No Reino dos Fantasmas

Capítulo 5 - O prodígio da clareira

Estava chovendo naquela semana. Uma massa de ar fria vinha do sul, segundo informações do jornal regional. A tempestade assoprava fortemente contra as arbóreas da rua. O cheiro do asfalto exalava para os apressados que corriam protegidos em seus guarda-chuvas. 

Gotas pesadas escandalizavam a lataria dos veículos estacionados. Pequenos córregos improvisados eram vistos devido ao céu que desabava sobre aquela região. Vez ou outra, o vento assobiava, provando que sabia cantar como os pássaros da primavera.

— Deus, proteja e ilumine meu amigo Robert... [...] — Carlinhos, sendo cristão, orava pelo amigo. E Robert, sorridente, bem ao lado dele, escutava cada palavra soletrada. — ... para que ele possa encontrar o vale dos anjos em seu reino... [...]

— Marquinhos, eu não conhecia esse seu lado... — Brincou, Robert, com uma gota de sarcasmo. 

Carlinhos emanava uma onda de sua mente que trazia paz para Robert. 

Era de coloração prata para o branco. 

Dava mais vida ao ambiente e nem ao menos ele sabia disso, o tamanho do poder invocado por minuciosas palavras ditas pela força da vontade.

Alguns feixes de luz em forma de pássaros invadiram o ambiente. 

— Interessante...

Circularam Robert posteriormente. Ele tocou em um e sentiu uma harmonia imensa invadi-lo. 

 O amigo terminou a prece dedicada, e pôs-se, em seguida, a ralhar um pouco a falta de Robert.

Abriu um refrigerante, certificou-se que a porta do quarto estava fechada, ligou o computador, e minuciosamente, recolheu, cuidadosamente, uma revista da Playboy +18 anos que encontrava-se na ultima gaveta.

— Cara, isso não!  — Robert enojou-se; gargalhou em seguida, e posteriormente, virou seus pensamentos para sua casa. — Eu não quero ver isso...

E logo esteve na sala de seu ambiente familiar.

Rua Seropédica, número 18 - Casa da Família Lis.

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