13:00h

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13:00 h

Ian abriu os olhos abruptamente, o peito arfando e o terror subitamente voltando a assolar seu ser. Ele se demora alguns segundos, imóvel, registrando tudo oque acabara de acontecer. Então decide se mexer; Não adianta, ele continua imóvel, ou pelo menos... É forçado a continuar.

— Mas que m...

Ian tem seu corpo preso por cipós da copa de uma árvore — uma alta árvore — ele constata ao olhar, com muito custo, para baixo. Como ele havia ido parar ali? Ian procura algum sinal de seu carro, que há alguns segundos atrás estava na autoestrada, com ele dentro, mas não obtém sucesso em encontrar o carro ou a pista tampouco.

12:54 h

Ian saía da cidade pegando a autoestrada rumo ao litoral, onde ficava sua pousada. Corria numa velocidade um tanto ousada, mas era início de sua quinzena de férias do empreendedorismo, da monotonia e do stress da administração de uma empresa. Ian queria mais era sentir o vento no rosto enquanto ouvia Revolt tocar no rádio do carro.

Não havia mais veículo algum na rodovia além do dele quando aconteceu; Inicialmente oque Ian sentiu foi uma tontura que veio veloz e intensa, oque era estranho, pois ele não se lembrava de já ter tido aquele tipo de problema alguma vez na vida.

A tontura embaçou seus olhos e na tentativa de frear o carro em alta velocidade o pior aconteceu:

O carro rodou na pista e em seguida capotou uma, duas, três vezes. Ian, sem cinto de segurança, foi arremessado do veículo, e antes de sua visão escurecer por completo, a ultima imagem gravada por sua mente foi o vislumbre que ele teve do seu conversível capotando lá embaixo e ele voando — metros de distância do chão — para fora da pista.

13:01 h

Agora ele se encontrava ali, preso de maneira desconfortável entre cipós e galhos, com alguns cortes no rosto e rasgos em sua folgada roupa de verão.

Ian com certeza havia voado muitos metros para dentro daquela floresta. Estava tão rápido assim? Mas ele constatava agora, que não tinha nenhum ferimento grave; oque o fez respirar um pouco mais aliviado, e incrédulo.

Depois de mais um minuto preso ali, se recuperando da tremedeira e do susto, o raciocínio voltou a trabalhar melhor e o empresário pensou que deveria achar um jeito de descer dali, encontrar seu carro — ou oque restara dele — procurar seu celular que havia sido guardado dentro do porta-luvas (Ian não queria ninguém o atrapalhando durante as férias com ligações ou mensagens se tratando de negócios) e pedir socorro.

Mas agora ele precisava se desenrolar de toda aquela flora.

13:05h

Grace andava, assustada, esquadrinhando todo aquele verde, todo o marrom, toda aquela paleta de cores totalmente destoante da que via há alguns minutos atrás; o cinza da cidade. A sinfonia perturbadora dos carros havia sido substituída pela dos bichos da floresta e aquilo era aterrorizante.

— Por favor... alguém me ajude... — ela pedia para o verde. Não fazia sentido. Nada daquilo devia estar acontecendo.

Uma tontura, no meio da rua enquanto esperava o transporte para a universidade, um desmaio e agora Grace estava ali. Se fosse algum tipo de brincadeira, era com certeza de muito mau gosto. Mas alguém seria capaz de desacordá-la e trazê-la até ali? Por qual motivo? Seria um sequestro? Não, não podia ser, não havia ninguém na rua, Grace havia desmaiado sozinha, minutos atrás.

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⏰ Última atualização: Oct 02, 2016 ⏰

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Transcendência - Primeira TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora