II

200 25 60
                                    


Depois de uma rodada de sexo romântico, onde o namogato fez questão de pontuar cada parte que ama em meu corpo, eu estava morrendo de fome.

— Rafael, preciso realmente comer alguma coisa — tentei levantar.

— Eu não sirvo? — se insinuou estendendo os braços, vestido apenas com uma cueca Box preta, não resisti e acabei envolta em seus braços mais uma vez naquela noite.

— Por que não pode ser sempre assim?

— Comer comida de restaurante todo dia faz mal à saúde namogato e ao bolso também — descontraí, pois sabia onde ele pretendia chegar.

— Não me diga... E você sabe bem que não é disso que estou falando, meu amor— falou tentando sorrir.

— Sei!? Que tal chocolate com Rafael? É uma combinação deliciosa...

— Não Manuela, não dessa vez — respondeu ficando de pé.

Droga, eu sempre conseguia seduzi-lo com o chocolate, mas agora ele estava prestes a começar com o sermão e eu não queria brigar.

—Tá, sem chocolate com Rafael — disse com uma voz triste.

— Preciso falar com você.

— Podemos ter essa conversa quando eu voltar de viagem? Falando nisso faltam apenas algumas horas, precisamos ir...

— Por falar em viagem, o que você pretende fazer além de passar os dias no evento?

— Amor, eu pretendo ficar pelo menos vinte horas por dia no evento, só vou sair de lá para desmaiar no hotel.

— E a Beatriz? — falou enquanto vestia sua calça.

— O que tem a Bia? — fingi não entender o que ele queria perguntar.

Ele vivia preso nos resquícios de quem fora a Beatriz na época da faculdade, ela era a versão feminina de um cafajeste pegador.

— Aposto que vai querer sair, ver gente, conhecer um barzinho...

Não deixei ele terminar dessa vez e mandei na lata.

— E?

— E Manuela? Ela tem namorado, lembra? Não deveria sair por aí...

— Rafael quantos anos você tem?! Parece meu avô falando. Ela tem namorado assim como eu sou noiva e uma simples ida à noite carioca não arrancará nenhum pedaço. Além do mais eu já passei da idade de ser levada para o mau caminho.

— Então pelo visto você irá à noite carioca.

— Eu não disse isso, poxa amor larga esse ciúme e aproveita que eu tô aqui, falei puxando-o para um beijo longo.

***

Faltava menos de uma hora para o embarque, estávamos eu, o Rafa e a Bia no saguão do aeroporto, esperando chamarem. Estava ansiosa, aflita, afinal dentro de poucas horas eu estaria sozinha dentro do avião, não sozinha literalmente, mas só, sem ninguém conhecido para conversar. Apesar de já ter viajado de avião um zilhão de vezes a aflição era sempre a mesma, taquicardia, sudorese, tremores e o quadro de ansiedade estava completo.

— Manu, vamos ao banheiro comigo — disse Bia como se adivinhasse que eu precisava conversar.

— O que foi? O Rafael deu outro sermão sobre a viagem? — ela perguntou quando estávamos a sós.

— Pelo contrário, me levou ao resort que me pediu em noivado. Foi carinhoso, mas...

— Está ansiosa pela viagem? Vai ficar tudo bem amiga — falou me abraçando — no sábado logo cedinho estarei te acordando no hotel. Enquanto isso concentra nos autógrafos, vai registrando tudo e me mantém atualizada durante o dia.

Páginas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora