Prólogo

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        20 de Outubro de 2014

Mia Thompson estava prestes a se encontar com seu amado Freddie Williams.

Faltando apenas alguns minutos para o encontro tão esperado, Mia estava feliz e ansiosa, mal sabia ela o que estava por vir.

Como se lessê seus pensamentos Fred, como ela costumava o chamar, chegou, tão lindo como ela esperava, porém seu rosto não estava tão iluminado como ela estava costumada ver, muito pelo contrário, seu rosto estava mostrando culpa e tristeza.

Ele a comprimentou com um beijo em sua bochecha, o que trouxe mais pensamentos para a imaginação fertil que sua namorada possuía.

Como num passe de magica, ambos estavam indo para o restaurante que Fred demorou meses para conseguir uma vaga. Mia se lembrará do dia em que seu namorado anunciou que havia conseguido a tão esperada vaga. Ela não conseguia esconder a felicidade, mas o rosto de Fred estava deixando-a aflita.

Chegando em frente ao restaurante, Fred abriu a porta para que Mia descesse. Ele não conseguiu esconder o sorriso, mas seu coração estava apertado, a noite que era pra ser uma das melhores tinha a chance de ser uma das piores.

Entraram e se acomodaram em sua mesa, logo o garçom foi até eles e entregou o cardápio.

Mia observava tudo com admiração, mas o rosto de seu namorado estava a incomodando.

-Pode me dizer o que esta acontecendo, amor?- Mia diz com carinho.

-Vamos comer primeiro, depois conversamos.- ela conseguiu ver em seus olhos uma tristeza imensa, não poderia aguentar vê-lo desta forma.

-Me diz o que te aflinge, sabe que não vou conseguir comer se não me contar.

-Mia você sabe o quanto eu te amo não é?- Fred perguntou, mas já sabia a resposta, ele sempre se declarou para ela, mesmo não sendo a pessoa mais romântica do mundo.- O que eu terei que fazer não é uma escolha, não tenho uma opção.

-Fred você está me assustando. Seja mais óbvio por favor.- Mia diz.

-Lembra que eu te disse que eu tinha descoberto que meu pai está vivo?- ela assente.- Ele está doente e eu preciso ir cuidar dele, na verdade ele me ligou e pediu para que eu fosse pra lá o mais rápido possivel. Sei que ele não é um exemplo de pai, mas mesmo assim não deixa de ser o meu pai, nunca o vi, mas você sabe melhor que ninguém o quanto eu esperei pelo nosso encontro.

Mia não sabia o que dizer, ela não estava tão preocupada como de ínicio, então sorriu e estendeu a mão para pegar a de Fred.

-Amor,- ela começa e pega em sua mão.- entendo que esteja assim pelo fato de que seu pai está doente, mas não consigo entender essa tristeza e magoa nos seus olhos.

-Mia acontece que quando eu for pra lá, não sei quando voltar.

-Lá onde?

-Londres, meu pai mora lá. Ele disse que antes de adoecer iria vir para o Brasil, mas não deu tempo.

-Amor, vai ficar tudo bem. Não se preocupe, seu pai vai melhorar logo e você vai voltar.

Fred respirou fundo e sabia que essa era a pior parte da conversa.

-Amor acontece que meu pai quer que eu assuma a empresa que ele tem lá. Eu sou seu único herdeiro.

-Está me dizendo que não vai mais voltar?- Mia sentiu que tinha perdido o chão. Sabia que Fred não iria brincar com uma coisa dessas. E ela como uma boa entendedora tentou não ficar chateada.

-Talvez, mas você pode ir comigo.- nesse momento Mia viu o brilho surgindo nos olhos do namorado, mas não podia aceitar.

-Fred, você sabe que eu estou no meio do meu TCC, não posso simplesmente ir embora e largar tudo.

-Eu sei, não custa nada tentar.- o rosto caido de Fred acusava o quanto estava infeliz com a situação.

Como o clima estava tenso eles foram embora sem ao menos provar a comida.

Quando chegou em frente ao apartamento de Mia, ambos sabiam que iria ser uma despedida dolorosa.

Fred olhou no fundo dos olhos da namorada que ele sempre admirou. Mia já não podia mais segurar o choro e conforme as lágrimas desciam pelo seu rosto, ela podia sentir que seu coração estava sendo amassado sem um pingo de dó.

Ficaram abraçados por longos minutos, querendo que aquilo se eternizasse. Num sussurro Mia pediu a Deus que se fosse possível deixasse ele com ela, se não, só o trouxesse de volta.

Ambos sabiam o quão dolorida era a partida de Fred, mas era inevitável, afinal era a vida do pai desconhecido dele.

Ela desceu e correu pra seu prédio se esquecendo que o mesmo tinha elevador.

Ela só queria que a viagem até o sétimo andar fosse mais dolorosa do que a dor insuportavel que seu coração estava sentindo.

Quando chegou a seu apartamento ela foi até a janela e de lá pode observar Fred.

Essa seria a última vez que se veriam?

A pergunta inundava o coração e os olhos de Mia.

E dentro daquele carro, Fred queria que tudo aquilo fosse mentira. Como ele sempre fazia, dirigiu até a casa de sua mãe, mas não antes de olhar e ver Mia em sua janela, olhando para o céu e como se fosse possível, sentiu ainda mais a dor da perda.

Chegando na casa de sua mãe, entrou e viu sua mãe sentada no sofá, aquela cena trouxe a Fred um sentimento nostalgico.

Sua mãe o conhecia tão bem que nem lhe perguntou o que estava acontecendo, simplesmente estendeu o braço e puxou seu filho.

Fred se sentia uma criancinha de seis anos que perdeu o brinquedo favorito, mas ele não estava se importando com isso, deitou no colo de sua mãe e chorou, como se o choro fosse aliviar a dor de seu coração.

E é como um dia me disseram, se um homem chorar por uma mulher ele nunca amará outra com a mesma intensidade.

E foi com o coração partido por deixar sua amada que Fred nem ousou ligar pra avisar que estava indo.

Foi, e ele sabia que daquele dia em diante seus dias nunca mais seriam os mesmos, alegres e felizes. Ele sabia que tinha deixado sua felicidade no sétimo andar do prédio azul no centro de São Paulo, sabia também que uma parte de seu coração estava lá, mas ele não pode perder a esperança do seu amor.

Mia e o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora