O Confronto Final

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Humanos fazem guerras, lutam por petróleo, território, religião...
Lutam entre si e matam milhões.
Cada um trás consigo suas  lutas e seus motivos para lutar;ideais, família, honra, convicções, lutam por liberdade, dinheiro, conquistas mas todos têm o mesmo objetivo; Vencer.

Lutas são travadas diariamente, por vezes silenciosas, muitas vezes nem percebemos, conflitos discretos nos cercam, mascarando o que acontece nos bastidores da vida.

Naquele momento eu lutava por amor, um amor que nasceu do nada, sem promessas, expectativas, que surgiu naturalmente e tornou-se tão poderoso quanto as trevas que habitavam em meu coração. Eu lutava contra a escuridão em mim, combatia bravamente cada resquício de maldade e talvez só essa luta já pudesse ser considerada como uma vitoria, afinal, eu estava me superando a cada novo minuto. 

Eu poderia esmagar aquela Bruxa, destruir sua raça mas independente da decisão que eu tomasse, a história seria contada, todos saberiam das minhas escolhas e sobre elas baseariam seus julgamentos. Então no final do dia eu seria uma Bruxa ou uma Fada do bem?

As piores lutas acontecem dentro de nos mesmos, a vontade insana de esmagar o pescoço do ser que tanto me causou dor era quase irresistível, mas o que eu diria a meus pais? Aos meus súditos? Como olharia nos olhos de meus irmãos tendo o sangue de alguém sobre minhas  mãos? O que me diferenciava da Bruxa Má do Leste eram as escolhas que fazíamos, essas escolhas definiam se eu era do bem ou do mal.

A energia poderosa era simplesmente alucinante, feito uma droga para o viciado e um uísque 18 anos para um alcoólatra, era tentador espremer o pescoço dela e arranca-lo para depois lança-lo sobre uma fogueira mas eu lutava para resistir. Fiz surgir em minha mão o santo graal e o apontei na direção da Bruxa, encantei o cálice e ele agiu como um aspirador de alta potência, sugando a magia que a Bruxa dispunha. Era o fim de toda a sua historia de maldades. 

Ve-lá prostrada sobre a terra úmida me fez querer destruí-lá de uma vez por todas, estava tão vulnerável. 

- Usarei de uma clemencia que não merece. Isso faz de mim um ser diferente de você. Terei compaixão dos seus filhos se me disser como despertar o Gancho!

- Enfie essa sua compaixão no nariz, não quero nada de você, a única coisa que desejo é a sua infelicidade eterna, quero vê-la sofrer, ser lembrada como a herdeira da vergonha!

Encarei Arthur aborrecida.

- Vamos encontrar um jeito de acordá-lo. - Ele sussurrou.

- Ela não vai. Apenas algo que ele ame mais que ela pode acordá-lo, e não há nada mais forte do que o amor verdadeiro dos dois! - Gargalhou. - Um feitiço que não poderá ser quebrado jamais!

- Mata-lá realmente seria algo muito generoso da minha parte. - Sorri. - Você está condenada a viver nos calabouços do submundo, perdida para sempre na escuridão, assistirá minha felicidade plena e nunca, nunca mais colocará seus pés além da masmorra, nunca mais suas mãos tocaram nada além das paredes frias e úmidas do castelo dos desesperados. Não haverá magia que domine, alguém que possa ser capaz de ama-lá, será para sempre desprezada.

- Não me importo, você também nunca será feliz!

- Eu serei e você verá.

Movi meus dedos fazendo com que ela desaparecesse da nossa frente. Agora estava condenada a viver no submundo dos contos de fadas, nos calabouços e masmorras onde a felicidade nunca penetrava as espessas paredes de pedras.

-Parabéns por não se render a escuridão, Rosana! - Arthur pousou sua mão sobre meu ombro. - Vamos encontrar um jeito de acordar o seu Príncipe.

Rosana A Herdeira Impetuosa Onde histórias criam vida. Descubra agora