Epílogo

5.3K 471 313
                                    

DEMOROU GENTE, MAS CHEGOUUUUUU.

Tudo bem. Respirar fundo. Calma Bárbara. É só um casamento, é só uma vida nova, é só acordar ao lado de uma pessoa pelo resto dos dias, é só ter que passar, lavar roupa, e cozinhar eternamente. É só esperar os filhos nascerem e ter que cuidar, banhar e limpar cocô toda hora, ter o máximo de paciência existente, e ter que dividir a mesma cama com um menino, e ter que aguentá-lo.

Tudo bem Bárbara, você obviamente tirará de letra, não é mesmo? Sim, claro, Bárbara. Responsabilidade? Precisamos disso? Pagar conta de energia e de água? O que é isso? É de comer?

Eu estava completamente gelada. Foi o casamento mais rápido da história. Eu provavelmente mandarei uma carta para o Guinness, e eu tenho certeza que poderia ganhar. Foi basicamente assim: eu e Chris começamos a orar há dois meses para saber se o Senhor aprovaria nosso namoro, e então puf, amanhã já vamos nos casar. Parece brincadeira. Eu queria que fosse. Não, não queria, mas de qualquer forma, é cômico.

Quando Deus respondeu lindamente o mínimo que eu esperava era Chris me pedir em namoro. Mas não, ele resolve me pedir em noivado. Tudo bem que acho que já namoramos nas ocultas desde que nos conhecemos, mas ainda assim não era nada verdadeiro, mas sim bobeira de criança. E então eu acabei de me formar na escola, e aqui estou eu, experimentando o vestido pela última vez antes do casamento.

Eu estava tendo ataque de risos toda hora. Minha reação não era chorar, se desesperar e me descabelar. Eu só ria. Eu olhava um cachorro na rua, começava a sorrir. Eu olhava uma mulher subindo escadas, começava a sorrir, eu piscava, começava a sorrir. Eu comia, começava a sorrir. Respirava, começava a sorrir também.

Chris me pediu em noivado da forma mais cômica. Estávamos no Mc Donalds. Sim, pois é. De alguma forma Chris achou aquela atendente que vivia perguntando se éramos namorados. Ela veio de lá dentro com uma banda e os carros da nossa família fecharam o estabelecimento. Uns dançarinos disfarçados de atendentes começaram a estalar os dedos e eu lá, com minha cara de tacho, sem saber o que estava acontecendo. Olhei para o lado em busca de Chris, e lá apareceu ele. Ele saiu dentre a multidão cantando e estalando os dedos num ritmo de coral americano. Meu coração ficou apertadinho, e eu comecei a sorrir. Não sorrir de engraçado, mas sorrir de bobona mesmo.

Juntaram quatro mesas. Eu nem sabia que eles podiam fazer isso ali. Chris subiu na mesa e veio até mim. Todos estavam gritando ao redor, e eu só conseguia olhar nos olhos do loiro e não me importar com qualquer outra coisa. A última mesa era a minha. Ele veio andando por cima delas até mim, e então começou a cantar. Parecia um coral de igreja.

Chris pegou minha mão para que eu subisse na mesa também, e assim eu fiz. Ele continuou cantando, até que parou. Ele se ajoelhou, tendo em mãos uma caixa de hambúrguer do Mc Donalds. Além de estar morrendo de rir, quis cair no chão ali mesmo.

Socorro, socorrinho na minha vida.

– Christian Bennett – coloquei a mão na boca. – Qual o seu problema?

– Amor de mais – ele abaixou a cabeça rindo, e depois me olhou de novo. Ah, aqueles olhos.

– Barb, você aceita ser minha noiva? – ele disse, abrindo a caixa, e tendo ali um anel de noivado em vez de hambúrguer, o que não foi deprimente, e sim matador.

Para quem estava esperando por um pedido de namoro, minha vontade foi de sumir naquela hora.

– Espera... Meu pai do céu – coloquei a mão na boca, surpresa. – Chris, eu pensei que...

– Nós namorados desde que você não tinha os dentes da frente – explicou.

– É.

Todos os rostos eram de curiosidade, e o meu era uma bagunça de confusão.

Escolhidos por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora