Capítulo 68

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O clima na sala de jantar, mais uma vez, era de descontração. Joanne, Donny, Dexter, Patricia, Dakota e eu estávamos jogando pôquer, além de um pouco de conversa fora, a fim de diminuir o estresse do dia. Assim que terminamos o jantar, minha irmã deu a ideia de jogarmos apostando dinheiro mesmo, já que Patricia não pode ingerir álcool por causa dos medicamentos para dores. E ela insistiu que deveria preparar o jantar, ou, pelo menos, me ajudar, pois estava se sentindo uma inútil; como se houvesse necessidade.

A campainha ecoou pelo galpão e eu ganhei a rodada, indo atender em seguida. E no instante em que eu abri a porta e me deparei com David Grey, eu lhe acertei um soco no nariz. Ele recuou dois degraus, e eu aproveitei para fechar a porta atrás de mim e incentivá-lo a descer.

— Seu filho da puta. Nunca mais volte aqui.

— Eu quero falar com a Dakota. — Ele cobria o nariz.

— Você não tem nada para falar com ela, desgraçado. Sai daqui antes que eu chame a polícia. Por sua causa, minha noiva sofreu um acidente.

— Eu preciso ver a Patricia.

— Você não vai ver ninguém, David Grey. Vai embora. — Empurrei-o.

— Para com isso. — Ele limpou o sangue. — Porra. Primeiro Patricia acerta a minha boca e agora, você no nariz.

— Vai embora antes que eu acabe com sua raça.

Ele entrou no carro e saiu dali cantando pneu.

— Baby? — questionou e eu a olhei e subi a escada novamente. — O que houve?

— Grey. Acertei um soco no nariz dele e o coloquei para correr. Acho que entrar para o box esse ano está começando a valer a pena.

Patricia deu uma risadinha e jogou os braços ao redor do meu pescoço.

— Meu herói.

Seu. — Rocei meu nariz contra o dela, fazendo-a sorrir imensamente. — Agora, vamos iniciar uma nova partida que eu quero deixar todos sem um tostão.

Entramos no galpão e seguimos para a sala, onde o pessoal nos esperava.

— Quem era? — questionou Joanne, curiosa como sempre.

— Ninguém. — Eu puxei a cadeira para Patricia e depois que ela sentou, me acomodei. — Podemos retomar o jogo?

Donny distribuiu as cartas e voltamos a jogar, sob o olhar curioso da minha irmã.

***

— Vão sem mim — disse Patricia, sonolenta e cabisbaixa, puxando o cobertor até a cabeça. — Eu estou cansada. Ficar pulando num pé de um lado para o outro é cansativo.

— Amiga, por favor. — Dakota insistiu, mas conhecendo minha noiva como eu conhecia, sabia que sua decisão estava irredutível.

— Vão sem ela. Vamos ficar aqui — disse e Dakota ergueu as mãos, em rendição.

— Tudo bem. — Ela se aproximou da amiga, beijou a parte que estava exposta dos cabelos castanhos. — Se cuida e qualquer probleminha, me liga.

— Pode deixar, amiga. Divirtam-se. — Ela acenou para o teto e Dakota riu.

— Tchau, Paul.

— Eu vou acompanhá-los até a porta.

Dexter já havia se despedido da Minha Garota; apesar do pouquíssimo tempo, ele sabia quando Patricia não estava para brincadeiras. Guiei os dois em direção à saída. Era um domingo incrível para curtir um parque de diversões, um piquenique no parque ou apenas uma manhã na praia, mas Paty estava com o pé imobilizado e chateada por não poder fazer absolutamente nada sozinha; até quando se arriscava em pular pela casa, acabava recorrendo a mim para ajudá-la.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora