Fé - aprendendo a confiar! (Degustação)

Parte I

Hoje é oficialmente o pior dia da minha vida. Não entendo porque Deus, me permitiu ter essa doença. Não entendo e não quero entender, muito menos confiar! Tudo isso podia ter sido evitado, mais minha mãe acha que Ele está testando a minha fé. Ótimo! Era tudo o que eu precisava...

Mesmo com a cabeça a mil, vou a faculdade. Nutrição é algo que amo, estou no último período e nem sei se conseguirei me formar. O médico disse que a Leucemia aguda compromete todo o organismo, e ele nem sabe quantos dias eu tenho. Que maravilha!

Chego a faculdade um pouco atrasada, e com um mal estar intenso, que precisei parar e me encostar na parede para recuperar o folego, e também para aliviar o mal estar.

--Oi, esta tudo bem? --um homem com um semblante preocupado pergunta.

--Tudo. --respondo desconfiada. Afinal, nunca o tinha visto aqui. Ele parecendo notar minha confusão, responde com um sorriso singelo.

--Sou Claudio Miller, e me mudei recentemente e é o meu primeiro dia aqui.

--Prazer, me chamo Vitória.

--Lindo nome. Poderia me ajudar a achar minha sala? --me entrega seu papel e ao ler, sorrio com a enorme coincidência.

--Esta aula fará junto comigo. --digo.

--Perfeito! --diz. --Consegue andar? --pergunta notando que eu ainda me apoio na parede.

--Consigo. --tiro minha mão da parede e forço começar a andar, e ele me ajuda sem dizer nada.

È estranho receber ajuda de um estranho, que não faz perguntas, e aquilo estava me deixando encabulada.Porém não falei nada, mais pude notar seus olhares para mim durante a aula. Ele parecia interessado em mim ou era coisa da minha cabeça? Preferir esquecer o assunto, eu nem sabia se estaria viva amanhã, como poderia pensar em um relacionamento? Sem condições!

A aula acabou e fui para casa, meio que fugi do tal Claudio e acho que ele percebeu. Problema é dele! Quando cheguei em casa minha mãe já me aguardava com um enorme sorriso e a mesa de café da tarde arrumada.

--Não estou com fome. --resmungo já indo em direção a escada.

--Mais precisa comer, ainda mais agora que... --ela para de falar com lagrimas nos olhos.

--Eu estou praticamente moribunda. Isso não importa mais! --rosno.

--Você precisa confiar em Deus, precisa ter fé! --ela implora, com os olhos suplicantes.

--Fé? Confiar? --ironizo. --Meu pai poderia estar aqui mais Deus o levou em um maldito acidente. E agora Deus pretende lhe deixar sozinha, porque nem sei quantos dias eu tenho. E pretende continuar a adora-lo? --debocho e ela chora mais.

--Isso também esta sendo difícil para mim Vitória. -suspira. --Eu não sei qual é a vontade de Deus, mais eu aceitarei, mais sei e o conheço bem. Ele pode te curar por completo! Eu sei que Ele pode, se for da vontade dEle. Ele pode estar apenas testando a nossa fé, ou nos ensinando a confiar... Eu não sei... ---choraminga. --Eu só sei, que onde Ele estiver eu estarei. E aceitarei a decisão que Ele disser ser o melhor para nós.

--Desculpa mãe, mais eu não acredito mais! --digo, subindo e me trancando no quarto. 

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 Acordei  e me arrastei para o banheiro. Fiz minha higiene matinal e olhei meu celular que fazia barulho e me surpreendi com uma mensagem do Claudio.

"Fugiu de mim ontem, mais hoje não vai escapar. Até daqui a pouco."

Eu sorrir de sua mensagem até me dar conta de que não tinha lhe fornecido o meu número de celular. Como ele conseguiu? Me arrumei rápido e mal desci as escadas minha mãe me esperava com um sorriso e um copo de suco de laranja. Pensei em fazer uma boa desfeita, mais seu sorriso e seu olhar meigo me quebraram. Tomei o suco e fui rumo a faculdade.