Maria Antônia.
Maria Antônia se vestia de poesia, todo dia. Fazia tudo como se fosse a primeira vez, seja na rua ou no trabalho sua alegria sempre batia contra o fluxo natural das pessoas. Chegara aos trinta mais rápido do que queria, se sentia mais velha que a maioria. Nunca havia feito nada de muito importante, nunca havia lançado um livro ou criado um jogo, era feliz com a sua insignificância. Não tinha a pretensão de mudar o mundo, já havia tido seu mundo mudado e para ela isso bastava.
Mas era impossível negar que Matô -como a chamavam- tinha um brilho, era diferente dos demais. E isso não se dava pelo seu cabelo cor de rosa, pelo seu sorriso alarmante ou pela sua contagiante auto-estima. O seu "mais" estava naquele que de tanto amor, tinha o nome tatuado no braço dela: Jesus. Ah ela achava aquele nome tão bonito que tinha vontade de escreve-lo por todos os lugares que passava.
Ela trabalhava como tradutora literária desde os 20 e se orgulhava muito da sua única posse, um pequeno apartamento no Catete. Seu ritual de todas as manhãs era Café & Oração, depois colocava a trilha sonora do seu filme dos anos 80° preferido e começava a caminhar, espalhando poesia por onde passava.
Esse é o dia a dia da Matô, em sua vida simples e leve é encontrado mais fascínio do que se imagina.
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Parque Lage
RomanceMatô e Tom, como a maioria das pessoas, não tem a vida que sempre sonharam. Ela, chegou aos 30 com poucas posses, mas com uma alma abarrotada de histórias e experiências. Entre seus demônios interiores e seus temores, encontrou na pessoa de Jesus (...