Capítulo 14 : Um adeus inesperado

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     Faltava um minuto para meia noite, não sabia se iria aguentar até 1hora da madrugada, estava caindo de sono, meus olhos já estavam inchados do choro e do sono, parecia que estava embriagada de tanto uisque, a verdade é que nunca bebir e mesmo assim comparar meu sono com uisque me parecia coerente.

     Levantei da cama, descir e fui na cozinha normalmente para ninguém desconfiar, se é que ainda tinha alguém acordado lá em baixo.

     Descir as escadas devagar,cheguei na sala, tudo vázio, silêncio e normal, o unico som que eu ouvia era o tic do relógio de parede da sala.

     Fui para a cozinha, queria um café bem forte para me manter acordada, abrir a geladeira, olhei, fechei. Não sei por que sempre olho dentro da geladeira quando vou na cozinha, por mas que o que eu queira não esteja na geladeira e eu saiba disso.

     Olhei para a carrafa de café que estava na bancada perto da pia, fui até ela e peguei, coloquei um pouco em um copo plástico e tomei só de uma vez, tipo quando tomamos remédios amargo, bem rápido para não sentir o gosto ruim na boca, o café já estava frio, também desde manhã, é justo está frio então.

     Deixei o copo na pia, tudo com muito cuidado para não correr o risco de não acordar ninguém e sair em direção ao quarto, quando abro a porta da cozinha que dá acesso a sala dou de cara com o meu irmão de 5 anos, ele me olha bem nos olhos e diz:

-Eu sei o que você quer fazer, você não aguenta mais a mamãe, fica tranquila, não vou contar para ela, se eu fosse maior iria com você, eu te amo Cler.

     Ele abraçou minha cintura bem forte e não aguentei, comecei a chorar, me abaixei e o abracei também, depois fiquei de joelhos no chão e falei olhando em seus olhinhos que tão brilhavam.

-Não se preocupe, eu também te amo muito e assim que eu puder volto para te buscar, esse será um segredo nosso, tudo bem?

-Tudo, Cler. Mas vou sentir tanta a sua falta... O papai se foi, agora você também...

     Nesse momento o meu coração apertou de tal forma que parecia que me tinha faltado o ar...
     Me soltei um pouco de seus abraços, segurei em seu rosto e falei:

- Eu também vou sentir muito a sua falta seu danadinho, eu te amo muito. Agora sobe, deite na sua cama e durma, vá bem devagazinho para não acordar ninguém, meu bem.

     Beijei ele na testa e o deixei ir, fiquei olhando ele subir as escadas e lá de cima ele se virou e deu um tchauzinho que me fez desabar ainda mais em um choro desesperador...

Até Nada É Alguma CoisaOnde histórias criam vida. Descubra agora