Capítulo 66

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Eva narrando

O barulho dos tiros ficava cada vez mais alto e mais perto, ainda conseguia ouvir alguns fogos sendo atirados, e uma gritaria e correria por todo o lado. Estava nem perto de chegar a casa de Cecília e já me sentia cansada e...

Olhei para os lados e mal sabia para que lado devesse ir. Estava perdida. Tudo menos isso, não agora.

Respirei fundo e vi as pessoas correndo, desesperadas para chegar em casa. Tentei parar uma para me explicar qual caminho tomar, mas ninguém me deu atenção.

-Eu vim de lá... –Olhei para a escadaria acima. –Então, a casa de Cecília só pode ser pra lá... –Apontei para o lado esquerdo. –Ou pra lá. –Virei-me para o lado direito.

Droga.

Passei a mão no rosto, limpando o suor que escorria. Eu não presto nem para gravar a droga do caminho. Pra que raio eu sirvo?

Os tiros ficavam cada vez mais perto de mim, e uma bala atravessou a parede de uma casa. Por um centímetro não foi em mim. Sai correndo e entrei no beco, tentando pensar melhor.

-Memória fotográfica, me ajude. –Digo batendo na minha cabeça. –CARALHO.

Escuto os passos de alguém vindo e quando me viro, vejo Alex furioso segurando o meu braço e tampando a minha boca. Ele me prensou contra parede e pediu silencio com o olhar. Assenti e mais tiros foram ouvidos.

Ele tirou a mão da minha boca e mais três moleques do movimento chegaram, armados, olhando de um lado para o outro.

-Tá louca de correr assim, caralho?

-Meu filho está nesse morro, correndo perigo! –Grito, furiosa.

-Que mané correndo perigo o que, ele está com a dona Cecília não está? -Assenti. -Então, porra. –Disse apertando o meu braço.

Ele estava com a sua fuzil pendurada no ombro e duas armas metidas na cintura.

-Alex, eu não pensei, eu só quero...

-Eles estão atrás de você!

-O quê? –Pergunto, boquiaberta.

-Vieram por você. O irmão da Luana veio pra acabar com tua vida, Eloá. –As palavras de Alex martelava a minha cabeça.

Então era isso. Rafael estava comandando essa operação, mas como ele soube que estava aqui? Como?

Neguei com a cabeça e o puxei pela camisa, aproximando-o de mim.

-Preciso tirar meu filho daqui, ele deve está assustado. –Só consigo pensar em Lorenzo.

-Ele está bem, se controla. –Alex segurou o meu rosto com firmeza. –Eu preciso que você mantenha a cabeça no lugar, só assim poderemos sair dessa merda, caralho, ouviu bem?

Assenti.

-Quer salvar o seu filho, não é?

Concordei e olhei para a sua arma.

-Me dá uma. –Peço e ele nega.

-Não!

-Alex! –Exigi, em vão.

Ele olhou para os lados e logo um rapaz se aproximou dele.

-Patrão, a coisa está feia, é melhor vazarmos daqui agora. –Pediu.

Alex concordou. Ele pegou o rádio e se comunicou com Amanda.

-Tá na escuta?

-Fala.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora