E eu estava alí, mas sentia como se fosse o último dia de minha vida, não sei bem descrever o que estava sentindo naquele momento, eu o olhava e sentia que sim, aquele seria o último dia de nossas vidas, porque com certeza uma parte de mim também estava morrendo, seria a última vez com ele naquela situação, desabei... Me sentir incapaz, como quando meu pai morreu e não pude fazer nada para evitar, me faltaram palavras, me sentir perdida, como quando você se perde de sua mãe em uma multidão e você, uma menina indefesa, em desespero corre gritando mamãe...Era como isso e juro que naquele momento eu quis morrer por completa...
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Segunda-feira, mas um dia comum, acordei e olhei pela janela o dia que nascia, mas a verdade é que nunca fui matutina, NUNCA MESMO! Mas não podia perder aquele espetáculo, ver o sol nascer era maravilhoso, são pequenas coisas que se as pessoas valorizassem mais, talvez fossem mais felizes, coisas como : Andar de mãos dadas com quem você ama, assistir um filme legal com os amigos, fazer guerra de comida, abraços de graça sem que seja apenas em datas especiais ou velórios. Mas a verdade é que as pessoas sempre estão oculpadas demais para as pequenas coisas que a vida nos oferece de graça e que poderiam trazer uma paz tão grande e um sorriso sincero de orelha a orelha.
Depois de ver o dia nascer, me deite de novo e dormir. Chegar atrasada nas aulas e passar vergonha eram minhas especialidades, pois você tem que entender que dormir" cinco " minutos a mais é sagrado, o problema é quanto esses "cinco minutos" duram e nesse caso eles faziam com que meu corpo desabasse, era como uma lâmpada esperando ser ligada, nunca, jamais se ligaria sozinha, sempre tinha que ter um turbilhão de batidas de minha mãe na porta para que assim eu pudesse levantar. Mas hoje conseguir levantar sozinha, não estava afim de ouvir as brigas de mamãe logo cedo nos meus ouvidos.
Levantei...
Geralmente uma jovem comum acordaria cedo, ansiosa para conhecer seus novos "amigos" da faculdade, essas são sempre as expectativas, porém eu não me encaixava nesse tipo de E.X.P.E.C.T.A.T.I.V.A.
Eu não tinha N.E.N.H.U.M.A! Essa era a verdade.
Nunca fui de muitos amigos, sempre fui muito sozinha, mas isso piorou depois do pior dia de minha vida...Reza a lenda que Clarice era mais normal e sociavél, é o que dizem as pessoas mais próximas, mas eu não me importo, não mesmo.
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Até Nada É Alguma Coisa
LosoweClarice é uma menina de 17 anos que perde o pai em um grave acidente quando ela ainda era criança, desde então Cler(como ela gosta de ser chamada) passa por muitos dramas em sua vida chegando até tentar se matar, pois além de perder o pai que ela am...