Fools

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Louis pov's

Sempre tive sonhos grandes, pois sempre soube que minha vida não era maravilhosamente boa. Os sonhos precisavam me surpreender ou apenas me fazerem acordar e cair de um lugar alto, deixando exposto o quão grande foi minha imaginação. Provavelmente fora por isso que quando vi os olhos verdes brilhantes que se encaixam perfeitamente com seu rosto, me deixei imaginar algo a mais. Algo a mais que apenas uma amizade.

Deixei meu coração me guiar contra minha vontade, flutuando rapidamente para cima, tentando chegar a um ponto que você me notasse. Que olhasse e me salvasse dos meus próprios pensamentos. Com meu resmungo de "oops" você completou com um "hi" um pouco embaraçoso. Nunca soube como era bom ter alguém tão perto, cantando quando estivesse triste e me cobrindo quando finalmente dormia depois de um pesadelo tolo. Eu contava a você sobre meus sonhos com um pequena casa com crianças por toda as partes, apenas sem contar que você estava nele também, brincando com um dos meninos, o fazendo acreditar que voava pela sala de estar.

Suas covinhas apareciam com cada palhaçada que fazia em meio a um ato de pressão que me deixasse a esse ponto. Acabava rindo com a risada contagiante do garoto ao meu lado. Apesar de parecer bons momentos, seu coração sentia uma dor imensa ao lembrar. Ele prometeu a si mesmo que não lembraria disso, nunca mais. Prometeu a Niall que esqueceria, mas o loiro sabia que seria impossível. Harry era impossível de ser esquecido.

Algum tempo se passou para perceber que seu olhar estava parado no edifício logo à frente a cafeteria. Um dos apartamentos era de Harry Styles. Ele sabia que seus pés não estavam sendo controlados pela pouca sanidade que ainda restava, mas precisava saber. Ainda mais quando o garoto de olhos verdes sumira de sua vida repentinamente, deixando um bilhete dizendo que não poderia continuar isso sem saber o que realmente era esse relacionamento. Mas Louis estava bem com isso, bem com o termo 'compromissado', o que o deixava feliz era estar com ele.

Seus olhos azuis que pouco haviam brilho, deixou cair algumas lágrimas  que estavam guardadas em sua gargantas por semanas de angústia, esperando sua coragem para finalmente encarar o cabeludo. Pelo menos, fora está a última imagem que guardou-o dele.

Provavelmente não conseguiria achar um resquício daquele velho Louis divertido, atrapalhado e engraçado. Assim que ele saiu pela porta, tudo se esvaiu do corpo do pequeno. Até sua vontade de comer. Louis havia emagrecido o extremo do que se considerava saudável, deixando que muitas roupas que antes se encaixam em seu corpo, ficassem gigantes. Além do cigarro e da bebida, ele optou por não sair de casa, ficando em seu apartamento por meses, tendo a esperança de que a voz de Harry invadisse seu apartamento, colorindo as paredes como eram antes.

Louis tinha esperança em algo que não voltaria atrás, que não seria como antes. Sua vida se tornou patética durante esse tempo, chegando a trancar sua faculdade antes que o mesmo fosse expulso.

Após finalmente conseguir adentrar pela porta da frente do edifício, seus olhos percorreram aquele grande cômodo, com dois pequenos sofás e no centro deles havia uma pequena mesa. Na lateral tinha o elevador e a escadaria que levava para os apartamentos. Ele preferiu subir pelas escadas, sentindo seu coração saltar a cada passo que dava para o seu próprio destruimento ou salvação.

Os oito lances de escada não o ajudara em nada com seus sentimentos confusos, criando um trânsito gigante em sua mente, o fazendo chacoalhar a cabeça quando chegou em um corredor com quatro portas discretas.  28. Louis ainda lembrava do número do apartamento todos os dias, apunhalando a si mesmo com qualquer lembrança desse tipo.

No começo todos apareciam em sua casa, tentando o reanimar ou fazer qualquer coisa inútil para que no final do dia não se sentissem culpados por não tentar ajudar. Porém eles não ligavam para o que o garoto deixava ou não de fazer. Um dia, em meio ao seus surtos que ocorriam quando anoitecia, seu corpo não aguentava mais. Os pequenos olhos azuis inchados e cansados de toda essa dor, tomou uma decisão que sua mente pedia a todo o momento. Encheu sua mão de remédios para insonia, e os tomou tudo com bebida, o que não era permitido. Mas estava claro que não adiantou, Louis estava aqui agora.

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