Capítulo 24

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A noite foi um pouco agitada, Maria Clara acordava de hora e em hora e eu sempre tentava acalmá-la.

- Filho, está acordado? – Meu pai me chamava na porta.

- Estou sim, só um momento.

Com cuidado, coloquei Maria Clara em uma posição confortável na cama e me levantei. Ainda estava com a roupa de ontem, sai do quarto no mais perfeito silêncio.

- Então? – Perguntei ao meu pai assim que sai.

- Vá tomar um banho, você está péssimo.

- É sobre o Bruno e seus capangas? É isso?

- Sim, mas é melhor se trocar primeiro filho. Vá no quarto do seu irmão e se arrume lá.

Bufei, odeio quando meu pai dá ordens.

Entrei no quarto de Marcelo e ele estava lá deitado, no mínimo azarando alguém porque estava bem concentrado mexendo no celular.

- E aí cara, posso tomar banho aqui?

- Pode, mas e seu quarto?

- Maria Clara está deitada nele e não quero acordá-la e o nosso pai tem algo para me dizer, mas sabe como é o nosso velho.

- Sim sei, não exigiu que você colocasse um terno?

- Cala boca cara... Tem uma roupa para emprestar?

- Tenho sim, perai.

Ele foi até seu guarda-roupa e pegou uma calça jeans, uma blusa e um blazer. Um pouco exagerado, mas ao estilo do meu pai.

Durante o banho tentei processar tudo que estava acontecendo, era incrível o que a Maria Clara deve ter passado com aquele vagabundo. E eu o odiava por isso e mais porque pelo que pude perceber Maria Clara não queria que eu me envolvesse nesse sequestro, o que era tarde mais. Depois de uns vinte minutos, me arrumei e desci até o escritório do meu pai.

- Sente-se por favor filho. – Meu pai disse assim que entrei, ele e o detetive Nick já estavam há algum tempo no escritório.

- Não quero me sentar, vamos direto ao ponto. – Eu disse firme.

- Ok. – O detetive se levantou e continuou. – Pegamos Bruno e seus capangas, foi uma grande perseguição.

- Eles estão na cadeia então?

- Senhor, eu disse que pegamos Bruno, não disse que houve sobreviventes.

- Eles estavam atirando em nós, nós nos defendemos e Bruno acabo morrendo no local. Um de seus capangas ficou vivo e ele está sendo interrogado.

Suspirei aliviado pela morte de Bruno, Maria Clara finalmente poderia viver livre desse tormento.

- Detetive, por que você ainda está interrogando esse capanga? Há mais alguma coisa?

- Sempre há Carlos Eduardo, eles eram uma facção que há muito tempo me dava dor de cabeça. E provavelmente há outras pessoas envolvidas, quero que isso acabe.

- Mas por hora, eu e minha esposa podemos ficar mais tranquilos?

- Sim, podem. A facção logo se romperá com a morte de Bruno, isso posso garantir.

- E vocês recuperaram o dinheiro?

- Sim, recuperamos tudo. Já devolvemos para o seu pai.

- Mais alguma coisa para contar? – Eu perguntei friamente.

- Não senhor, isso é tudo.

- Então se não se importam, vou ver se minha esposa já acordou.

Da Mentira ao Amor - Série Amethyst - Livro 1 - EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora