Faltava um minuto para meia noite, não sabia se iria aguentar até 1hora da madrugada, estava caindo de sono, meus olhos já estavam inchados do choro e do sono, parecia que estava embriagada de tanto uisque, a verdade é que nunca bebir e mesmo assim comparar meu sono com uisque me parecia coerente.
Levantei da cama, descir e fui na cozinha normalmente para ninguém desconfiar, se é que ainda tinha alguém acordado lá em baixo.
Descir as escadas devagar,cheguei na sala, tudo vázio, silêncio e normal, o unico som que eu ouvia era o tic do relógio de parede da sala.
Fui para a cozinha, queria um café bem forte para me manter acordada, abrir a geladeira, olhei, fechei. Não sei por que sempre olho dentro da geladeira quando vou na cozinha, por mas que o que eu queira não esteja na geladeira e eu saiba disso.
Olhei para a carrafa de café que estava na bancada perto da pia, fui até ela e peguei, coloquei um pouco em um copo plástico e tomei só de uma vez, tipo quando tomamos remédios amargo, bem rápido para não sentir o gosto ruim na boca, o café já estava frio, também desde manhã, é justo está frio então.
Deixei o copo na pia, tudo com muito cuidado para não correr o risco de não acordar ninguém e sair em direção ao quarto, quando abro a porta da cozinha que dá acesso a sala dou de cara com o meu irmão de 5 anos, ele me olha bem nos olhos e diz:
-Eu sei o que você quer fazer, você não aguenta mais a mamãe, fica tranquila, não vou contar para ela, se eu fosse maior iria com você, eu te amo Cler.
Ele abraçou minha cintura bem forte e não aguentei, comecei a chorar, me abaixei e o abracei também, depois fiquei de joelhos no chão e falei olhando em seus olhinhos que tão brilhavam.
-Não se preocupe, eu também te amo muito e assim que eu puder volto para te buscar, esse será um segredo nosso, tudo bem?
-Tudo, Cler. Mas vou sentir tanta a sua falta... O papai se foi, agora você também...
Nesse momento o meu coração apertou de tal forma que parecia que me tinha faltado o ar...
Me soltei um pouco de seus abraços, segurei em seu rosto e falei:- Eu também vou sentir muito a sua falta seu danadinho, eu te amo muito. Agora sobe, deite na sua cama e durma, vá bem devagazinho para não acordar ninguém, meu bem.
Beijei ele na testa e o deixei ir, fiquei olhando ele subir as escadas e lá de cima ele se virou e deu um tchauzinho que me fez desabar ainda mais em um choro desesperador...
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Até Nada É Alguma Coisa
DiversosClarice é uma menina de 17 anos que perde o pai em um grave acidente quando ela ainda era criança, desde então Cler(como ela gosta de ser chamada) passa por muitos dramas em sua vida chegando até tentar se matar, pois além de perder o pai que ela am...