Somebody To You 2 || Bradley Simpson (Em Revisão)

Eu encontrei um rapazinho.

{Gabriela}

Eu finalmente estava recebendo um abraço reconfortante, mas não era da pessoa que eu queria. Olhando nos meus olhos, Vic ainda não sabia decifrar o que estava se passando e fez a maior cara de confusa. Afinal, depois de um longo tempo sem me ver. Não era assim que eu queria chegar ao Brasil, carregando o peso da culpa da mentira e o nó na garganta de angustia. O "Não me ligue mais." Estava funcionando da maneira que eu pedi, mas eu não estava preparada. Um vazio tomava conta do meu coração toda à vez que eu me lembrava dos meninos no aeroporto me dizendo adeus, mas quem eu mais queria não estava lá e nem uma mensagem de "boa viajem" eu recebi.

-Você é muito orgulhosa, Gabriela Marie Tunner! – Vic repreendeu minhas lágrimas.

-Vai se ferrar! Você não sabe metade do que aconteceu. – fiz bico.

-E nem preciso. Já sei que você brigou com o Bradley e etc... Aquela história de sempre. – Ela cruzou os braços e rolou os olhos. – Vocês nunca vão mudar?

-Dessa vez foi diferente. – suspirei me sentando na cadeira do aeroporto.

-O que pode ter acontecido com o casal novela mexicana? – ela riu rolando os olhos.

-Várias merdas feitas por minha pessoa... – Ela me olhou e começou a rir.

-Vamos para minha casa, vamos ter o dia inteiro para conversar. – ela passou os braços pelo meu pescoço quando me levantei.

E assim fomos embora daquele aeroporto. Eu iria para a casa dela como nos velhos tempos e colocar a conversa em dia. Mal ela estava pronta para a bomba que iria vir.

[...]

-Titia Mirela sentiu sua falta! – Mirela me abraçava apertado.

-Você está com um chupão no pescoço. – falei mesmo sabendo que aquela puta sabia.

-Ah, isso não foi nada. – ela riu. – Você está mais gorda! – zombou da minha cara.

-Também senti isso quando te abracei. – gritou Beatriz.

-Você tem que para de comer tanto doce, senão vai perder seu corpo, que por sinal estava bonito. Estava! – Vic riu.

-A tendência é crescer mais. – falei me sentando.

Tudo o que tinha a ver com aquele assunto me deixava triste. Depois de tanta coisa que aconteceu, até fico surpresa de não me afogar no álcool. Enquanto elas se entreolhavam, confusas, eu tomei coragem de falar o que aconteceu.

-Eu e Zayn... Nós... E isso acabou gerando isso! – apontei para minha barriga.

-Você não toma jeito mesmo, ein? – Vic me repreendeu e ficou brava.

-Zayn? – Mirela riu.

-A vida é totalmente impressionante. – Bia me olhou torto.

-Eu estava bêbada, suas putas! – me irritei.

-Mesma desculpa de sempre... – Mirela riu e Bia a acompanhou.

-Vão para a puta que... – meu telefone toca.

Por mais que eu ame xingar bem alto e não atender telefone, eu já pensei no pior quando vi o número que me ligava. De acordo com as treze chamadas perdidas da minha mãe, coisa boa não era e eu já sabia o que era. Afinal, quando saímos do avião, minha irmã não estava passando bem.

Depois que atendi ao telefone, sai correndo da casa da Vic para o hospital. Meu coração estava batendo rápido e eu corri o mais rápido que eu pude. Mas deu tempo suficiente para que eu entrasse naquele maldito hospital, naquela maldita sala e ver aquele maravilhoso e pequeno menininho chorando no colo da minha irmã e ela toda emocionada sorrindo para mim. Pelo menos uma coisa boa aconteceu, depois de tanto desastres.

Esperei até que tudo se acalmasse para eu falar com ela e assim que minha mãe saiu de lá, eu entrei. Ela estava deitada e me olhou com um olhar meigo de como dissesse "Você veio, sua vadia!". Amor de irmã é uma coisa incondicional.

-Bem, agora eu sou titia. – falei sorrindo enquanto me sentada ao lado dela.

-Em breve, mãe. – ela colocou a mão na minha barriga. – Você queria que ele estivesse lá, não é? – ela me perguntou.

-Acho que sim... – bufei.

-Não é falando para ele te esquecer, que vai se livrar dele tão fácil assim.

-Acho que já me livrei, isso é que é o pior! – olhei para ela e vi sua mão com um anel de ouro. – Não siga os passos da sua irmã. – sorri para ela.

-Vai dar tudo certo, tanto pra mim, quanto pra você. Você vai ver!

-Tomara! – ela me abraçou.

{Bradley}

-Parem de me encher, não deu tempo de chegar. – eu me irritei com os meninos.

Foi triste saber de sua partida e ver também que quando eu cheguei, ela já não estava mais lá. Mas tenho certeza que seria diferente das outras vezes em que nos despedimos. Ela não iria chorar. Não iria me abraçar. Não iria me dar um intenso beijo de adeus. Nem olhar para trás com os olhos marejados, para partir meu coração ao meio. Ela estava diferente e eu também. Talvez assim fosse melhor. Desesperançoso no amor e tudo o que tinha a ver com ela.

-Tudo bem, só não quero ouvir você com remorso de não ter ido e reclamando na minha orelha. – Tristan me repreendeu.

-Eu vou embora e você pode ficar ai com sua cara fechada. – Connor puxou os outros meninos para fora.

Depois que foram, nada me impedia de socar a parede com meu fabuloso remorso. Aquilo fez minha mão doer, mas nada se comparava a dor do meu coração. Eu a deixei escapar tantas vezes e agora, talvez, seja definitivo.

Ouvi meu celular tocar e sai procurando ele, como a Gabriela fazia. Era um numero desconhecido, no qual eu fiquei recioso para atender.

-Alo? – atendi no, quase, último toque.

-É o Bradley, certo? – a voz do outro lado era reconhecível.

-Sim, quem é? – perguntei.

-Uma pessoa que você vai querer ouvir... – ela disse suavemente.

-Só vou escutar se me disser quem é. – gritei.

-Ficou paranoico, garoto? Ou continua doido mesmo? Vai me ouvir sim! E não é para ficar com remorso e vir correndo para o Brasil, achando que as coisas vão irão melhorar, pois não vão. Vocês tinham tudo para dar certo e ainda podem dar, é só você confiar em mim e dar tempo ao tempo. As coisas vão mudar. Ela já está mudando e sei que você também, mas o pensamento dela continua em você e talvez isso seja recíproco. Só continue o mesmo Bradley de sempre e quando as coisas ficarem estáveis, você aparece. Vocês eram jovens, mas quem sabe agora, mais maduros, não dê certo?

E assim a chamada encerrou.