Here

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Nota/Dica: Leiam ouvindo "Here" da Alessia Cara.

HARRY POV

Cumprimentei Mani, Camz, Bea e Alessia e voltei a me sentar na mureta ao lado do banco com as bebidas. Um grande aglomerado de pessoas pulavam e dançavam próximas ao palco, todos ao meu redor conversavam entre si animadamente. Bea e Alessia sentaram-se ao meu lado ao perceberem minha solidão.

- Não está animado Hazz? - Os olhos de Bea me devoravam de curiosidade, Alessia possuía o mesmo olhar, porém com menos intensidade ou interesse.

- Não é isso. Só estou aqui tranquilo.

Passamos a observar e rir das garotas que viravam seus copos com bebida e ficavam mais bêbadas a cada minuto. De repente todas foram até o outro lado da praça, não entendi o motivo, mas logo pude vê-las conversando com uma garota, seu cabelo era mais curto nas laterais e formava um penteado alinhado em cima, seus lábios possuíam um sorriso largo e seus dentes brancos e alinhados estavam à mostra.

- Quem é aquela? - Perguntei para as menores que estavam do meu lado.

- Ah aquela é a Ruby. Ela é conhecida das meninas. - Disse Bea olhando e logo depois voltando sua atenção para suas unhas pintadas de preto.

Encarei-as mais alguns minutos até que todas se levantaram e desceram em grupo para a rua principal me deixando confuso.

- Você parece triste - Alessia desceu e me estendeu uma de suas mãos - Vem. Vamos dançar, eu sei que você dança bem. Vamos mostrar pra todos o que é coreografia.

Sorri com o comentário da menor e dei-lhe minha mão impulsionando meu corpo para frente colocando os pés no chão. Demos alguns passos até chegarmos no último degrau de uma grande e larga escada. A banda presente cantava Bang Bang, meu corpo logo foi domado pelo ritmo e passei a fazer movimentos ordenados, minhas pernas abriam e fechavam, meus braços balançavam para todos os lados de acordo com a música e minha cintura balançava constantemente no ritmo frenético e animado.

Dançamos mais algumas músicas até começarem a cantar músicas mais calmas.
Voltei a me sentar no mesmo lugar de antes, Bea apoiou sua cabeça em meu ombro enquanto Alessia apoiou a sua em minhas coxas. Varri o perímetro com os olhos e pude ver alguns garotos bêbados fora de si, eles aparentavam ter quatorze e quinze anos.
Conforme meu sangue foi esfriando, meu corpo foi pesando e o cansaço me consumiu. Meu desejo de ir embora tomou conta de mim, olhei na tela do meu smartphone que marcavam uma e meia da manhã e me levantei.

- Onde vai? - Questionou Bea me olhando preocupada.

- Vou me sentar ali - apontei para um banco vazio mais afastado de todos. - Querem vir comigo?

Ambas se entreolharam e assentiram com a cabeça. Atravessamos o pequeno espaço que separava o banco que estávamos do banco que iríamos nos sentar. Sentei e encostei minhas costas na parede da mureta, suspirei fundo com os olhos fechados e estranhamente a imagem de Louis me veio à cabeça, fiquei imaginando se o pequeno garoto de olhos azuis ainda estava acordado, se estava com fome ou até mesmo se estava bem. Passei a pensar no porquê de eu estar ali, me senti deslocado desconfortável. O vento frio estava me causando calafrios desgostosos. Uma lágrima fina e discreta escorreu pela minha bochecha.

- Hazz você tá bem? - Dessa vez não foi Alessia ou Bea que perguntaram, era uma voz masculina. Abri meus olhos e pude ver a figura de Colton parada diante de mim, sua expressão preocupada me deixou envergonhado.

- Estou. - respondi limpando o rastro molhado que a gotícula de água deixara.

- Ele está pensativo desde que chegamos. - Bea disse olhando para mim e Alessia concordou com o comentário da amiga.

- Eu conheço você Styles. Anda, conte-nos o que houve. - Bea abriu espaço e Colton sentou-se ao meu lado.

Suspirei fundo com vergonha de toda a situação - Eu não estou me sentindo confortável aqui.

- Como assim? - Os três passaram a me encarar demonstrando interesse em minha explicação.

- Olhem ao redor... Estou rodeado de pessoas que não conheço ou que não tenho o mínimo de amizade - Passamos a observar a multidão ali presente - Me desculpem se eu não pareço interessado. Eu sou um anti-social pessimista. No momento essa música não faz meu estilo. Eu não me encaixo entre essas pessoas, bebendo, fumando, fingindo uma felicidade momentânea que logo acabará assim que voltar à realidade. Eu estou aqui apenas por meus amigos, então se alguém quiser, eu estarei bem aqui. Mas neste exato momento eu estou me perguntando, o que estou fazendo aqui?

Um silêncio confortável se acomodou entre nós, passamos a observar cada movimento, atitude e ação das pessoas ali presente.

- Vem! - Colton estendeu uma de suas mãos para mim. Olhei-a confuso tentando entender o que o garoto pensara. - Não se preocupe, vou te levar pra casa... Pra sua casa.

Assenti com a cabeça e dei a mão a ele. Andamos de mãos dadas por entre as pessoas, o que causou de certo modo olhares admirados e incomodados, não demos o trabalho de preocupar-nos com o que pensavam enquanto andávamos, tanto eu quanto Colton sabíamos que não havia mais nada entre nós, mas isso nunca nos impediu de manter uma amizade companheira e sincera.
O maior desativou o alarme de sua picape preta de duas portas, entramos e o mesmo deu a partida logo em seguida. Mesmo tendo dezesseis anos como eu, Colton sempre teve a permissão de seus pais para tudo incluindo dirigir seu próprio carro sem possuir carteira de habilitação.

As ruas mais distantes da praça central estavam silenciosas e calmas, não haviam pessoas circulando por conta do horário. As casas passavam despercebidas por meus olhos que se mantinham atentos à pista, o silêncio dentro do veículo, por incrível que pareça, não era constrangedor.

- E então... - começou sem tirar seus olhos verdes da pista - eu disse que conheço você... E eu realmente conheço.

- Onde quer chegar Colti? - tirei meu foco da estrada e passei a encará-lo. Seu rosto estava pouco iluminado, mas iluminado o bastante para que eu pudesse ver sua expressão serena e tranquila.

- Você está gostando de alguém. - Suas palavras foram como um choque duzentos e vinte volts.

- Eu? Não! - Retruquei imediatamente com uma voz mais esganiçada do que o desejado.

- Hazz não adianta mentir pra mim. Quando você mente sua voz afina. - Minha expressão passou de assustada para incrédula, por mais que eu pudesse negar o que ele disse era verdade. - Só me diz por quem. Estou curioso e se puder quero te ajudar.

- Okay... - Suspirei profundamente - Provavelmente você não o conhece, ele se chama Louis, estuda no oitavo ano.

O garoto ao meu lado riu, não entendi o motivo, mas permaneci calmo esperando uma explicação.

- Eu o conheço. Não sou amigo, nem parente, mas sei de quem se trata. Chegamos. - Colton estacionou em frente ao grande portão cinza que escondia minha residência.

- Obrigado Colti. - Falei em meio a um sorriso fraco, dei-lhe um beijo na bochecha e desci do automóvel que, só deu a partida quando adentrei a casa.

Sad Teens With Happy Faces (Larry & Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora