Livro 1 As Crônicas De Nárnia - Aslam Os Uniu

Cap 24 | Susana vê a pintura de Lilliandil

Após o término da reunião, Pedro, Edmundo, Lord Digory e Caspian sairam com Aslam para discutir uns outros assuntos. Os outros espalharam-se pelo palácio. Susana estava passeando, relembrando momentos felizes que viveu a muito tempo atrás, no seu primeiro reinado. Todos que passavam por ela a olhavam boquiabertos, admirando sua rara beleza. Ela parou em frente a um quadro com a pintura brilhante de Lilliandil, vestida de rainha. Susana ficou uns minutos olhando para o belo quadro, triste.
As duas serviçais mais fofoqueiras de Cair Paravel estavam passando, e a viram. Pararam de queixo caído olhando para as duas rainhas.

- Sinceramente, Ana... - começou uma delas - Agora eu realmente não sei dizer quem é a mais bonita. A nossa amada rainha Lilliandil é explêndida, magnífica. Porém, a rainha Susana é muito linda, poderia se dizer que é perfeita, maravilhosa.

- Verdade, Marta. - concordou a outra - Mas eu acho que sei qual é a diferença entre elas.

- Qual? - quis saber Ana.

- A rainha Lilliandil é de aparência pura, inocente, delicada, cândida. A beleza dela é suave, tranquila, encanta quem a vê. Ela era como um espetáculo de aurora boreal, brilhante e encantadora. - descreveu Marta, sentindo saudades de sua rainha.

- Isso é verdade. - disse Ana, com olhos rasos d'água - Mas e a rainha Susana?

- Ah, a rainha Susana é sensual, tem uma beleza selvagem, um olhar provocante, ela é sedutora, atraente. Um homem que olha para ela é incapaz de ter pensamentos puros, como quando olhava para a rainha Lilliandil. Ela transmite lascívia até no jeito de andar. Viu aquele rebolado gracioso e soberbo? É como um vulcão em erupção, um espetáculo magnífico e incontrolável.

- Isso mesmo! Encontramos a diferença entre elas! Uma é pureza, a outra é sensualidade. E nenhuma é mais bonita que a outra, ambas são perfeitas em suas próprias diferenças!

- Se eu fosse o rei Caspian, não deixava esse monumento de mulher escapar de novo. - disse Tobias, chegando por trás e assustando as duas.

- O quê, Tobias? - perguntou Ana, ficando com raiva.

- Mas eu prefiro você, meu amor. - disse Tobias, dando um beijo na bochecha de Ana.

- Vamos sair daqui, gente. - disse Marta, rindo dos dois namorados, que sairam abraçados e brigando.

Lúcia, Jill e Lady Polly vinham conversando e avistaram Susana olhando o quadro de Lilliandil.

- Ah, minha irmã... - suspirou Lúcia.

- Mas essa tal de Lilliandil não morreu? O caminho da Su está livre para ela viver o amor que sente por Caspian. Não entendo por que ela está agindo assim, indiferente ao coitado do Caspian. - disse Jill.

- Não fale assim, Jill! - repreendeu-a Lady Polly - Você falou como se a morte da rainha tivesse sido uma coisa boa.

- Mas ela não deixou de existir de verdade, então está tudo bem. E eu sou muito mais a Susana! - disse Jill, fazendo bico.

- Ei! - gritou Lúcia, para a irmã.

- Oi, Lú. - disse Susana, sorrindo e vindo ao encontro das amigas.

- Vamos ao jardim? - sugeriu Lady Polly.

- Vamos. - disse Jill, respondendo por todas.

Chegaram ao jardim e se sentaram na grama, formando um círculo.

- Só faltou um lanchinho para fazer um piquenique. - disse Jill.

- Você só pensa em comer, é igual o Eustáquio. - falou Lúcia, rindo.