Capítulo 26

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"Eu acho que enlouqueço de vez se acordar e ver que você foi embora"



Santiago se levantou e o encarei desesperada, eu sabia o que ele ia fazer, ia me deixar sozinha ali com Alfonso. Quase supliquei pra que ele ficasse ali com a gente.

- Eu vou deixar vocês conversarem a sós.

Encarei Santiago desesperada enquanto ele atravessava o quarto e passava por Alfonso. Minhas mãos ficaram geladas quando Alfonso fechou e trancou a porta, eu não queria assumir pra ele que estava apaixonada, tinha medo do que ia acontecer com a gente. E se ele me expulsasse da vida dele ou dissesse que azar o meu se eu o amava, porque o que ele queria comigo era só sexo.

- Eu te fiz uma pergunta Anahí. - ele se aproximou andando devagar demais.

Engoli seco e abaixei a cabeça, encarei minhas mãos, retorcendo-as no meu colo. Alfonso me surpreendeu bastante quando se ajoelhou na minha frente e segurou minhas mãos. Seus olhos me encararam e meu coração disparou com a mistura de sentimentos que eu vi ali.

- Repete o que você falou pro Santiago, você estava falando sério quando disse aquilo? O que me intriga é que a forma como ele afirmou, ele parecia ter certeza do que estava dizendo.

- Ele afirmou porque ele sabia o que estava dizendo. Eu assumi tudo pra ele. - suspirei.

- Assumiu o que Any?

- A parte que você ouviu, onde eu digo que to apaixonada por você. Eu amo você!

Alfonso soltou um suspiro aliviado e sorriu. De repente o medo que eu sentia de contar toda a verdade pra ele desapareceu. Alfonso ficou de pé e me levou junto, me puxando pelas duas mãos.

- Você me ama?! - ele acariciou meu rosto, incapaz de seguir escondendo aquilo, assentiu. - Como?

- Não sei, simplesmente aconteceu. - sorri dando de ombros.

- Mas... Como você conseguiu se apaixonar por mim? Quero dizer, normalmente sentimos atração e amor por qualidades que a pessoa tem, o que eu ofereci de bom pra você?

- Compreensão, amor, cuidado e apoio quando te contei sobre meu padrasto. Sem contar o que fez pela minha mãe, eu nunca vou poder te agradecer o suficiente pelo que fez. Você pode não enxergar coisas boas em você, mas eu vejo, se você fosse um monstro eu não teria me apaixonado.

- Mas eu to me comportando como um monstro, eu tranquei você aqui.

- E agora que você sabe que eu não vou embora, você pode me soltar.

- Não quero que saia do apartamento! - ele me olhou, a paz desaparecendo de seus olhos.

- Me deixe sair do quarto pelo menos, me deixe andar pelo apartamento, cozinhar para nós dois. Deixa eu fingir que estou na minha casa, se fizer isso, prometo que fico pelo tempo que você precisar.

Eu não queria ficar trancada e sabia que ele não me deixaria ir, então, concordar com ele era a melhor forma para que ele ficasse calmo e não tivesse outro surto. Quando Rachel trouxesse os remédios e ele melhorasse, o próprio Poncho ia ver a loucura que era aquilo tudo e ia me deixar voltar pra minha vida de antes.

- Eu deixo você sair do quarto, deixo ir aonde quiser no apartamento, só me prometa que não vai tentar fugir de novo, por favor. Eu acho que enlouqueço de vez se acordar e ver que você foi embora.

- Eu não vou embora, eu juro! - toquei seu rosto com uma das mãos e o encarei nos olhos.

Para Alfonso o contato visual era importante, ele iria acreditar em mim se visse nos meus olhos que eu estava falando a verdade, e eu estava. Eu o amava e iria fazer qualquer loucura para ajuda-lo, entre elas, mergulhar de cabeça no universo dele e nas suas loucuras.

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