davam atenção. Algumas das mulheres davam em cima dos mais famosos, até mesmo aqueles que estavam claramente acompanhados.

Jamais iria entender esse fascínio das pessoas por outras conhecidas da mídia. Como se uma foto com elas fosse transformar você em uma outra pessoa no dia seguinte. Novidade galera: não transforma.

Enquanto me divertia observando aquela cena, reparei em um rapaz ao fundo. Ele estava escorado na parede com uma garrafa de cerveja na mão, e me assustei que ele olhava diretamente para mim.

Ele era alto, cabelos loiros e olhos claros. Boa parte dos homens ali eram assim, mas tinha algo nele que eu não sabia explicar. Ele se destacava dos demais. Pelo menos para mim.

Passamos boa parte da noite nos olhando de longe. Às vezes ele conversava com alguém, às vezes eu pedia uma bebida. Sempre fui forte para bebida, e nunca achei que fosse agradecer a essa qualidade até aquela noite.

Quando eu já estava entediada e querendo ir embora, ele se sentou ao meu lado do bar. Até aquele momento, eu não tinha ideia que ele era um jogador de futebol.

- Será que podemos trocar algumas palavras além de alguns olhares?

Olhei para ele assustada e sorri.

- Posso pensar no seu caso.

- Sven. - Ele me ofereceu a mão e eu aceitei, o cumprimentando.

- Elena.

- Vai parecer a coisa mais clichê do mundo, mas, você vem sempre aqui?

Não tive como não rir da cara dele.

- Na verdade não. Hoje é aniversário de um babaca que eu chamo de amigo e ele resolveu escolher essa boate por causa de um boato que haveriam jogadores do BVB aqui.

- Ah é?

- É. Não sei nada de futebol, e até agora só achei uns dois jogadores, e só porque vi a galera pagando pau.

- Você não reconhece nenhum mesmo?

- Não. - Dei de ombros.

Ele sorriu e naquele momento eu sabia que estava ferrada. Aquele sorriso tinha mais do que mexido comigo.

Passamos o resto da noite conversando sobre assuntos aleatórios. Cinema, música, Alemanha, Zona do Euro e qualquer outro assunto que se lia no jornal, menos futebol.

Quando era umas 5 da manhã, uma loura se aproximou da gente para se despedir dele.

- Bender 1, a gente está indo embora. O Reus não quis vir aqui dizendo que ia atrapalhar. - ela acenou com a cabeça para mim, e eu sorri sem graça. - Até a próxima.

- A gente se vê no próximo jogo Lou.

Ela deu um abraço nele e deu meia volta para encontrar com um rapaz loiro que acenava de longe. E ele eu reconheci. Até porque, quem não reconheceria Marco Reus?

Meine | Sven BenderOnde histórias criam vida. Descubra agora