Mentes Compartilhadas

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Maxy dormia como um anjo.

Um anjo injustiçado, que havia sido vítima de uma pessoa malvada e sem coração, mas que continuava sendo um anjo. Ray se concentrou para fazer o mínimo de barulho possível, sentando-se ao lado do pequeno irmão, acariciando seus cabelos platinados. Estava tão traumatizado com o que quer que tenha acontecido com ele que não queria nem mesmo ver o irmão mais velho, mas Maya tinha aberto uma brecha para ele.

- A vida foi dura com ele, não foi ? - A garota perguntou, sentando na cadeira com uma xícara de chá nas mãos.

- Bem, nossa mãe não era de dar muita atenção para ele. - Ray deu um sorriso triste para o irmão, fitando a garota. - Mas nunca lhe faltou amor naquela casa, nem na escola...

- Ele não consegue, não é ? - Maya fixou seus olhos no garoto dormindo. - É um garoto encantador, engraçado... Tem carisma, não consegue não conquistar alguém.

- Um pouco quebrado agora... - O Maior se aproximou do irmão, passando seus dedos delicadamente pelo rosto dele. - Não vou deixar que isso fique assim... Quebraram a pessoa mais importante da minha vida, usando meu rosto.

- Tenho uma ideia, Raymond. - A garota colocou a xícara de lado, dando um sorriso cúmplice.

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Assim que amanheceu todos foram para o refeitório, incluindo Maxinne acompanhado de Maya. O menor estava com uma calça jeans que ia até sua canela, uma camisa preta, uma jaqueta jeans e tênis. Seu cabelo platinado balançava com o vento que entrava pelas escotilhas do Aero Porta-Aviões, tão gracioso que não parecia um humano. Maya estava com o uniforme padrão da ÍNDIGO, trazendo em seus ombros uma mochila.

- Você vai ficar lá comigo, não é ? - Maxy perguntou, seguindo a garota na direção da Pista de Decolagem.

- Sim, sim. - Maya fez um sinal para um dos pilotos de Quinjet, que confirmou com a cabeça. - Você precisa superar esse trauma, Maxy, não foi ele...

- Não consigo ! ver aquele rosto... - O garoto tremeu todo só de imaginar. - Sinto que vou explodir com todas essas coisas...

Ambos saíram na direção da Pista, indo até um dos Quinjets que já estava pronto para sair, onde Ray os esperava. Talvez fosse uma ideia de gênio levar o irmão para Manhattan e tentar reviver seus momentos felizes de infância, reaproximando-se aos poucos até que conseguisse explicar direito que ele não tinha feito nada, ou talvez traumatizasse ainda mais o irmão menor. Valia o risco ? Maya não sabia dizer.

Todas as armas haviam sido retiradas das paredes do Quinjet, deixando apenas lugares vazios, e em um dos bancos havia uma cesta de piquenique muito bem presa para não cair com toda a velocidade. Ray mexia nos controles, verificando todas as coisas precisas, e nem mesmo notou a presença dos dois. Seu cabelo platinado estava bagunçado, a barba bem feita lhe dava um ar jovial, usava uma camisa cinza e uma calça jeans preta, e um tênis da mesma cor.

Maxy lhe deu um olhar desafiador, estudando-o enquanto não percebia a sua presença. Parecia calmo mas empolgado, como se aquela pequena " viagem " fosse um passeio por um parque de diversões.

- Melhor colocar o cinto, Irmão. - Ray se virou de repente, sorrindo gentilmente.

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A cidade fantasma não deixava Maxy mais tranquilo, só aumentava seu medo. Seu irmão mais-velho ia andando na frente, dois passos depois do menor, enquanto Maya cobria sua retaguarda, chutando pedras pelo caminho. Estavam indo até sua antiga casa, onde suas lembranças eram ainda mais fortes de sua ligação com Ray, já que seu plano era recuperar a confiança do menor.

Não caminharam por muito tempo, chegando na sua casa um pouco depois. Ela estava intocada: O jornal junto com as cartas ao pé da porta, onde Maxy as deixará antes de ir buscar o irmão na festa. As flores coloridas que sua amiga o incentivara a cultivar, a bola de basquete no meio do jardim, quase sumindo no meio da grama alta, as cortinas fechadas ( com exceção de seu próprio quarto, já que amava escrever olhando para a rua ).

- Igual quando nós saímos. - Ray estava boquiaberto, o passado estava ali na frente deles. Tão perto, mas tão distante que parecia que anos haviam se passado.

- O quê é muito estranho. - Maxy refletiu, ignorando o medo constante que sentia perto do irmão. - Quando me capturaram, estavam procurando algo... Por que não revistar nossa casa ?

O Garoto foi tão rápido que se quisesse, poderia ter cortado a garganta de Ray sem que ele ao menos sentisse a dor. Se agachou, puxando uma pequena adaga que estava escondida na altura de sua coxa, coberta pela calça, e jogou-a em direção a casa. A Adaga se fincou na porta, mas o único barulho foi o do ranger da madeira. Maya recuou, assustada, tropeçando em uma pedra solta na calçada e caindo no chão.

- Maxie ? - O Maior se virou para o irmão, que olhava assustado para a casa. - Você está vendo algo ?

Antes que pudesse falar algo, foi atingido por um raio.

Assim que abriu os olhos as imagens começaram a focar. Estava de joelhos dentro de uma igreja,seu braço direito estava sangrando excessivamente e seu tornozelo estava latejando, mas ainda se atreveu a levantar-se, sentindo seu corpo pegar fogo como nunca. A luz que emanava era forte e brilhante o suficiente para conseguir cegar qualquer um, mas Morgana parecia alimentar-se dela toda vez que chegava perto, ficando ainda mais forte.

- É apenas questão de tempo até que ele chegue. - Murmurou para si mesmo, alimentando a falsa esperança em seu coração.

Esperança que foi quebrada assim que as portas explodiram e Morgana entrou por elas, arrastando o corpo imóvel de Fred. Seus cabelos platinados estavam sujos de sangue e poeira, seu rosto que chamava atenção pela beleza estava cortado e com fuligem, e de seu estômago se projetava a ponta de uma lança. Kurtz engoliu o grito de terror.

- Um dia me disseram que o mundo acabava com um sussurro, não com um gemido ou um grito. - A Mulher parou um pouco para refletir, jogando o corpo na direção do garoto. - Definitivamente prefiro os gritos.

Kurtz levantou seu braço não machucado, apontando um dedo para ela, e um pequeno e fino raio dourado se lançou rapidamente em sua direção. Toda a Igreja tremeu antes mesmo que Morgana fosse atingida. Pedaços do chão começaram a se levantar, rachando e espatifando em milhares de pedaços. O Poder que fluía entre eles parecia algo divino.

Mas não existia nada divino em Morgana, que desviou do ataque de Kurtz e se projeto com uma velocidade extrema até chegar em sua frente. Assim como o garoto, tinha desistido completamente de sua humanidade, transformando-se em uma criatura feita completamente de trevas. Seu pé atingiu-lhe na testa, fazendo-o voar até atingir a parede.

- Não conseguiu me vencer nessa vida e nem conseguira nas outras. - Ela voltou a se aproximar, dessa vez olhando fixamente para o rosto feito de fogo de Kurtz. Ela conseguia ver através dele, conseguia enxergar sua alma e todas as almas que se reuniam sempre que a batalha final começava. Não perderia a chance de atacar quando viu um vislumbre de Maxy.

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Olá meus amigos, Espero que tenham gostado do capítulo :D

Comecei uma nova fanfic alguns dias atrás e por favor, deem uma passadinha lá, votem e comentem <3

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