3 • Flores

127 28 17
                                    

Não sei porque estou a adiar o inevitável. Algum dia eu terei de ir à praia ou à piscina. Não vou passar as férias fechada em casa.

Diogo - Ok, como queiras. Como se chama o filme?

Eu - Aah... pois, não me lembro. Eu vou agora tomar o pequeno almoço, queres vir?

Diogo - Eu já comi mas posso fazer-te companhia.

Eu - Ótimo! Então eu vou buscar o que é preciso e vamos para a varanda!

Ele olhou para mim, confuso, e eu apressei-me a explicar-lhe a minha ideia enquanto o puxava pelo braço para a varanda:

- Está um dia fantástico para comer ao ar livre! E aqui ficamos mais à vontade! Senta-te aí que eu já venho.

Fui até à cozinha e encontrei lá a minha mãe a lavar a louça. Ela olhou para mim e pousou o prato que tinha na mão. Cheira-me que vem aí interrogatório...

Mãe - Quem é aquele rapaz que te veio visitar?

Aí está ele. O meu nariz nunca me engana.

Eu - É um amigo. Porquê?

Por enquanto não vou contar à minha mãe que tenho namorado. Não sei como é que ela vai reagir, e não me quero arriscar a apanhar algum castigo ou algo do género.

Mãe - Por curiosidade. Parece-me que conheço a cara dele de algum lado...

Eu - Ele já esteve cá em casa.

Mãe - A sério? Não me lembro desse dia. Ele veio cá fazer o quê?

A falta de memória e a desconfiança da minha mãe enervam-me profundamente.

Eu - Não te preocupes, nesse dia ele veio cá fazer um trabalho, e tu estavas em casa!

Para finalizar a conversa, peguei no tabuleiro com a comida já pronta e fui para a varanda. O Diogo estava sentado a observar atentamente as flores que estavam perto dele.

Eu - Gostas? Sou eu que cuido delas.

Diogo - Adoro. Eu sei que o que vou fazer agora te pode parecer errado, mas já te vou explicar o porquê de não ser. Espero que não te importes...

Enquanto eu olho para ele confusa, ele arranca uma flor solitária e escondida, tira-lhe as várias pétalas secas fazendo com que ela fique com menos de metade do tamanho inicial. De seguida prende-a no meu cabelo, sorrindo ao mesmo tempo que diz:

- Uma flor para outra flor.

Dei-lhe um beijo rápido na bochecha e de seguida massajei suavemente o seu lábio inferior com o meu dedo.

Eu - Que querido! Não sabia que eras tão romântico ao ponto de me comparares com uma flor!

Dei por mim a sorrir e a arrepiar-me quando senti os dentes dele a morder o meu dedo. Ele sorriu-me também e agarrou no meu pulso, puxando-me para ele e beijando-me nesse preciso momento. Senti um calor repentino a percorrer todo o meu corpo e uma sensação ótima no fundo da barriga. Deve ser aquilo a que as pessoas chamam de "borboletas no estômago".

Diogo (fazendo-me festinhas na mão) - Bem, as flores são seres delicados, bastante parecidos com algumas pessoas. Quando achas que uma flor é bonita, a única coisa que fazes é constatar um facto, admirar a flor, e de seguida ir embora, continuando a tua vida normalmente. Por outro lado, quando achas uma flor linda, não te contentas em observá-la durante uns segundos.

☆ ☆ ☆



Tive uma ideia. A partir do capítulo 5, vou começar a dedicar os capítulos à primeira pessoa a votar e/ou comentar o capítulo anterior.

Borboleta Lutadora (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora