Confiança

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Edmundo foi capturado por Morgana, a Dama do Vestido Verde, junto dele está Haimdon, o grifo. Morgana os levou por meio de sua magia, até o castelo de gelo, e assim os entregou como reféns de Jadis, a rainha do gelo ordenou que o cavaleiro negro levasse seus prisioneiros até o calabouço, o corajoso rei, Edmundo, duelou bravamente contra o cavaleiro, durante o confronto, o garoto descobriu a identidade do servo das feiticeiras.
- Caspian? - Pergunta Edmundo confuso.
Seus olhos não eram os mesmos, estavam verdes, como o verde da grama. Caspian não parecia ser o mesmo, de certo estava enfeitiçado, ele pegou uma arma que bateu forte na cabeça de Edmundo, deixando-o inconsciente.
- Onde estou? - Pergunta Edmundo meio zonzo, abrindo os olhos e vendo Haimdon o olhar preocupado.
- Ainda bem que acordou! - Exclamou o grifo aliviado.
- Por quanto tempo eu fiquei... - Pergunta Edmundo.
- Algumas horas. - Responde Haimdon. Fiquei preocupado com vossa alteza.
- O tempo suficiente para esfriar a cabeça, eu imagino. - Disse Jadis entrando pela porta.
- O que você quer? - Pergunta Edmundo.
- Faz muito tempo que não o vejo, quis vir para ver como está. - Disse Jadis.
- Satisfeita? - Pergunta Edmundo.
- Você continua amuado como sempre! - Debochou a feiticeira.
- Não sou mais o mesmo, você deve saber disso! - Retrucou Edmundo.
- Seu amigo está sendo bem útil para nós. Em breve serei reconhecida como Rainha de Nárnia. - Disse Jadis.
- O que vocês fizeram com ele? - Pergunta Edmundo - Pensávamos que ele estava morto.
- Ele quis proteger seus irmãos, mas no fim ninguém estará à salvo, ele foi pego pelos terrícolas no território de Morgana, lá ela utilizou uma magia muito poderosa que o fez estar sob nosso controle. - Disse Jadis.
- Você é diabólica! - Retrucou Edmundo com ódio.
- Ah tolinho, você não compreende a força de nossa magia. - Responde Jadis com desdém.
- Sua magia é suja, assim como a de sua amiga de vestido verde. - Disse Edmundo.
Jadis saiu do lugar de onde Edmundo estava preso e gargalhava da desgraça do garoto.
- Senhor? - Disse Haindom saindo de uma sombra.
- Haimdon. - Disse Edmundo. - Precisamos sair daqui.
- Como? - Pergunta o grifo.
- Tenho um plano. - Responde Edmundo.
Algumas horas mais tarde, o garoto recebe um visita, uma presença fria, porém diferente de Jadis, era a Feiticeira Verde.
- Caro Edmundo, é uma pena que seu destino não seja tão bom quanto você esperava. - Alfinetou Morgana.
- O que você entende sobre destino? - Retrucou o garoto.
- Ouvi algo que Jadis pretende fazer com você, e não será algo agradável. E seria uma pena desperdiçar um jovem rapaz como você. - Disse Morgana como se quisesse persuadi-lo a fazer algo.
- Podemos nos ajudar mutuamente. - Disse Edmundo.
A feiticeira o fitou, por estranheza do comportamento do rapaz.
- Eu sou um rei. Tenho direito ao trono quanto Caspian. Sei a razão pela qual você o transformou num fantoche, você odeia esse novo reinado, me ajude que o tornarei a Rainha que todos se lembrarão do seu legado.
A bruxa convencida com o que o jovem lhe disse, sorriu e lhe soltou das corre com sua magia.
- Liberte Haimdon. - Pediu Edmundo.
- Quê? - Pergunta a Dama do Vestido Verde desconfiada.
- Precisarei de transporte. - Disse Edmundo.
- Para fugir? - Indagou Morgana.
- Ele pode se tornar nosso espião. - Disse Edmundo.
Assim a feiticeira o soltou meia contragosto, mesmo assim a fez. Ela faz Edmundo ser cercado por um nevoeiro junto do grifo, era denso de mais que os fizeram fechar seus olhos, quando abriram já estavam no Submundo. Um pequeno redemoinho verde apareceu até revelar ser Morgana.
- Bem vindo às Terras Abaixo de Nárnia. - Disse a Feiticeira Verde reverenciando o jovem rei.
- Eu sinto uma energia diferente aqui. - Disse o rapaz.
- É a sua presença que trouxe esse poder. - Disse a Dama do Vestido Verde fazendo feitiçaria com sua mão, e fez ao seu novo aliado uma armadura, como símbolo de sua aliança.
