Foi Por Acaso

Capítulo 14 - O que estou fazendo da minha vida?

Eu não podia ter dito aquilo! Isso não é certo! E-eu... Eu não devia estar com ele. Ele está acabando com meu emprego.

Jack:- É o que? Espera... Você disse que me ama pela segunda vez. A primeira, você estava bêbada. E bêbado é o ser mais sincero de todos, além do mais maluco. E agora já é a segunda vez... E mais sóbria do que você está é impossível. V-você... Você me ama?

Jeana:- E-eu não sei! Jack, está quebrando regras demais!

Me sento na cama com a mente totalmente confusa, parecendo um quebra-cabeça antes de ser montado. Eu queria mas não podia me apaixonar pelo Jack. Ele era o cara perfeito, mas se eu me apaixonasse por ele teria de largar o emprego que me dá mais dinheiro.

Jeana:- Jack, eu realmente não posso. Entenda isso, por favor.

Jack:- Jeana, eu posso te dar um emprego bom. Por favor, confia em mim.

Jeana:- Eu tenho que pensar, mas por favor não faça com que as coisas piorem. Só te peço isso.

Jack:- Então você quer que eu fique o mais longe possível?

Jeana:- Nem tanto, senão irão estranhar. Mas eu só sairei do quarto para o almoço e jantar.

Jack:- Certeza?

Jeana:- Sim, por favor.

Jack:- Tudo bem. Eu vou respeitar isso.

Jeana:- Obrigada.

Ele me dá um beijo no rosto e me chama para deitar ao seu lado novamente.

Jeana:- Como serão os quinze dias do cruzeiro?

Jack:- Será uma semana navegando rumo ao Caribe. Iremos passar um dia por lá para conhecer tudo e depois mais uma semana de volta.

Jeana:- Será que eu te aguento esse tempo todo?

Jack:- Eu sou chato é?

Jeana:- Um pouco.- respondo rindo.

Jack:- Agora eu vou te dar motivos para rir.

Ele se põe por cima de mim e começa a me fazer cócegas. Eu estava morrendo!

Jeana:- Pára, Jack!- respondo tentando abafar a risada.- Vamos acordar o navio inteiro!

Ele logo pára de me fazer cócegas, mas não sai de cima de mim.

Jack:- Sua risada é tão alta ao ponto de acordar o navio inteiro?

Jeana:- Não sei. Mas eu prefiro ficar em silêncio.- falo parando imediatamente de rir e sentindo sua respiração em meu rosto.

Jack:- Eu também prefiro. Mas do meu modo.

Jeana:- Jack, é melhor você sair...- ele põe um dedo em meus lábios.

Jack:- Só fica quietinha e me beija.

Eu não sabia mais o que fazer. Eu queria o beijo dele, mas eu não podia querer. Eu me sinto bem e mal ao mesmo tempo, quando o beijo.

Sem perceber, ele estava muito próximo. Ele usa uma de suas mãos para tirar alguns fios do meu cabelo de meu rosto. Logo ele está acariciando meu rosto de um modo tão suave, que fez-me arrepiar.

Fecho meus olhos permitindo entregar-me àquela sensação maravilhosa. Eu estava me punido internamente por tudo isso.

Jack:- Você gosta...

Abro meus olhos e ele está me encarando fixamente. Seguro seu rosto com as duas mãos e o acaricio com os polegares. Lenta e suavemente puxo seu rosto para mim e o beijo.

O beijo com toda a calma, para apreciar cada movimento. Ele segue meus movimentos em um ritmo perfeito. Logo ele introduz sua língua em minha boca e iniciamos uma batalha. Nossas línguas se entrelaçam a todo momento, me causando borboletas no estômago.

No melhor momento eu comecei a ficar sem fôlego e nos separamos. Nos olhamos com a respiração ofegante, num mesmo ritmo.

Jack:- Depois eu que sou o bipolar.- fala dando um sorrisinho fofo e tímido.

Jeana:- Eu não consigo mais...

Jack:- Não consegue mais o que?

Jeana:- Te ver como meu cliente. Eu só te via como mais um cara qualquer, mas agora eu te vejo com outros olhos.

Jack:- Como você me vê?

Jeana:- Como um...- eu não posso falar.- amigo.- minto.

Jack:- Ah, sim.- fala meio decepcionado.

Ele sai, finalmente, de cima de mim e se deita. Ao invés de ficar na mesma posição de antes, fica de costas para mim.

Jack:- Boa noite, Jeana.

Jeana:- Boa noite, Jack.

Fico de costas para ele, agora com muito frio, e não durmo. Eu não consigo dormir depois do que aconteceu. Olho no celular e são duas da manhã.

Me viro para um lado, me viro para o outro e já são três da manhã. Finalmente, o sono vem chegando. Me viro de frente para o Jack e adormeço profundamente.

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Acordo com os raios do sol achando que já estava na hora do almoço. Percebo que Jack está me envolvendo com um dos braços. Ele era tão lindo dormido. Tento me soltar dele mas acabo o acordando.

Jack:- Bom dia.- fala com a voz rouca.

Jeana:- Bom dia.- respondo.- Sua voz rouca é tão fofa.

Ele sorri para mim e coça os olhos.

Jack:- Que hora são?

Me viro e pego meu celular no criado mudo. Eu achando que era hora do almoço, descubro que se passaram pouco mais de três horas que eu havia dormido.

Jeana:- São seis e quarenta da manhã.- falo um pouco chateada.

Jack:- Que cara é essa?- pergunta rindo.

Jeana:- Eu fui dormir as três da manhã.- falo cobrindo meu rosto com o lençol.

Jack:- Está com fome?

Jeana:- Não. Estou com sono.- falo olhando-o.

Jack:- Então eu vou comer alguma coisa e volto. Você pode ir dormir que qualquer coisa eu peço o serviço de quarto para você.

Jeana:- Obrigada.

Ele beija meu rosto e se levanta. Coloca uma bermuda, uma blusa e sai do quarto. Eu me viro na cama e volto a dormir.

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Acordo algumas horas depois me sentindo bem melhor. Olho as horas no relógio e são duas da tarde. Me viro para o outro lado e vejo o Jack lendo um livro.

Jack:- Boa tarde, senhorita!

Jeana:- Boa tarde, Jack. Por que não me chamou pro almoço?

Jack:- É porque, se você não sabe, seu amigo aqui é apaixonado por você e não teve coragem de acordar o anjo mais lindo. Eu vou chamar o serviço de quarto do navio pra trazer seu almoço.

Ele se levanta e vai até o telefone do quarto. Enquanto ele falava com o pessoal do navio, eu fui me vestir.

Fui até a mala escolher as roupas. Enquanto isso, fiquei pensando nele. Sério mesmo que ele iria ficar remoendo a madrugada? Eu simplesmente não poderia dizer a ele a verdade, iria estragar tudo.

O que eu estou fazendo da minha vida?