Tornado

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Tento escrever, mas nada sai

A cada pensamento, mais uma lágrima cai

A melancolia por mim se atrai

E toda essa história se vai

Eis aqui o final, a despedida que tentei evitar

E o tornado que tentei afastar

Ele vai destruir qualquer coisa que eu tente recordar

O beijo que tanto guardei, ele irá devastar

Queria não ser dramático, mas a verdade não posso mudar

Fazer o que se o tornado já chegou ao meu santuário?

Matou minha esperança, levou embora os sonhos que eu havia guardado

Estou com medo, como se houvesse um monstro no meu armário

O monstro se chama Solidão, vai encher de palavras o meu diário

Não há o que fazer, minhas palavras já não tem mais significado

Me sinto vazio, o tempo lá fora está frio e parado

Essa saudade insana deixa meu coração congelado

Tenho pensado em algumas possibilidades para mudar a realidade

Mas e se for ilusão? Acho que me lamentarei pela ingenuidade

Estou calculando todos os passos, mas esqueço dos buracos aterrorizantes

E agora sou uma contradição ambulante

Ir contra o impossível constante?

Ou aceitar a verdade inconveniente?

Freitas, Felipe. 09/2016

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