Edmundo notou que aquele lugar se parecia com um castelo, diferente do que viu desde sua última visita. A feiticeira disse ao rapaz para seguir os terrícolas, eles o guiaram até o seu aposento. Chegando lá, Edmundo fez questão que o grifo ficasse junto dele, porque não quer que algo de ruim aconteça com seu amigo. O lugar onde estavam era escuro, havia uma cama, que para o garoto era a única coisa boa ali, o ambiente era nada agradável, Haimdon se acomodou no chão, eles não sabiam se era cedo ou tarde, mas como estavam cansados dormiram. A Dama do Vestido Verde sentiu algo diferente, de fato uma energia forte estava no local, entrou num lugar escuro e viu uma garota, ela estava um pouco pálida, sua aparência era jovem, não estava morta, apesar de parecer que estava lá a muito tempo, pois suas vestes pareciam fazer parte daquele lugar, a garota abre os olhos serenamente. Edmundo acorda, escutara alguns sussurros e levantou. Saindo de seu quarto, perto de uma porta ouvia duas vozes, uma delas era da Feiticeira Verde, a outra não conseguiu reconhecer.
- Eu estou bem, mãe! - Disse uma voz alegre.
- Como isso é possível? - Indagou Morgana.
- Só pode haver uma explicação para isso. - Disse a Dama do Vestido Verde.
- É claro que sim, é a luz do Grande Leão que eu sempre ouvia. - Disse a outra voz.
- Não seja boba! - Disse a Feiticeira, pensando que a única razão de sua filha despertar é a presença do filho de Adão, assim ela não poderá fazer o que planejava, matar o rapaz.
Edmundo estava abalado com essa informação Inesperada, a Feiticeira Verde tem uma filha, o garoto se afastou silenciosamente, e escutou  uma parte da conversa.
- O filho de Adão está aqui, ele é o responsável pela sua volta.
Edmundo não entendeu, como sua presença faria uma garota despertar? Absorvendo as informações, o garoto deitou-se novamente em sua cama, mas não conseguira dormir com seus pensamentos inquietos. Passando algumas horas, que para ele parecia ser décadas, ele saiu do quarto se deparou uma linda moça de cabelos vermelhos à sua frente que quando ela o viu, seus olhos brilharam.
- Então é você! - Disse a garota exaltando felicidade. - Você é o filho de Adão que minha mãe falou.
- E você é? - Pergunta Edmundo esperando que a garota se apresente.
- Oh me desculpe. - Disse a moça. - Sou Nymeria.
- Sou Edmundo... - Se apresentou Edmundo sendo interrompido pela garota.
- Ed... Edmundo? O justo? - Disse a garota gaguejando. - Sempre ouvi história de você e seus irmãos quando criança, nunca imaginei que fosse verdade.
A Dama do Vestido Verde apareceu e viu sua filha conversando com o rapaz, elas os chamou para comer, havia uma mesa numa salão, era como se aquele lugar tivesse se transformado para um castelo, enquanto comiam, a garota dizia para mãe não cometer maldades novamente, sua mãe disse que não faria mais isso, mas Edmundo sabia que ela estava mentindo.
- Então para quê aquela armadura? - Pergunta a garota chorando.
- Estamos em tempos difíceis. - Respondeu Morgana.
- Quem espera a guerra é quem mais anseia por ela. - Disse Nymeria saindo do local. - Você não mudou, continua buscando poder, nem sei porque razão eu despertei, mas prefiria continuar como estava.
A Feiticeira estava com raiva do comportamento de sua filha.
- Talvez eu deva ir falar com ela. - Disse Edmundo.
- Por quê?  - Indagou Morgana.
- Porque eu sei como ela está se sentindo, eu também não aceitei no início ir para o lado errado, ela está frustrada. - Disse o rapaz.
Morgana assentiu com a cabeça.
Edmundo foi ao quarto de Nymeria, ela estava chateada.
- O que você quer? - Perguntou a garota à Edmundo.
- Eu vim lhe ajudar. - Responde o garoto.
- Ajudar? - Pergunta a garota - Você se permitiu ser consumido pelo poder e cedeu novamente, você é como ela.
- Não. Não sou. - Disse Edmundo.
- Por qual motivo está aqui? Você deve ter planos para destruir esse mundo como minha mãe.
- Eu quero salvá-lo. E preciso de sua ajuda, sei porque você despertou, agora entendo, você faz parte de um plano bem maior. - Disse Edmundo.
- Como? - Pergunta a garota confusa.
- Você saberá, basta confiar em mim. - Disse Edmundo. - Depois diga a sua mãe que estava certa e seu comportamento foi bobo.
