– 07 dá pra parar de discutir e pegar logo essa menina como refém pra gente dar o fora daqui? – Diz o outro assaltante que está com as duas sacolas de dinheiro. – Já estamos cercados. Está afim de ser preso, idiota?
– É, tem razão. – Diz o dono dos olhos mais perfeitos que já vi. – Vamos! – Diz olhando para mim e neste mesmo momento me puxa de costas para o seu corpo. Ele passa um braço em volta do meu pescoço me segurando. Passa o nariz que coberto pela toca que usa em minha nuca, elevando até minha orelha e logo em seguida sinto seus lábios, também cobertos pela toca, roçarem meu ouvido quando ele diz baixinho e suavemente – Você é a refém mais cheirosa que já tive.
Eu sei. Deveria estar com medo. Deveria estar berrando de medo. Mas só consigo me arrepiar com o que ele diz. Ele diz tão baixinho e tudo acontece tão rápido que assim que ele termina de dizer essas palavras ao pé de meu ouvido vejo Poncho se movendo e vindo em nossa direção. O que houve com o Poncho? Penso o mesmo que o assaltante disse "Será que ele perdeu o amor à vida?".
O assaltante me segura mais perto de seu corpo com um braço me deixando imóvel e com o outro braço aponta a metralhadora para Poncho.
– Dê mais um passo e você pode dar adeus à vida.
Mas Poncho parece estar surdo e continua vindo em nossa direção quando somente ouço o barulho muito alto de dois disparos da metralhadora. Fecho imediatamente os olhos. E começo a gritar e chorar. Não consigo abrir meus olhos. Sinto o assaltante me soltar assim que alguém nos empurra. Acredito que seja um de seus cúmplices quando grita...
– TÁ LOUCO CARA? VOCÊ VAI FERRAR A GENTE!
– Relaxa cara, pega aquela morena ali como refém e vamos! – Diz o assaltante que me segurava.
Abro os olhos e vejo Poncho estirado no chão com dois tiros no peito sagrando muito. Anahí está em prantos debruçada sobre seu corpo. Olho para o lado e vejo um dos assaltante pegando May, nossa chefa, e saindo com ela do banco. Quando todos os assaltantes saem, ouço alguns disparos do lado de fora do banco e fico apreensiva por May ter sido levada. Mas não consigo acreditar que Poncho, meu melhor amigo. Aquele que eu nunca me veria sem ele está baleado na minha frente e sangrando horrores.
– CHAMEM UMA AMBULÂNCIA!!! FAÇAM ALGUMA COISA!!! – Suplico aos berros para as pessoas que estão no banco ainda muito assustadas.
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Aquele Olhar - VONDY
FanfictionVocê acredita em amor a primeira vista? Acredita que um simples olhar possa mudar todo o rumo de uma vida? Acredita que exista um tempo e um lugar certo para se apaixonar? Nessa história, Dulce Maria, uma jovem muito bem sucedida em sua vida tanto...