Cheguei à escola e reparei que havia grupos, aqui e ali, todos com o jornal do dia ou com o computador aberto na página de um jornal. Achei estranho o burburinho, nesta escola nunca acontece nada de interessante. Estava a ir em direção ao bar quando recebo uma mensagem da Mack: «Vem ter connosco à sala 52. J»
Fui buscar uma água e segui para a sala. Quando entrei pela porta aberta da sala 52, reparei que também eles tinham um jornal com eles. Este estava no meio com 4 jovens debruçados sobre ele.
"Bella, está aqui uma notícia sobre aquele acidente em Dublin. Parece que reabriram o caso!" – diz Mack, entusiasmada.
Aproximei-me deles, retirei o jornal das mãos de Logan e li em voz alta:
"Churchtown está em alvoroço de novo. Depois de termos falado com o xerife desta pequena cidade, ficámos a saber que o famoso caso que vitimou 4 jovens e que causou o desaparecimento de um rapaz de apenas 13 anos foi reaberto.
O motivo da reabertura do caso foi uma chamada da pessoa que provocou o acidente, através de um telemóvel de Owen Williams, um senhor de 83 anos a quem foi declarado óbito há cerca de 2 meses. O conteúdo da chamada é confidencial e só conseguimos apurar que a mesma foi feita a partir de Londres.
Sabemos também que a única sobrevivente, Bella, mudou-se para Londres há poucos meses. A agente White apenas nos adiantou que os motivos do sujeito que provocou o crime podem pessoais.
Um caso que vai dar muito que falar." – eu não sabia o que havia de pensar. Ele está mesmo aqui. Em Londres. Reabriram o caso e não me disseram nada.
"A sobrevivente também se chama Bella e mudou-se há pouco tempo." – comentou Logan desconfiado.
"Há imensas Bellas no mundo." – disse um pouco nervosa. – "Pessoal, eu não me estou a sentir bem. Eu vou andando para casa."
Saí da sala sem deixar que os meus amigos dissessem uma palavra. Estava tão apressada que esbarrei contra alguém.
"Desculpa." – disse. Ia continuar a andar, mas agarraram-me no pulso.
"A menina Marin está bem?" – olhei e vi o psicólogo escolar.
"Sim, Dr. Shaw. Estou ótima, só com um bocadinho de pressa." – ele sorriu para mim e era a minha deixa para sair dali.
Fui para o meu lugar favorito de Londres, a floresta. Sentei-me na "minha" árvore e telefonei para a polícia de Churchtown.
"Bom dia, polícia de Churchtown em que posso ser útil?" – perguntou uma voz feminina que eu desconhecia.
"Sim. Eu quero falar com a agente Melissa White." – pedi.
"Momento, por favor." – pediu a "voz".
"Agente White, em que posso ajudar?" – ouvi depois de uns instantes.
"Quando é que tencionavas contar-me que o "assassino" tem problemas pessoais comigo."- perguntei furiosa.
"Bella?! Desculpa, eu ia falar contigo, mas pessoas superiores a mim impediram-me." – desculpou-se.
"Preferiram que eu soubesse através dos jornais. Quem é que deu a minha localização aos jornais?"
"Fui eu, desculpa. Amanhã eu e mais alguns agentes vamos para Londres e podemos encontrar-nos." – sugeriu Melissa.
"Pode ser, mas ninguém pode dar por isso. Eu depois ligo-te."
Desliguei a chamada e sem dar por isso recebi montes de chamadas do Patrick. Olhei para as horas e ele já estava em aula. Decidi não interromper.
Passeei pela floresta e encontrei um esquilo. Aproximei-me um pouco, mas ele mordeu-me. São mais fofos nos filmes.
Ouvi passos atrás mim e fiquei estática. Aqui podia ser qualquer coisa. Tanto podia ser um coelho como um lobo. Senti algo tocar-me no ombro e dei-lhe um murro. Quando olhei para trás vi o Patrick com a mão a fazer pressão no olho.
"Desculpa, assustei-me!" – desculpei-me. Acho que o murro foi fraquinho. – "O que é que estás aqui a fazer?"
"Fiquei preocupado, os teus amigos disseram que te tinhas ido embora porque não te estavas a sentir bem." – disse esfregando o olho.
"Não foi bem isso. Eu depois conto tudo! Deves ter de ir para as aulas." – disse ainda um pouco assustada.
"Não. Eu já não tenho aulas, eu ia corrigir alguns testes, mas tu és mais importante!" – retorquiu com um sorriso doce na cara. Nunca ninguém se preocupou tanto comigo.
Contei-lhe a notícia que saiu no jornal de hoje e que iria saber tudo amanhã. Ele ouviu atentamente enquanto eu falava do encontro com a Melissa.
"Podem ir para o meu apartamento. Lá estão mais à vontade." – ofereceu.
"A convidar uma aluna para sua casa, Sr. O'Neil?!" – ri.
"Não sejas parva. Essa Melissa é de confiança, certo?" - indagou Patrick com uma sobrancelha erguida.
"Claro que sim." – retorqui.
...
Sentada na cama do meu quarto, combinei com a Melissa no apartamento do Patrick amanhã. Estava a acertar os últimos pormenores do nosso encontro, quando a Rachel, a Mack, o Logan e o Shawn entram pela divisão dentro.
"Ligo-te depois!" – desliguei o telemóvel bruscamente.
Eles decidiram que iriam dormir em minha casa. A Srª. e o Sr. Marin adoraram a ideia e foram fazer o jantar para nós. Estávamos a ver uma comédia romântica, por insistência da Mack vimos o "Friends with benefit" e a meio o meu querido telemóvel vibrou.
"É o Sr. O'Neil! Bella, tu e ele..." – perguntou Rachel depois de ver quem me ligava.
"Não!" – quase gritei. – "Ele só me está a ligar porque eu lhe liguei antes por ter uma dúvida num trabalho de casa." – menti.
Desliguei o telemóvel e continuei a ver o filme. O sentido de oportunidade de alguns seres humanos é espantoso!
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Ghosts of the Past
Mystery / ThrillerUma nova cidade, um novo começo... Depois do acidente, Bella nunca mais foi a mesma, mas é em Londres que vai resolver tudo sobre o seu passado. É em Londres que Bella faz novos amigos e tenta começar de novo, mas os fantasmas do passado não vão dei...