Eu precisava arrumar uma maneira de me aproximar de Bia e termos um pouco de privacidade. Começava a ficar angustiado, como nunca fiquei antes. Parecia ansiedade, mas era um pouco diferente. É igual quando você está com muita fome e sente o cheiro de comida, naquele instante antes de começar a comer quando mais nada vem a sua cabeça a não ser dar a primeira garfada. Eu não queria comer ela, pelo menos não literalmente, apenas ter-la perto, a fazer queimar de tesão e então tomar esse calor para mim, como fiz alguns dias antes com Rachel. E, falando em Rachel:
- E aí, astronauta, quando volta pra a Terra?
A aula chata sobre estruturas celulares finalmente chegara ao fim. Sentada sobre minha mesa estava Rachel, me encarando. Lembro que participei da aula ativamente, fazendo várias perguntas e demonstrando muito interesse, por mais que aquilo não me interessasse. Admito que foi gostoso ver o professor de Biologia animado por alguém conseguir demonstrar tanto apreço por sua aula. Sua animação me saciava, mas em menos de meia hora ele parecia não se aguentar de pé, e pouco antes dele passar mal e ir embora eu já tinha perdido a vontade de interagir com a aula. Passei a entender que forçar demais as pessoas as prejudica. Eu queria mais é que se fodessem as pessoas, pois só conseguia pensar na Bia. Precisava muito me resolver com aquela garota, dar um sossega no namoradinho dela e um jeito em Rachel, cujos feromônios saturavam meu nariz.
- Se você quiser volto agora, só pra te ver – Continuei olhando para o nada enquanto dava tom de apatia para minha voz, mas com o dedinho da mão fiz um discreto carinho por baixo da cocha dela e isso bastou para fazer a garota quase pegar fogo de tesão – Que aula é agora?
- Literatura. O que acha da gente ir beber água no quarto andar, fumar um cigarro e eu te fazer um carinho? Ainda temos uns vinte minutos.
Eu não estava com sede, vontade de fumar ou ser carinhoso com ela, mas tinha que me afastar um pouco de Bia para pensar melhor no que fazer. O quarto andar era totalmente vazio no período matutino. A noite o meu colégio virava uma faculdade meia boca e o quarto andar servia para abrigar as classes a mais. Quando saímos no corredor todas as outras salas estavam em aula e nossos colegas de classe tinham se dispersado, por isso tive uma ideia melhor que o quarto andar. Eu sabia que ela não queria apenas alguns beijos. Ela queria mais, mas tinha medo do inspetor nos pegar fazendo o que queríamos.
- Acho melhor a gente ir pro quinto andar – Propus apenas pelo costume de dizer alguma coisa. A verdade é que ela iria para onde eu a levasse.
- Mas lá não tem bebedouro e nem janela – Ela ia dizendo, quando parou, pensou, fez falsa carinha de susto, deixou escapar um sorriso e prosseguiu – Haroldo, o que você ta pensando em fazer? Se pegarem a gente ta fodido!
- Relaxa! Você ta comigo – Também disse isso por costume de falar. Ela realmente iria para onde eu quisesse.
Honestamente, eu queria mesmo é ser pego. Seria muito engraçado ter que lidar com a situação como tive que fazer com minha mãe. Talvez desse certo. Talvez desse merda. Ninguém saberia dizer. Nesse momento entendi o que Dimas queria dizer com na escola dá para praticar com segurança. O que aconteceria se me pegassem? Eu não seria expulso, pois minha mãe era professora e ela que se resolvesse com o diretor. Suspensão? Passaria algumas manhãs em casa. Convenceria fácil alguma garota a cabular aula e ir fazer sexo comigo. Provavelmente arrastaria a Bia e umas amiguinhas dela lá para casa.
