"Não há nenhum lugar para que eu possa ir
Minha mente está confusa e meu coração está pesado.
Dá para perceber?
Eu perco a trilha que me perde
Então aqui vou eu."
- Same Mistake, de James BluntSegui para casa e preparei um almoço rápido. O cartão de Thomas rodava nos meus dedos, eu estava tentada a ligar e contar o que estava acontecendo, porém não sabia nem onde Dylan poderia estar e eles ficariam rodando no mesmo lugar como não sei o que sem realmente encontra-lo. Já bastava ter enfrentado a polícia quando meus pais morreram.
Depois de arrumar toda a cozinha, o banheiro e meu quarto, fui procurar a carta que escrevi ao meu avô. Suspirei relendo-a e lembrando do dia em que escrevi, ou melhor, da madrugada, quando Thomas também me mandou uma mensagem pressentindo algo.
Guardei na minha bolsa menor de franjas a carta, ajeitei a blusa preta fina de manga longa e sai de casa.
Thomas não saia da minha cabeça e era como uma distração para não pensar em Dylan. Foram tantos pequenos contatos que me aproximaram dele que eu nem sei quando ou como comecei a sentir o que sinto por ele, parece repentino, mas não é.
Antes mesmo que eu começasse a namorar com Alex, Thomas me intrigava e instigava-me a saber mais sobre ele. Eu só não aceitava isso. Era algo muito novo e eu tinha certa dificuldade em aceitar novidades, ainda mais quando se aplicava ao meu coração e permanecia em meus pensamentos.
Thomas foi me conquistando aos poucos, sorrateiramente até que eu encontrar-me dividida entre ele e Alex. E o mágico nunca fora má pessoa, de forma alguma, ele me tratava carinhosamente e parecia gostar de mim, nesse caso era eu quem não era recíproca ao seus sentimentos. Mas eu ainda podia estar errada, era confiar demais em alguém que começou um relacionamento comigo há apenas um mês.
E tendo meu passado como experiência, eu não confiava em alguém tão facilmente. Não era à toa que meu passado era algo só meu, e apenas Dalton sabia – ainda que parte dele –, porém eu estava pronta. Preparada para responder qualquer pergunta que Jenny poderia ter.
Parei de divagar ao dar de frente com o portão da casa de Jenny, bati no mesmo e esperei a loira me atender, ela pareceu segundos depois segurando um amuleto rente ao peito.
— Entra — Puxou minha mão e antes de entrar deu uma olhada nos dois lados da rua. — Vou bater algumas folhas de mangueira em você e depois vamos para a praia.
— Não quer saber tudo de uma vez? — Jenny maneou a cabeça e me puxou para dentro. Ela usava um vestido todo branco, parecidos com aqueles de praia, só que aparentava ser duas vezes maior que ela.
Começou então a bater as folhas de mangueira em mim e no chão.
— Eu não tava preparada, então só vai ter oração. — Ela me olhou nos olhos e murmurou algumas palavras para si mesma, voltando a me bater.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Um Solo do Amor
ChickLit♥♥ Vencedor do Wattys Justo 2016, Primeiro lugar no Projeto Descobrindo Escritores ♥♥ Ellie tinha duas escolhas: viver remoendo seu passado infeliz ou criar um novo presente e futuro para si. Felizmente, ela escolhe a segunda opção. ...