III

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A pergunta ainda ecoava na minha mente, quando me dei conta de onde eu estava — no quarto do Daniel. Assim que a ficha caiu eu gelei completamente, pulei da cama buscando o celular e a acabei o encontrado na cabeceira da cama, junto ao seguinte bilhete:

"Bom dia,

Infelizmente não tive como ficar te esperando acordar (o trabalho me chamava...) muito menos quis te acordar quando sair. Tomei a ousadia de programar o despertador para te acordar às oito horas, você me disse que sua amiga chegaria e achei que quisesse está no seu quarto quando ela chegasse.

Tenha um bom dia.

Até breve.

Ps! Trate de comer, nem vem com o papo de 'estou sem fome'.

Ah! Você é uma excelente assistente, talvez precise dos seus serviços depois ;)

C. Daniel

51 9845170"

Não acredito que adormeci no quarto do Daniel. Eu sabia que eu deveria ter voltado logo para o meu quarto. E o Rafael será que me ligou? O que será que o Daniel vai pensar de mim? Manuela Paiva, não rolou nada, junta suas coisas e corre para o quarto que a Bia já deve estar chegando.

No banho, não pude deixar de pensar no quanto fui relapsa em dormir com um estranho, ok que foi literalmente dormir, mas essa não era eu. Eu nunca dormir com nenhum homem que não fosse o Rafael. Mas aconteceu, e até agora me pergunto como esse desconhecido foi capaz de me acalentar, havia tanta segurança no seu abraço que eu acabei relaxando, tanto que adormeci na cama dele.

Nossa Senhora das Amigas Abandonadas cadê a Bia?

— Manu cheguei!!! — gritou enquanto entrava no quarto. Obrigada por ouvir as minhas preces.

— Que bom te ver!! — falei correndo em sua direção e abraçando-a bem forte.

— Isso que eu chamo de recepção – disse sorrindo – agora vamos conversar enquanto comemos, tive um voo estressante -uma criança chorando o caminho todo, o lado bom é que conheci um carioca novinho, nem te conto... — Começou toda empolgada.

— Quero saber detalhes do novinho, mas antes quero te contar algo... Por sua culpa fiz uma besteira — falei me jogando na cama com os braços para o lado.

— Pegou o gladiador de corações? – perguntou me encarando.

— Não, pior.

— Foi para o baile funk com o gladiador?

— Não tem gladiador na história Bia....

— Então diz logo, é escritor? Deu uns pegas no Carlos Souza?

— Ele é menor de idade sua louca e não, não houve pegas...

— Amiga, estou com fome e só consigo pensar em duas coisas nesse momento: comida e novinhos cariocas!

— Tudo bem — soltei o ar resignada — eu conto durante o café da manhã, a história é longa mesmo. Nesse momento meu telefone tocou era o namogato. Atendi logo no primeiro toque.

— Bom dia, amor! Tudo bem? Te liguei várias vezes, mandei mensagens... — ele foi logo dizendo tudo de uma vez.

— Oi amor, tive uma noite ruim. E resolvi desligar o aparelho.

— Tudo bem agora? Já tomou café? — indagou preocupado.

— Tudo bem, a Bia já está aqui comigo.

— Desculpa não pode conversar mais. Estou atrasado, vou substituir a Beatriz numa conciliação, vocês tinham mesmo que tirar férias na mesma época? O Heitor tá uma pilha aqui sem as suas duas advogadas brilhantes.

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