01- Dia Comum? Com certeza não.

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- Sidney! Acorde, vai se atrasar!- Grita minha vó da cozinha e eu sem dúvida sei disso por causa do cheiro maravilhoso de biscoitos de chocolate.

Saio de minha cama e vou para o banheiro. Faço minhas higienes, arrumo meus cabelos negros em um rabo de cavalo e coloco meu uniforme. Desço para tomar café com meus avós e percebo que um homem desconhecido está tomando café com eles.

- Bom dia vovó, bom dia vovô.- Digo olhando para todos, principalmente para o cara.

- Bom dia minha querida, sente-se conosco.- Sento na cadeira vaga e percebo que aquele homem estava bem arrumado, e parecia que tinha minha idade. Mais ou menos, não sei.

- Bom... sou o Dilan. É um prazer finalmente conhecê-la pessoalmente Sidney.- O moço desconhecido se levanta e estende a mão sorrindo. Analiso seus traços e percebo olhos muito bonitos... mas não completamente estranhos pra mim. Okay Okay, soa estranho dizer que eu posso conhecê-lo sendo que eu tenho certeza que não... mas algo me diz que tem algo nessa história.

- É um prazer, Sidney White. Eu entendi errado ou você falou finalmente? É algum tipo de cobrança de dívidas? Não me lembro de algo do tipo.- Aperto sua mão meio apreensiva e nervosa.

Ele sorri e abaixa a cabeça.

- Estou aqui porque preciso conversar com você. Fique tranquila, não é nenhuma dívida.- Diz ele sorrindo e me mostra uma foto de família. Estando nela eu, meus pais e um garotinho.

- Não querendo apressá-lo, mas tenho que ir para o trabalho. Se chegar atrasada estou ferrada. Mas quem é esse garotinho ? Eu já vi essa foto antes, mas faltava uma parte. Digo tentando comer o mais rápido possível e lhe entrego a foto. Vai por mim, isso não acontece com frequência e dificilmente me atraso.

- O garotinho da foto sou eu. Sidney, bom, talvez você não acredite ou fique brava por essas informação estar ocultada a tantos anos da sua vida. E eu juro fazer o meu melhor para fazer tudo parecer normal.

- Fale logo, estou ficando nervosa.- Falo preocupada e ansiosa ao mesmo tempo.

- É... Somos... irmãos!- Diz ele pausadamente.

- Que?...Como assim? Irmãos? Mas... mas eu nem lhe conheço. Isso não é possível. Vovó, vovô que brincadeira sem graça é essa?- Digo incrédula olhando para eles. Minha vó sorri fraco pra mim e aperta minha mão.

- Olha, quando nossos pais morreram naquele acidente, fui morar com nossos avós maternos e você com nossos avós paternos. Isso ou o orfanato, não tivemos a opção de escolha, espero que possa compreender que durante muito tempo eu não sabia. Mas estou aqui para preencher esse espaço.

- Nossa, porque não me contou antes? Um irmão perdido e depois de quinze anos que eu fico sabendo de uma coisa dessas. Nossa.- Falo sem entender e dando um longo suspiro.

- Desculpe, mas muitas coisas aconteceram e também não sabia como te contar isso. Por favor, eu também fui uma vítima disso tudo, mas por favor não fique irritada.- Por um momento fico pensativa e em seu olhar percebo sinceridade.

- É... moço, desculpe, Dilan. Eu te desculpo, porque compreendo seu lado e não é nada mal descobrir que tenho um irmão, depois do acidente dos nossos pais sempre foi apenas eu e meus avós... fico feliz que possuo outro laço familiar... agora é questão de recuperar o tempo perdido. Mas numa outra hora, preciso ir trabalhar, depois conversamos e você me explica essa história com mais detalhes.- Me levanto e quando ia pegar meu casaco Dilan segura em meu braço. Pega de seu bolso fotos nossas quando crianças e uma de toda a família sorrindo. "A bela foto em família".

SidneyOnde histórias criam vida. Descubra agora