Capítulo 7

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"Você não pode conhecer a mente real enquanto você se engana".

- Bodhidharma -

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CAPÍTULO VII

Os Valores de Scylla


Wade


Os dias se passaram e o treinamento de Scylla continuou progredindo. Tanto as aulas de magia quanto as de artes marciais e combate foram bem proveitosas. A garota tinha potencial!

Certo dia, quando o treinamento estava quase no fim, Woody começou a ensiná-la a aprimorar sua afinidade mágica ao passo que Wade cuidava de seus negócios na fazenda. Faltava apenas dois dias para finalmente encerrarem o treinamento, e Wade tentava não pensar como seria quando chegasse o momento em que teria que se despedir da garota, visto que a missão dela estava prestes a começar.

Era de manhã, Carter Wade despertou e aguardou na cama para ouvir o canto do galo. Assim que o galo cantava, curiosamente o peru gorgolejava, e somente após ouvir este pequeno dueto é que Wade finalmente se levantava e dava início as suas atividades diárias.

Após se vestir, ia até a sala e aguardava sua neta. No horário de sempre, ela aparecia para juntos partirem para o exercício costumeiro. Estava combinado que iriam mais uma vez até a nascente do rio.

Naquele dia, porém, ele planejara algo diferente durante o treino. Quando ambos chegaram ao topo da montanha, local onde ocorrera o episódio do resgate de Woody, ele anunciou que iriam treinar ali mesmo. Anteriormente eles haviam apenas acessado o plano astral, local onde não havia desgaste físico ou de enormes quantidades de energia mágica. Levando em conta o fato de que o local onde treinaram lhes concedera um período maior de tempo para que fosse executado um treinamento mais que especial e extremamente proveitoso.

– Scylla, agora nós faremos um pequeno exercício aqui em cima. Woody não está bem, como já deve ter percebido, e este local parece perfeito para o treinamento que idealizei.

– O que nós faremos hoje?

– Quero que demonstre suas novas habilidades mágicas. No plano astral você teve certa facilidade, no entanto aqui é diferente. Você precisa de um esforço maior, e seu poder mágico será consumido aos poucos com o uso de cada habilidade.

– Aprendi durante o treino a medir a quantidade de poder mágico que tenho. Agora sei a porcentagem exata do poder que uso nas minhas técnicas.

– Isso é bom, mas é algo incerto. Você sabia que, mesmo com seu poder mágico esgotado, você pode recorrer em último caso à sua energia vital?

– Vital?

– Sim! Uma espécie de reserva, por assim dizer. Mas já lhe digo de antemão: não é bom depender deste recurso, pois é muito arriscado. Você só pode usar em último caso.

– Que tipo de risco, vovô? – ela questionou.

– Bom, – disse Wade sentando-se em uma pedra próxima à nascente do rio. – você pode cair em extrema exaustão, se abusar desta energia. Pode entrar em coma ou até morrer. Portanto, é muito importante que concentre seus esforços em aumentar seu poder mágico, para que dessa forma não precise usar sua energia vital.

– Entendi vovô. – disse ela de olhos apreensivos.

– Scylla, você não tem afinidade específica com elementos. – disse Wade – Para poder usar alguma habilidade do tipo elementar de nível médio, você precisa fazer uso de algum equipamento, no caso o cetro e o diadema. Então podemos interpretar que você jamais poderá ficar desarmada em uma batalha onde os adversários combatam usando elementos da natureza. Está entendendo?

Os Quatro Guardiões - Livro 1 - O OráculoOnde histórias criam vida. Descubra agora