O Monstro Na Janela

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Finalmente eu estava em casa, depois de trabalhar até tarde da noite no projeto que meu patrão havia posto sob minha responsabilidade. Mas valeu a pena. Apesar do trabalho, eu teria um ótimo dia pela frente no dia seguinte. A melhor parte era ver meu filho. Após uma árdua batalha judicial contra minha ex-esposa, eu consegui a guarda do meu filho. Reformei meu antigo quarto de hóspedes para ele, embora tenha ficado meio sem graça com tudo branco. Mas como teríamos muito tempo livre, achei que poderíamos fazer quaisquer mudanças que ele quisesse.

Ao chegar em casa, subi as escadas. Meu filho me ouviu e imediatamente me chamou em seu quarto.

- Papai, não consigo dormir. Tem um monstro na janela. - disse ele.

Monstros. Típico de crianças.

- Não tem monstro nenhum, filho. É só um galho de uma árvore balançando com o vento, viu?

Eu apontei e lhe mostrei o galho batendo no vidro da janela. Ele confiou em mim o bastante para se acalmar, e lhe dei um beijo de boa noite.

- Hora de dormir.

A essa altura, mal conseguia manter meus olhos abertos. Entrei no quarto e caí na cama como uma pedra. Estava com muita coisa na cabeça para ficar me preocupando com os monstros imaginários de meu filho. Tinha de matriculá-lo na escola de nosso bairro, comprar seu uniforme, materiais, etc. O sono estava me dominando, quando meu filho me chamou de novo. Cara, eu amo meu filho, mais do que tudo, mas precisava muito dormir. Mesmo assim, fui até seu quarto.

- Papai, o monstro voltou. - disse ele. - Olhei para a janela. Não havia nada além dos galhos da árvore. Fui até a janela e mostrei isso a ele. A abri e me virei para ele.

- Viu, filho? não tem nada além do galho da árvore. Agora vá dormir. O papai tem que acordar cedo amanhã.

Ele ainda estava assustado, mas o que eu podia fazer? estava cansado demais.

Caí de novo no conforto de minha cama. Então, meu filho gritou.

- Tá certo! eu vou dormir na cama com você. Se vir algum monstro, apenas segure em mim.

Entrei em seu quarto e me deitei ao seu lado, me cobrindo com seu cobertor vermelho.

No entanto, quando me deitei, uma dúvida me veio à mente: eu não tinha comprado roupas de cama brancas...?

Olhei para meu filho e gritei. Seu pescoço havia sido aberto de lado a lado e o sangue encharcava o cobertor de vermelho.

Foi então que ouvi os barulhos na janela e percebi meu erro. Agora, só me restava chorar.

Lembrei-me que não havia nenhuma árvore no meu jardim.

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