Exatamente 07:15 meu celular tocou, e não era o despertador. Aquela ligação já não me faz sentir tantas emoções, meu coração já não acelera ao receber uma notificação com uma mensagem dele. O café que outrora descia amargamente, voltou a ser doce. A manhã era como outra qualquer, era eu que havia acordado diferente. Aliás, quando a gente acorda se amando, a gente não mendiga amor de mais ninguém.
Saio em busca de novos olhares, novos horizontes e paixões. Não que eu necessariamente esteja precisando disso, mas meu coração não é estante pra ter tantos enfeites.
Desci as escadas do meu prédio, sorri pro porteiro e dei um "bom dia" como quem acaba de achar um dinheiro que não lembrava de ter guardado. Sorri pro porteiro, pra moça da padaria, pra vizinha do prédio ao lado... Sorri pra vida!
Minha "eu" de alguns anos atrás não teria tanta maturidade, não enxergaria as coisas que eu consigo enxergar. Digamos que minha "eu" de agora seja uma versão melhorada de mim.
Desde a morte da minha amiga, Kim, têm ocorrido várias mudanças na minha vida. Ela ter morrido de acidente de carro me fez parar pra pensar que a vida é curta demais, e que que eu devo aproveita-la da melhor forma possível. E não desperdiça-la com um "amor" medíocre.
Essa não é uma história de um amor frustrado, nem de uma jovem falando sobre autoestima. Essa é uma história de duas vidas perdidas que se encontraram uma na outra. Uma história de vida e morte, reciprocidade, e acima de tudo, amor.
