Capítulo Quatro

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"Sim querida, tão linda quanto você minha Lili "

        Capítulo quatro

-Eu sei, Ouvi muito falar de você. _Ele olha em direção ao irmão e eu também.

-Eu contei o que aconteceu a ele, por isso ele sabe seu nome. _Jack tenta se explicar passando a mão pelos cabelos.

-Porque você não me diz também o que aconteceu? _Falo me referindo ao acontecido na sexta_

-Um dia quem sabe. _Ele me olha dos pés a cabeça _ E esse presente?

-Deixaram na portaria pra mim, não sei de quem é. _Respondo olhando a caixa em minha mão.

-Não dormiu em casa ? Te vi sair ontem com essa roupa.

-Viu ? Como ? _O olho intrigada, eu bati na porta dele e ele não estava, como pode ter me visto ?

-Estava do outro lado da rua e te vi saindo. Dormiu em casa ou não ?

-Nao. _Falo normalmente analisando o estado das minhas roupas.

-E eu posso saber onde você dormiu ?

O irmão dele o olha levantando uma sobrancelha e eu percebo que estou respondendo perguntas que não dizem respeito a ele.

-Nao, não pode. Com  licença tenho tarefas a cumprir. Foi um prazer te conhecer Jorge, até outro dia.

-O prazer foi todo meu Vizinha._ Jorge me diz e eu sigo para dentro do meu apartamento.

Esse negócio de me chamar de vizinha é de família? Se o pai ou a mãe deles chegar aqui, eles também me chamaram de vizinha ? Estou começando a achar que minha mãe me deu um nome inutilmente.
Reviro os olhos para esse pensamento e me jogo no sofá abrindo a caixa em minhas mãos.
    Dentro dela tem uma boneca, uma boneca igual a que eu tinha na adolescência.
Um dia antes da minha mãe morrer, ela me deu essa boneca, tinha dezesseis anos, não brincava mais com elas, mas fazia coleção. Depois que mamãe se foi, ela se tornou minha boneca preferida no meio de tantas outras que eu tinha. "Lili" era o nome dela, Mamãe que escolheu. Era assim que ela me chamava.
Por um momento vôo para um dia antes da morte dela.

"-Mamae, não sei que nome por nela, já tenho tantas."

-"Lili, você tem imaginação, sei que achará um nome Lindo para ela querida."

-"Mas eu não consigo pensar"

-"Deixe-me olhar para ela. _Mamae pegou a boneca de minhas mãos olhou para ela e em seguida me olhou sorrindo._ Porque não a chama de Lili ?"

-"Mas esse é meu apelido."

-"Sim, mas essa nova boneca tem os cabelos longos e castanhos, assim como os seus, tem um sorriso no rosto, como você, e é linda, muito linda."

-"Assim como eu ? _Ela ri, me abraça e diz_"
-" Sim queria, Tão linda quanto você minha Lili"

Meus olhos estão cheios de lágrimas, Lembrar da doçura da minha mãe me comove, não entendo o porquê dela ter partido tão cedo.. doença maldita.
Aperto a boneca em meus braços, como se tivesse abraçando minha mãe. Eu sei que essa não é uma cópia da boneca, é a minha boneca, a que mamãe me deu antes de partir.
  E sabendo disso, já sei quem a mandou.  enxugo as lágrimas que desciam pelo meu rosto e leio o cartão.

"Eu sei o quanto essa boneca é importante para você, me perdoe por te-la pego, foi cruel da minha parte, mas eu não estava no meu juízo perfeito, eram as drogas agindo por mim. Me perdoe filha, dê-me outra chance.   Te Amo, papai."

Aperto ainda mais a boneca e choro sem saber o que pensar, sem saber o que fazer.
Meu pai foi muito cruel comigo depois que mamãe morreu, eu tinha medo dele, me batia e gritava o tempo todo, vendeu as coisas da nossa casa quase todas, para se drogar. Com medo de que ele fizesse algo pior comigo, fui embora de casa assim que completei dezoito anos, fiquei na casa da minha tia, irmã do meu pai, fiz faculdade de publicidade, arranjei um emprego e juntei dinheiro, assim que tinha o suficiente, internei meu pai com a ajuda de titia.
  Ela também morreu, e sua casa ficou para seus dois filhos, eles não precisavam da casa pois não moravam na cidade e assim me deixaram viver lá, sozinha até ter minha própria casa.

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2016 ⏰

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