Capítulo 10- Velho amigo.

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-Mas que droga de barulho é esse?- abri os olhos lentamente, xingando quem quer que estivesse me ligando. Procurei meu celular por todos os cantos da cama, movendo apenas meus braços. Tive que levantar, porque a droga daquele aparelho infeliz não estava em lugar algum.- AH, aqui está você!

Peguei o celular, que estava embaixo da cama (como? Não sei.) e atendi a ligação sem ao menos ver quem é.

Ligação on.

-Mas quem diabos é o filho da mãe que me acordou? Você tem noção de que horas são?

-E você tem?

-Não exatamente. Jhin?

-Oi, Lua. São mais ou menos 4 horas da manhã.

-Que? Sério isso? Quem morreu?

-Ninguém, eu espero. Não consegui dormir. - suspirou.

-Ah, entendi.- sentei na cama.- Eu dormi lendo o livro.

-Gostou?

-Muito. Obrigado.

-Não precisa.

-Porque não consegue dormir?

-Acho que porque to pensando em você.

-Em mim?- meu coração acelerou.

-Sim. Eu penso muito em você nos últimos tempos, Lua.

-Porque...?

-Eu não sei, eu não consigo entender. É algo novo, é surreal. O que tá acontecendo comigo? Eu quero falar contigo toda hora e... E eu tô ficando maluco.

-Vem pra cá.

-Agora? Eu posso?

-Não sei. Vem logo.

Ligação off.

Eu desliguei na cara dele. Porra. Ele pensa em mim? Eu vou surtar. Ok, tudo sob controle, né? É. Desço as escadas devagar, pra não fazer nenhum barulho. Abro a porta e sento na frente dela. Fico olhando pra rua, esperando que o Jhin saia de lá. Não sei em que momento me destrai, porque quando olho pro lado vejo um garoto me olhando sorrindo. Não, ele não era o Jhin. O garoto chegou mais perto de mim, e eu permaneci imovel. O que diabos estava acontecendo mesmo?

-Quem é você?

-Um antigo amigo.- ele disse, com um sorriso que daria medo em muitas pessoas.

-Acho que lembraria de algum antigo amigo. Sinto muito, mas não sou eu.

-Lua, não é?

-E de que isso importa?

-Se não é a Lua, do que importa responder?

-Não sei quem você é, pode sair daqui?

-Quem vai me obrigar?

Senti uma raiva enorme, do tipo de coisa que nunca senti. Ele pensa que é quem? Eu nunca vi esse homem.

-Olhe lá, vejamos seus olhos vermelhos. Está com raiva, pequeno anjo negro? Isso é o que, suas raízes aparecendo?

-Do que está falando?- raízes? Do que esse idiota tá falando? E onde o Jhin tá? Que droga.

-Ainda não se lembra, não é?

-Não me lembro do que?

-Dos seus pais.

-Você é maluco. Sai daqui!!- eu disse, indo até ele. Quanto mais próxima estava, mais raiva sentia. Era como se um ódio repentino estivesse tomando conta de mim de repente, e como se fosse num passe de mágica ele desaparece.

-Lua? O que tá fazendo aí?- Jhin perguntou, enquanto me olhava. Olhei pra ele, que chegava devagar perto de mim e, quando estava próximo o suficiente, se afastou como se tivesse levado um susto.- O que aconteceu com seus olhos?

-Como assim?

-Estão vermelhos.

-Estão?

-Sim, Lua.

-Tinha um cara aqui, ele falou coisas estranhas, disse que eu ainda não me lembrava dos meus pais e me chamou de anjo negro, e de repente ele desapareceu e não, eu não usei nenhum tipo de droga e não sou tão louca.

-Nossa, calma. Tu tá falando tudo de uma vez e eu to confuso. Ele fez algo?

-Não, além de me deixar parecendo maluca.

-Tá, eu não acho que você seja maluca.

-Mas também não acredita no que eu disse, aposto.

-Acredito...

-Sério?

-Sim.

Ele me abraçou como se eu precisasse ser protegida.

-Eu gosto de você, Lua...- ele disse, baixo como se fosse um segredo que só nós dois pudéssemos saber. Senti meu estômago dando voltinhas na Terra, e parecia que eu ia vomitar estrelas.

-Eu...- como é que se fala mesmo?- também... Eu também.- eu disse, e ele segurou meu rosto. Me senti como aquelas garotas de filmes, em que o garoto segura seu rosto e a beija logo em seguida. Bom, foi exatamente isso que aconteceu. Ele me beijou, com toda calma do mundo. Me segurou com firmeza, mas como se eu fosse uma boneca de porcelana que pudesse quebrar.

-Vem, senta.- ele disse, e sentamos na calçada. Ele passou o braço pelo meu ombro e me puxou pra perto, me abraçando.

-Você tá bem?

-Acho que sim... E você?

-Tô, eu acho... Olha, eu acho que você deveria entrar.

-Porque?

-Tá frio... Tu pode ficar doente.

-Daí tu vem me ver?

-E eu já não tô aqui?- ele sorriu, e me beijou de novo.

-Entra comigo?-perguntei sorrindo.

-Acho que seus pais não vão gostar...

-Anda, vem comigo...

-Tá...- levantamos e entramos em casa bem devagar, tentando ao máximo não fazer barulho. Fomos direto pro meu quarto e, depois que entramos, eu tranquei a porta. Talvez minha mãe achasse estranho caso tentasse abrir, mas não teria nenhum problema.

Deitei na cama enquanto Jhin me olhava curioso. Pouco tempo depois ele deita do meu lado e me abraça, já devia ser quase 5 horas da manhã e eu estava um pouco cansada. Ele me abraçou e ficou fazendo carinho no meu cabelo e, por mais que eu estivesse tentando não dormir, acabei adormecendo nos braços dele.

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Oe pessoas. Eu sou a Álex, tudo bem com vocês? então, eu queria me desculpar pela demora, os dias não foram muito fáceis e eu acabei não podendo escrever. Espero que gostem, e comentem por favor! Boa noite =)

A Filha de Lúcifer.Onde histórias criam vida. Descubra agora