Capítulo 1

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Miellyn

Em algum momento da sua vida você já foi tomado por um pânico enorme no qual o ar ao seu redor parecia ser insuficiente? Um pânico que lhe causava uma dor no peito que pensou que iria morrer? Falta de ar, pernas e braços começando a ficar dormente, dor no peito, foi assim que eu acordei aquela manhã, eu nunca tinha sido isso antes....

- Miellyn!!! - Minha mãe entrou no quarto e eu não conseguia respondê-la, eu estava sentada na cama, escorada na cabeceira, tentando puxar um ar que parecia ser inexistente. - Kith, vá procurar ajuda!

Meu pai que estava na porta apenas acenou com a cabeça saindo correndo, minha mãe veio ao meu lado, sentando na cama e me puxando na sua direção.

- Calma... Calma... Devagar, respira devagar... - Ela começou a falar, eu queria dizer que eu não conseguia respirar devagar, eu não estava conseguindo respirar, mas naquele momento minha boca estava dormente já e eu não controlava a minha língua. - Respira comigo, vamos... - Ela disse pegando a minha mão e colocou sobre sua clavícula, respirando profundamente e assim me fazendo sentir sua respiração.

Eu tentei, juro que tentei, mas não dava, era automático, eu estava me sentindo já tonta e sem forças quando meu pai chegou com Skuld, meu melhor amigo que recebia treinamento para ser um Liang, Skuld estava usando roupas de dormir e estava descalço, ele parecia tão apavorado quanto todos ali em casa.

- Você vai ficar bem. - Skuld disse ao se aproximar de mim, minha mãe deu o lugar à ele na cama. - O que aconteceu com ela? - Ele perguntou enquanto tirava algumas coisas da bolsa que trouxe.

- Tínhamos acabado de acordar, viemos acordá-la quando nos aproximamos da porta vimos que ela estava passando mal e o Kith foi buscá-lo. - Minha mãe respondeu. - O que está acontecendo com ela?

Skuld não a respondeu, ele começou a me analisar, viu minha respiração, aferiu minha pressão, pediu para eu tentar mexer braços e pernas.

- É só uma crise de pânico. - Ele disse para mim e para meus pais. - Eu vou te dar algo para se acalmar... - Ele disse voltando a mexer na bolsa e tirar alguns frascos de lá. - Posso usar sua cozinha Sra. Elenda?

- Sim, sim... Claro... - Minha mãe respondeu.

- Fiquem com ela... - Ele pediu, eu já volto.

Meus pais me ajudaram a me recostar na cama, eu ainda senti a falta de ar e mal sentia o meu corpo, Skuld não demorou muito à aparecer, trazendo consigo uma caneca que ele colocou sobre a mesa de cabeceira e um pote pequeno contendo duas pastas, uma laranja e uma violeta, ele pegou a pasta violeta e passou no topo da minha cabeça.

- Eu preciso passar essa outra próxima do umbigo dela, vocês poderiam me ajudar? - Ele pediu aos meus pais, mais especificamente à minha mãe.

- Sim... Claro... - Minha mãe respondeu se aproximando da cama e puxou o lençol até próximo à minha cintura e levantou o meu vestido, deixando destampado apenas a parte inferior do meu abdômen.

Skuld se aproximou de mim, seu rosto estava um pouco vermelho, ele pegou a pasta laranja e passou um pouco abaixo do meu umbigo.

- Agora, você precisa beber isso aqui... - Ele disse colocando os potes na mesa de cabeceira e pegando a caneca. - Devagar, sem pressa... - Ele me orientou e meus pais me ajudaram a me sentar na cama e a beber, já que eu não conseguia sentir meus braços.

Enquanto eu tomava o chá, Skuld pegou o que sobrou das duas pastas, juntando-as em um recipiente onde as colocou para queimar, liberando um cheiro tranquilizador enquanto elas queimavam. Todos ficaram ali comigo até depois de eu terminar de beber o chá. Não demorou muito para que minha respiração aos poucos normalizasse e então uma sensação de calma e conforto começou a passar pelo meu corpo.

Handfasting - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora