II Rafael, o pitbull

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Era 2:00 horas da madrugada, eu e meu marido voltamos da cidade de São Carlos, interior Paulista, o qual havia levado alguns cães para a minha encantadora amiga Sonia. Quando encontro dois cães vagando na estrada escura. Conforme o carro se locomovia, os dois cães nos seguiam. Não podíamos deixá-los naquela estrada escura e sem casas. Nós morávamos afastados da cidade, em região que havia apenas chácaras, e que muitos donos das propriedades deixavam seus cães assim como sua propriedade em mãos de caseiros, e muitas vezes, os cachorros fugiram e se perdiam depois de uma chuva, perdendo o faro sem saber voltar. Acreditamos que era esse o caso, pois havia chovido na noite anterior ao achado.

Paramos o carro e abrimos a porta, sem constrangimento, os dois cães, ele e uma fêmea entraram e se alojaram no banco traseiro. Sentados e nos olhando, como dizendo "Estamos prontos, vamos embora, estamos com fome".

Rafael estava muito magro, via-se a costelas, para um pit bull, percebemos que a alimentação dele era precária ou ele estava muito tempo abandonado.

Seguimos nosso caminho até em casa, arrumamos suas camas e demos comida. Eles estavam famintos, e depois de se alimentarem deitaram e dormiram. Estavam protegidos.

O trabalho iniciará a partir daquele momento pós resgate. No outro dia cedinho, meu marido os levou para o veterinário para um banho e exames clinicos. Com exames perfeitos e banho tomados, começaria a divulgação dos mesmos. Primeiro espalhamos cartazes no nosso bairro, e esperamos uma semana para que quem os tivesse perdido viesse reclamar ser dono dos dois, e depois como o dono não apareceu, divulgamos fotos na época no orkut.

Um rapaz se interessou por ele, e então depois da entrevista, fomos conhecer o local ,o qual ele fixaria residência junto do seu dono humano. Era uma casa bem grande, com quintal, mas Rafael iria morar dentro da casa, com o jovem de 20 anos. Adoção feita por um mês após a doação. Sempre ligamos para saber se tudo corria bem, e com respostas sempre positivas, achávamos que ele havia encontrado um dono perfeito.

Um dia depois de um mês e meio após adoção, o rapaz liga para mim, dizendo que sua família não quer mais que o Rafael em sua casa, e que era para buscarmos ele. Eu de imediato fui, sempre acreditei que se não querem mais, tem que ir o mais rápido buscar, temia que o pusessem na rua. Sempre deixei claro nas doações, que se não quiser mais, me diga que buscarei, assim não corria o risco de pôr na rua, ou doar para terceiros, sem meu conhecimento.

E assim, após lágrimas do rapaz, ele nos devolveu Rafael a contra gosto. Rafael cheirava a perfume, estava gordo e muito calmo, o que denota que era bem tratado. O rapaz nos pediu desculpas, mas que a casa era da mãe, e sendo dela era suas regras.

De volta para casa, de novo nessa nova etapa, ele voltou às páginas de doação. Mas nunca mais foi adotado, ficou em nossa família até morrer em 2018.

Reino Animal, um Amor  IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora