Capítulo 7

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  Algo que eu devia lembrar

- O que aconteceu entre mim, Sheyla e Angel ?

- Ele fez uma cara de cansaço, como se essa não fosse uma boa história para se contar, mas fixei os olhos nele demostrando que estava pronta para ouvir, então ele começou:

Quando Angel chegou, vocês começaram a andar muito juntas, mas você disse que a Angel estava diferente, por que ela não costumava ser do jeito que é hoje, então ela começou a agir cada vez mais estranho, principalmente com Lucas. - quando ele disse esse nome, minha cabeca doeu como se não aguentasse mais pensar sobre, mas tentei prestar bastante atenção, para que eu pudesse me lembrar mais, porém Gustavo continuou de outro modo - então surgiu o Samuel.

- Samuel? -perguntei.

- Sim. Não lembra ? Primo da Angel, ex da Sheyla...

- Esse Samuel? O que aconteceu ??

- É complicado ...

Quanto mais tensa eu achava que tinha sido a situação, mais minha cabeça doía, até que começou a latejar, e eu perguntei:

- Não aconteceu nada de bom nesse tempo todo ?

A pele de Gustavo que era branca se tornou vermelha em instantes. Percebi que seus olhos castanhos procuravam se esconder dos meus enquanto gaguejando, procurava palavras, até que disse:

- Aconteceram muitas coisas boas, por exemplo você e Thaynnara se tornaram muito íntimas ! - disse ele como se não fosse a frase que deveria na verdade falar.

- Thaynnara ? - perguntei iguinorando a série de reações atrapalhas que ele teve - Quem é Thaynnara?

- Aquela sua vizinha que sempre voltava da faculdade com você ...

- Há sim... A do acidente ... - eu disse com ar de desânimo, que Gustavo percebeu e disse:

- Nós podíamos sair um pouco, dai o assunto rola mais naturalmente. - ele disse percebendo meu estado de cansaço mental.

- Pode ser ... Vai ser bom.

Me arrumei (tirei a roupa desleixada e coloquei uma menos desleixada), e saímos.

Fomos andando sem rumo, eu observando bem a paisagem do meu bairro, que de claro e colorido, copiava o céu ficando todo com um aspecto laranja-avermelhado enquanto o sol se punha, até que ele perguntou:

- Para onde você quer ir ?

- Qualquer lugar serve. - disse sem querer na verdade ter que pensar num lugar que eu me sentiria menos mal, mas pensei e corrigi - seria bom se fossemos para um lugar onde eu estive nos últimos dias que eu não me lembro...

Olhei para ele, e ele estava com o rosto virado para o outro lado, portanto não pude ver sua expressão, mas o ouvi dizer:

- Ok. Já sei onde.

Fui seguindo-o, enquanto ele continuava andando. Não me disse para onde íamos, só continuou andando sério, como se estivesse focado em prosseguir o caminho até o local. Notei que seus cabelos castanhos estavam acompanhando o ritmo do vento, e notei, estranhamente sua estatura, o que nunca tinha notado, pois no momento eu estava atrás dele focada em simplesmente o seguir. Senti certa nostalgia no momento, como se isso já tivesse acontecido, foi então que ele disse:

- É ali.

Corri até seu lado e vi um parquinho, muito antigo e todo pichado. Pensei: "Por que eu viria para um lugar desse? A noite ?", mas só respondi:

Quando fecho os olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora