O amor contra a guerra

VII

Percebo o olhar cheio de raiva do comandante, como se eles no passado já tivessem se visto, como se Paulo tivesse matado amigos próximos do comandante. Observo os dois trocarem olhares.

-Acabou, Paulo, você vai em cana. Você e mais os seus seguranças fajutos que não morrerem. Você dará sorte se nos EUA você não pegar perpétua.

Paulo nasceu nos Estados Unidos, filho de pais brasileiros que tiravam férias em Miami. Veio de uma família muito rica, aposto que sua chupeta era banhada a ouro e o colchão de seu berço era cheio de notas de 100 dólares. Seus pais morreram quando ele ainda era jovem, e como não sabia administrar dinheiro, mesmo se esforçando perdeu quase toda a fortuna da família. Perdeu a casa, carros, fama, reconhecimento...

Pessoas que se diziam amigas dele, mas na verdade eram interesseiras, logo o deixaram de lado. Isso o irritou muito, como nada já fez com alguém. Ele acabou entrando pro mundo do crime e voltou a enriquecer. Porém, era dinheiro sujo, e acabou se tornando bem mais rico do que era quando criança.

Ele até tenta fugir mas eu o derrubo e o algemo. Levo ele até a viatura e dou um tapinha na porta, sinalizando ao motorista que já podia ir. Fico muito orgulho de mim mesmo por ter prendido ele. Ele é o pior tipo de pessoa que existe. Não se importa com ninguém além dele mesmo, só quer ganhar dinheiro. Não importa o método, nem que seja ilegal ou machuque alguém. Se dá dinheiro, ele quer.

Ele é deportado para os EUA e pega prisão perpétua. Acho bem feito, pois assim ele verá que não vale a pena a vida que ele viveu. Ele podia ganhar muito dinheiro, mas dinheiro limpo, como seus pais Os dois trabalhavam muito para ter o dinheiro. Donos de vinícolas, marcas de roupas e perfumes, plantavam vários tipo de frutas grãos...

Volto para o hotel após dar as entrevistas. Sarah me esperava na porta, com um sorriso enorme no rosto. Ela pula em mim e a seguro no colo. me enchendo de beijos dizendo que sabia que eu conseguiria prender aquele homem. Fico feliz ao ver o quanto ela se orgulha de mim, o quanto se importa comigo, o quanto ela me quer ao seu lado.

Voltamos juntos para casa, e arrumamos ela. Resolvemos fazer um churrasco com os soldados que sobreviveram, e para homenagear aqueles que morreram. Nem todos os mortos foram contados, pois eram como eu, de divisões secretas. Para a imprensa, um policial comum prendeu Paulo, mas nós sabemos que isso esta errado.

Alguns dias depois eu recebo uma medalha demérito, por causa da missão. Ganhei a mais importante das medalhas possíveis para mim, e isso me enche de orgulho para evoluir. Na cerimônia, vejo Sarah sentada na primeira fileira, estava linda com aquele vestido preto. Quando termina, voltamos pra casa.

Olho pra ela e sorrio, vendo que não tem como estar mais feliz ou mais completo. Tenho a melhor namorada e o melhor emprego do mundo. Não tem como ser triste com essa vida que eu tenho. Observo seus olhos e digo:

-Foi uma grande aventura né? Rio e a abraço.

-Verdade. Teremos outras como esta? Ela me pergunta, curiosa.

-é muito provável, já fui para missões perigosas. Agora com essa medalha, e tudo que esta missão bem sucedida me deu, recebi a oportunidade de comandar uma missão. Olho feliz para ela.

-Sério? Parabéns! Ela me abraça forte e me beija. Ficamos alguns minutos abraçados e ela quebra o silêncio, perguntando:

-Já sabe qual a missão vai comandar?

-Não sei, mais cedo ou mais tarde chegará a hora.