Melanie acabou de fazer o inventário da loja e encaminhou-se para a zona de empregados, trocando a farda da loja de roupa onde trabalhava por umas calças pretas e uma camisola cinzenta.
Depois de arrumar tudo, Mel agarrou na sua pequena mochila de couro, desligou as luzes todas (exceto as da montra), e saiu, trancando a porta.
Há já dois meses que andava nesta rotina. Normalmente trabalhava nos turnos da manhã, e, quando fazia o turno da tarde, saía por volta das oito, mas este dia tinha sido uma exceção. A gerente pedira-lhe para fazer o inventário da loja, por isso só se tinha despachado perto das onze da noite.
Melanie estava cheia de fome, e pensou em ir a um restaurante de fast food, mas um bar no fundo da rua chamou-lhe mais a atenção. Tinha o nome escrito em letras néon: chamava-se "Art & Beers".
Melanie caminhou até lá e, quando abriu a porta, o seu queixo caiu. Primeiro, o bar estava cheio de gente. Segundo, era o bar mais bonito que já tinha visto em toda a vida.
O interior era iluminado em tons de roxo e vermelho, e as paredes estavam cobertas por quadros e desenhos, uns coloridos, outros a preto e branco.
Ela encaminhou-se até ao balcão, arranjando a mochila de couro nas costas, e sentou-se num dos bancos altos, em frente ao balcão.
Estava ainda a olhar em volta, perplexa com a beleza dos quadros e dos desenhos, quando o barman se aproximou dela.
-Posso ajudar? - perguntou, inclinado para a frente com os cotovelos em cima do balcão.
Melanie olhou para ele e sorriu, apontando para as paredes.
-És tu que fazes estas coisas?
Ele abanou a cabeça negativamente.
-Eu sou só empregado. O Calum é que pinta os quadros todos.
Anuiu, dando uma última vista de olhos às paredes. Voltou-se para o balcão.
-Têm alguma coisa para comer? Ou isto aqui é só bebida? - perguntou ao rapaz atrás do balcão.
Ele baixou-se ligeiramente e colocou um menu à frente de Mel.
-Há uns aperitivos, nada mais que isso. Chama-me quando souberes o que queres, - declarou, afastando-se para outro grupo de clientes.
Melanie leu o menu, e acabou por se decidir uns minutos mais tarde. Fez sinal ao empregado, e ele aproximou-se.
-Quero um cachorro-quente e uma cerveja.
O empregado recolheu o menu e virou-se para ir até à cozinha, mas algo o deteu. Ele voltou a caminhar até Melanie.
-Olha, aquele é o Calum, o que faz os desenhos.
Melanie olhou na direção que o empregado estava a apontar e encontrou um rapaz a entrar no bar.
Era alto, moreno, e tinha os braços muito musculosos. Era novembro, por isso ele tinha uma camisola de flanela cinzenta vestida, e umas calças pretas com rasgões nos joelhos.
O artista deve ter percebido que estavam a falar dele, pois sorriu e caminhou na sua direção.
Melanie virou-se, envergonhada.
-Ele está a vir para aqui, - constatou.
-Sim, eu estou a ver.
Melanie sentiu uma nova presença no seu lado direito e viu pelo canto do olho o empregado a cumprimentar o artista, com demasiada intimidade para serem apenas conhecidos.
-Ei, Luke, - disse o artista. - Tudo bem?
Melanie decidiu que não devia apenas fingir que ele não estava ali, por isso virou-se.

YOU ARE READING
In Love With Your Art • Calum Hood {au}
Fanfiction-Não sei do que gosto mais, se dos teus quadros, se de ti. -Não sei se me preocupe, se me sinta lisonjeado.