O quarto, que deduzo ser de Christopher quando pequeno, está limpo, lindo, e em perfeito estado. No chão do quarto há uma toalha quadriculada forrada com um cesto de piquenique no chão.
- Meu Deus! Christopher... Não acredito.
- O que foi? Não gostou?
- O que é isso?
- Assim que desligamos o telefone eu corri para cá para arrumar esse quarto. Tive a ideia enquanto falava com você. - Ele diz me olhando.
- Ai, amor... Esse era seu quartinho? Que lindo.
- Sim, era. Eu quis compartilhar com você um pouco da minha vida.
- Christopher... - Chego pertinho dele e passo uma de minhas mãos em seu rosto - Que lindo.
Quero beijá-lo, agarrá-lo, tê-lo neste exato momento.
- Eu não quero esconder nada de você, Dulce. Eu tenho uma vida cheia de segredos.
- Nossa! O homem misterioso. - Brinco fazendo voz de surpresa.
- É sério Dulce. - Agora ele está sério - Mas eu não posso te contar tudo de uma vez. - O olhar de Christopher começa a ficar triste e então eu digo olhando em seus olhos...
- Amor, tudo o que aconteceu antes de nós dois é passado. Não importa mais.
- Mas Dulce, as coisas não são... - Eu o corto.
- Christopher, meu amor. Passado! Esquece.
Ele assente com a cabeça e respira fundo. Nós nos abraçamos e ficamos mais ou menos um minuto assim. Sinto o coração de Christopher disparado. Nunca o vi assim. Mas só pelo início de sua historia, já imagino quanto ele sofreu. Não quero que ele me conte coisas que o machuquem. Isso não vai ajudá-lo em nada. Me afasto dele...
- Então, amor... Este é seu quartinho não é?
- Sim, de quando eu morava aqui. - Christopher respira fundo.
- Que lindo. - Pego um dos brinquedos em uma caixa ao lado de uma caminha de criança.
- Eu adorava esse brinquedo. Não levei quando fomos embora porque só podíamos levar roupas e cobertas. - Ele diz.
- Agora você o tem de volta! - Digo sorrindo tentando levantar o astral de Christopher. E ele sorri.
- É verdade. Vou levá-lo comigo desta vez.
- Quem arrumou esse quarto? - Pergunto.
- Eu mesmo. Tive a ideia enquanto falava com você e assim que desligamos corri para cá e arrumei tudo.
- Lindo o seu quartinho, amor.
- Eu sempre dizia a minha mãe que traria minha primeira namorada aqui em casa, e que iria fazer travessuras com ela no meu quarto. E aqui está você. - Agora Christopher está com um sorriso lindo e maldoso - Eu devia ter uns dez anos. Naquela época e a travessura que eu imaginava era "guerra de travesseiros" ou algo do tipo, mas hoje...
- Hoje o que? - Sorrio maldosa.
- A travessura é outra - Christopher e eu caímos na gargalhada.
Christopher me estende a mão para sentarmos no chão onde está a toalha quadriculada e abre a cestinha como várias coisas gostosas. Pãezinhos, frutas, guloseimas, suco.
- Não é um piquenique tradicional, mas eu quis juntar um pouco de tudo. - Ele diz.
- Eu amei sua ideia, Christopher. Você foi muito criativo. Nunca tive nenhum piquenique com namorado algum.
- Sério? - Christopher pergunta surpreso - Sem querer ofender, mas... Você só namorou idiotas antes de mim.
- Como? - Pergunto.
- É isso mesmo! - Ele diz.
- Então me prove que você é melhor que eles.
- Só se for agora.
Christopher chega para mais perto de mim, põe uma de suas mãos em minha nuca, me dá leves selinhos antes de começar a me beijar com vontade. Um beijo de arrepiar, mostrando realmente que ele foi melhor do que todos os outros. Ele passa a língua em meu lábio inferior, morde-o e repuxa-o e sinto uma pontadinha de dor muito deliciosa.
- Isso te prova alguma coisa? - Ele pergunta.
Apenas sorrio e o respondo com outro beijo. Após essas trocas de carícias Christopher recorda...
- Ah! Dulce, acabamos perdendo o foco.
- Foco de que? - Pergunto.
- Você me ligou e queria falar , me contar algo.
- Ah sim - Concordo com ele assentindo - Bom, você sabe do assalto que teve no banco né?
- Sim - Christopher responde com os olhos arregalados.
- Houve alguma coisa amor? - Pergunto.
- Não. - Ele responde.
- Ok. Então... - prossigo - Foi horrível aquele dia. Eu vi meu melhor amigo ser morto na minha frente graças a um idiota de um assaltante que não tem nenhuma respeito à vida das demais pessoas. Se você soubesse o quanto eu o odeio.
- Mas as vezes ele não teve a intenção de te magoar.
- Como assim Christopher? Ele nem me conhece. Ele não estava nem aí pra ninguém.
- Por isso mesmo. Ele não te conhece e não sabia que você iria sofrer pelo seu amigo.
- Sendo meu amigo ou não, ele não tinha direito de matar ninguém. Se ele quer roubar, legal, mas matar? É demais.
- Dulce?
- Sim.
- Você perdoaria ele se o visse novamente?
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Aquele Olhar - VONDY
FanfictionVocê acredita em amor a primeira vista? Acredita que um simples olhar possa mudar todo o rumo de uma vida? Acredita que exista um tempo e um lugar certo para se apaixonar? Nessa história, Dulce Maria, uma jovem muito bem sucedida em sua vida tanto...