— Não! Não pode ser! — Dexter colocou o joystick sobre a mesinha de centro e levantou, indignado, enquanto Patricia e Dakota se acabavam de rir da sua cara de desespero. — Porra. Paul!
Eu simplesmente ergui as mãos. Que culpa eu tinha se minha noiva era a melhor jogadora que eu conhecia? Eu prendi os lábios numa linha rígida, contendo a risada. Dexter havia sido massacrado pela Patricia cinco vezes, quando ele disse que seria apenas a melhor de três, depois de já ter perdido uma. Ou seja, perdera seis vezes ao todo. Dakota se divertia e isso era ótimo tanto para ela quanto para a Minha Garota, que passara o fim de semana se culpado pelo que acontecera. Havia pouco tempo que a minha família tinha ido embora e já era bem tarde.
— Que culpa eu tenho se você é desligado. — Ela defendeu-se.
— Desligado? Eu quero revanche. — Dex sentou-se e pegou o joystick outra vez.
— Podemos deixar para amanhã? — Paty bocejou. — Eu estou sonolenta. Não sei se é resultado dos medicamentos. — Ela deu de ombros. — Desculpem.
— Melhor eu ir. — Dakota se colocou de pé.
— Que tal darmos uma volta? — Sugeriu Dex. — Eu estou sem sono.
— Perfeito. — Ela sorriu para ele. — Deixa só eu me despedir da minha amiga. — Ela se aproximou de Paty e a envolveu num abraço. Trocaram murmúrios e Dakota veio até mim. — Muito obrigada pela recepção.
— Eu quem agradeço. — Abracei-a. — Fica bem.
— Pode deixar.
Acenamos para Dexter e eles saíram. Desliguei o console, guardei tudo e peguei minha noiva nos braços, levando-a ao quarto. Ajudei-a a despir-se, vestir a camisola e por fim, escovar os dentes. Eu logo cuidei de mim e juntei-me a ela na imensa cama.
— Precisa ir com Dex ver o smoking dele antes de ele ir para Londres.
— Eu vou, Minha Garota. Fique tranquila.
— Ele e Dakota seriam um lindo casal. Pena que... O desgraçado apareceu antes e estragou a possibilidade de ela se envolver com alguém.
— Vamos dar tempo ao tempo. — Puxei-a para os meus braços. — Eles ainda vão se ver. — Beijei sua testa.
— Tem toda razão.
— E quando eu não tenho?
***
Felizmente, como na semana anterior, Dakota estaria ajudando Patricia. Dexter me garantiu que cuidaria da refeição, mesmo não sendo tão bom na cozinha quanto eu. Pensar que ele tinha vindo passar as férias... Entretanto, eu não tinha a quem recorrer. Patricia dispensou a mãe, quando esta se oferecera, pois estava ciente de que Blake não facilitaria as coisas. Ela também dispensou minha família, dizendo que não se sentiria bem se alguém perdesse trabalho por sua culpa. Além de ter feito o mesmo com seus parentes.
E aqui estava eu, preso numa reunião, totalmente entediante, a respeito da qualidade do material utilizado numa grande construção. Como se a nossa empresa não tivesse o compromisso com os clientes. Eu defendi a todos com unhas e dentes, enquanto Kevin me observava, ciente de que ele estava me analisando como o futuro presidente daqui.
A minha noiva havia ligado para saber como eu estava e eu lhe garanti que estava bem, mesmo preocupado com ela. Eu estava ciente de que Dakota se sentia culpada pelo que acontecera, mas todos nós estávamos cientes de quem realmente era.
Soltei um suspiro e cerrei os dentes, fitando a mulher de cabelos dourados e frios olhos azuis, que parecia se deleitar comigo prestes a ter um surto, porém eu tinha que manter a sanidade. Pelo bem da empresa. Então, vesti a minha melhor máscara de passividade, de autocontrole e me mantive firme em todas as minhas alegações.
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Amiga da Minha Irmã
RomantikDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...