Bethlem Royal Hospital

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Faltam exatamente 7 minutos para a minha última aula acabar. Isto é sinónimo de: vou ter de ir encontrar-me com o Oliver.

"Então, como foram as aulas, Bella?" – perguntou sarcasticamente Oliver.

"Não sejas parvo! Vai direto ao assunto!" – pedi agressivamente.

"Eu sei do teu segredo!" – disse com uma voz obscura. – "E tu vais ajudar-me. No mês passado o meu melhor amigo foi morto."

"Os meus sinceros sentimentos. Quanto a isso não posso fazer muito!" – disse apressadamente.

"Podes. Eu sei que sim! Eu também sei que tu vês fantasmas e vais trazer o Thomas de volta. Percebeste?" – perguntou já chateado.

"Primeiro, eu não tenho medo de ti. Segundo, se eu pudesse trazer pessoas de volta à vida já tinha feito os meus amigos e a minha irmã voltarem. Pensa um bocadinho, se fazes favor! Terceiro, eu não vejo fantasmas. E por último, eu já tenho coisas combinadas." – informei.

"Tu não enganas ninguém! Toda a gente te via a falar sozinha e eu falei com um dos teus psicólogos e ele disse que tu dizes que vês fantasmas. Tu vais ajudar-me ouviste?!" – avisou Oliver, agarrando-me no braço.

"Está tudo bem aqui?" – perguntou uma voz minha conhecida. Shawn.

"Sim. Eu só a confundi com outra pessoa." – mentiu Oliver e afastou-se.

...

"Tens a certeza que queres fazer isto?" – perguntou Patrick à porta do hospital.

"Sim." – respondi simplesmente.

Saímos do carro e fomos até à entrada do hospital. Aquilo por dentro é um susto. Fui até à receção e passei por um funcionário que levava à força um doente para o seu quarto.

"Boa tarde. Em que posso ser-lhe útil? Se é para internar alguém, devo avisar que estamos cheios!" – disse a senhora da receção.

"Não, não é isso. Eu preciso de ver uma paciente. Chama-se Mary Chapman." – informei. Eu estava nitidamente nervosa.

"É da família?" – perguntou sem tirar os olhos de uns papéis que estava a consultar.

"Não."

"Lamento, mas não estamos autorizados a aceitar visitas fora da família." – informou sem emoção na voz.

"Mas eu preciso muito de falar com ela. Deixe-me entrar por favor!" – pedi desesperadamente.

A recepcionista nem respondeu e entrou para uma porta qualquer. Eu tenho um azar! Pensei em entrar discretamente, mas está um guarda a proteger as grades que dão acesso aos quartos.

"Então?" – perguntou Patrick.

"Não me deixam entrar porque não sou da família. O que é que eu faço agora?" – perguntei derrotada.

"Deixa comigo." – disse Patrick.

O professor dirigiu-se até ao balcão e esperou que a recepcionista voltasse. Perguntei vezes sem conta o que é que ele estava a pensar fazer, mas ele apenas me pedia calma. Eu estava tudo menos calma.

"Boa tarde, senhor. Eu disse à sua namorada que não pode ir visitar a Sr.ª Chapman." – disse a mulherzinha.

"Tem a certeza?" – perguntou Patrick estendendo umas quantas notas. Eu não acredito que ele a está a subornar!

"Vou abrir uma exceção. Mas é só porque estou bem-disposta." – aceitou, pegando nas notas.

Deu-me um cartão de visitante que me deu acesso aos quartos. Se eu já achava que a entrada era degradante, os corredores nem se fala. Que deprimente! As paredes são cinzentas e a iluminação é muito fraca. Eu não sei como é que este sítio está cheio. Eu não seria capaz de pôr um familiar meu neste hospital.

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