Quando chegamos na pequena saleta, que continha apenas alguns moveis e material de manutenção e limpeza, não demorei para virar a Rachel de costas, antes que viesse me beijar com aquela boca carente de higiene, ainda cheirando café da manhã e sei lá mais oque. Sem nenhuma cortesia a curvei sobre uma das mesas, abaixei nossas calças e com a mão cheia de cuspe dei uma lustrada na cabeça do meu fabuloso. Ela era tão putinha que, mesmo sem a compelir mentalmente, implorou como em um filme pornô para que a enrabasse. Fiz como ela pediu e devorei seu buraco mais sujo. Eu estava a machucando e ela, totalmente entorpecida pelo prazer de me satisfazer, engolia o choro ao máximo e pedia para eu ir com mais força.
Fazia pouco tempo que essa safadeza começara quando ouvi passos e cochichos vindos do corredor. Rachel parecia não ouvir, e na altura que ela gemia e chorava até eu tive dificuldade para reconhecer direito as vozes. Não era a voz de adulto, e tudo apontava para a probabilidade de sermos flagrados por alguns colegas, então resolvi caprichar mais na cena, torcendo para já entrarem com uma filmadora em mãos, ou algo assim. Comecei a dar uns tapas firmes, sem delicadeza, na lomba da minha sujinha, também comecei a empurrar mais fundo para fazer-la gritar e chorar mais, o que funcionou muito bem.
Não poderia ser melhor! Pela porta entraram de supetão Bia e Glauco. Bia arregalou os olhos de espanto enquanto tapava a boca com a mão para conter, em vão, a risada. Já Glauco ficou totalmente alterado e isso foi a cereja sobre o glacê do maravilhoso dia que eu tive até então. E melhorou ainda mais.
- Sua filha da puta – Gritou Glauco, furioso – O que ta fazendo com ele?
Nesse momento eu entendi tudo. Bia, parando na hora de rir, também. Ele estava comendo Rachel escondido da namorada. Quem diria?
- E ae, Glaucão? Bia? Vieram dar um role no quinto andar? Chega mais que aqui é tudo em casa – Puta merda, eu sou incrível. E funcionou. Pelo menos ele mudou de raivoso para apenas cabreiro.
A Bia mandou um olhar de profunda raiva e vergonha para cima de seu namorado. Rachel ficou atônita, nem quando eu dava mais umas bombadinhas ela fazia mais que engolir o choro se esforçando para não gemer. Envergonhada por ser pega, mas não por se envolver com o namorado de outra. Ah, a Rachel era mesmo a pior e não dava para respeitar essa garota. Então resolvi sair de dentro dela e lidar com a situação, afinal ela era só um passatempo enquanto eu pensava em como chegar na Bia, e isso acabara de ser resolvido. No momento a Bia parou de olhar para o namorado e grudou os olhos no meu pau.
- Não fica constrangido, irmão! Aqui o amor é livre, eu sei que você gosta da Rachel.
Quando falei isso ele mudou de cabreiro pra envergonhado. O cara realmente estava mais preocupado em garantir a foda que a namorada, o que eu entendia e agradecia. Dizia a boca pequena que Bia ainda era virgem, assim suponho que Glauco precisava de alguém que saciasse sua libido e essa pessoa era a Rachel. Eu acariciava a bunda da Rachel com uma mão enquanto que com a outra fiz um gesto para que o Glauco se aproximasse dela. Ele se aproximou e eu disse "vai em frente cara, domina essa garota, porque é isso que ela quer de você", e ele foi. Nessa hora a Bia começou a chorar e saiu correndo antes que eu tentasse a impedir. Mas foi estranho porque ela estava dominada por mim e eu senti algo cortando essa conexão. Então ela saiu correndo até a porta quando parou atônita e sussurrou apenas uma palavra:
- "Catarina?"
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Nossa Família
ContoQuão forte é o amor entre dois irmãos, Haroldo e Catarina, para sobreviver às vontades daqueles que comandam o Céu e o Inferno? Um evento sobrenatural muda os rumos de suas vidas. Haroldo se transforma em um vampiro, mas Catarina é uma guerreira ele...