- Mas eu quero que ela mude, não quero perdê-la. - Disse Nymeria.
- Isso já não depende de você, por mais que você deseje, cada um é responsável pelos seus atos. - Disse Edmundo.
- Meu Rei! - Chamou Haimdon. - Estava procurando por você.
- Quem é ele? - Pergunta Nymeria.
- Ele é meu amigo, Haimdon. - Disse Edmundo os apresentando.
- Mas o que você é? - Indagou a garota.
- Sou um grifo. - Disse Haimdon. - Você nunca viu um grifo?
- Eu estava desacordada por muito tempo, e quando eu saio era pouco. - Disse Nymeria.
- Onde posso achar algo para comer? - Pergunta Haimdon.
A garota fez movimentos com suas mãos até se transformar numa grande tigela de aveia.
- Uau! - Murmurou Edmundo.
A garota estava surpresa com sua capacidade em produzir magia.
- Com licença, mas preciso conversar com minha mãe.
O grifo já estava se enchendo de aveia e só quando ela saiu havia notado no que ela havia dito.
- Mãe? - Indagou o grifo. - Quem?
- A mesma que nos trouxe até aqui. - Disse Edmundo olhando ao redor do lugar.
O grifo fez uma expressão de que precisava de mais explicação e o rapaz disse:
- Depois lhe dou mais detalhes. - Disse Edmundo.
Mais tarde, o jovem rei vê que Morgana não está no Submundo, andando pelos lugares de lá, que para ele era como um labirinto, encontrou a filha da feiticeira.
- Oi. - Disse Nymeria ao perceber a presença do garoto.
- Atrapalho? - Pergunta Edmundo ao se aproximar.
- Não. - Responde a garota.
- Você deve estar se perguntando de onde eu vim ou porque estava desacordada a anos. - Disse a garota movimentando suas mãos e dedos.
O chão parecia ter se transformado em água, mas isso não era o que mais assustador era que em vez mostrar seu reflexo, se via imagens. Uma serpente verde nadava para próximo de um barco pequeno em que um homem simples, um pescador de Arquelandia foi seduzido pela cobra que se transformou em uma mulher, linda e atraente, a partir desse pecado nasceu Nymeria. A Dama do Vestido Verde acreditava que se tivesse uma filha seu poder cresceria, de fato juntas elas têm um poder enorme, mas com a atitude de sua mãe, todas as criaturas murmuravam sobre o pecado da Feiticeira que antes se chamava Eminess, protetora das águas. Com ódio, a protetora se enfureceu com aqueles que falavam contra ela e retirou a energia de algumas criaturas, mas o que ela não sabia é que sua filha ficaria fraca e perdeu sua força e desapontada com o que sua mãe havia se tornado.
- Você era tão pequeno quando... - Disse Edmundo.
- Sim. - Concordou a garota deixando o chão novamente sólido, com as imagens sumindo. - Eu acredito que despertei porque minha mãe se tornou boa novamente, eu ainda tenho esperança nisso.
- Tenha fé que tudo dará certo. - Disse Edmundo.
A garota sorri, porém percebe a preocupação de Edmundo.
- O que foi? Você parece tenso. - Disse Nymeria.
- Estou preocupado com meus irmãos. - Disse Edmundo pensativo.
- Eles estão nas Terras de Cima? - Pergunta a garota.
- Estão, e não é só isso que me preocupa. - Disse Edmundo.
- É com mais alguém? - Pergunta Nymeria.
- Sim. - Assentiu o garoto. - Eu me sinto culpado pelo o que aconteceu, essa pessoa pode estar em perigo por minha culpa.
- Não se preocupe com ela, se a razão para isso tudo for boa, Aslam irá ajudar. - Disse Nymeria.
- Como você sabe? - Pergunta o garoto.
- Posso ter dormido por anos, mas eu não nasci ontem. - Disse a garota. - Você diz para mim ter fé, mas você mesmo duvida, você precisa confiar.
- Você é mesmo filha da feiticeira? - Pergunta Edmundo surpreso com as palavras da garota.
- As palavras tem poder, assim como a fé, basta querermos usá-la para o bem ou não. - Disse Nymeria. - Ouvi muitas histórias do Leão, as criaturas contavam muito e eu as ouvia e tirava algumas lições, assim percebi que minha mãe estava me criando para ser como ela.
- Você é uma boa pessoa, seu passado não te define. - Disse Edmundo. - Serão suas ações que determinaram quem você é.

Hey pessoal, estou de volta com mais um capítulo dessa aventura. Espero que gostem.
Comentem. :)

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