Uma sereia, uma morte. Part II

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Pérolas, pérolas... Pérolas sempre me colocando em ciladas!

Fui nadar e procurar pérolas.

- Já consegui 5! - pensei contente.

Continuei nadando, precisava achar mais.

- O que é aquilo?

Avistei uma pequena sereia muito perto do litoral, para piorar: tinham humanos!
Fiquei apavorada, precisava ajudar aquela sereia, coitadinha, ainda era uma criança! Não merecia morrer!

- Cuidado! Cuidado pequena sereia!!

Gritei, mas ela não me escutou. Então tomei uma decisão arriscada.

- Vou lá salvá-la! - pensei.

E fui nadando.
Ao chegar perto dela, sussurrei:

- Venha, eu vou te salvar.

A sereia olhou para mim confusa e também admirada, estranhei. Mas tudo bem.

Quando fui olhar para os lados, não tive tempo.
Um homem estava do meu lado com uma faca.

- Eu só queria te salvar.

Foi a última coisa que falei. E a última coisa que escutei foi:

- Papai, por que?

Parece que em 1 segundo tudo se encaixou nos meus últimos momentos de vida. A tal pequena sereia em apuros era um humana. Uma humana que usava uma espécie de cauda de sereia, provavelmente de silicone.
Como eu pude ser tão ingênua? Ah, não adianta mais. Fui na minha generosidade ajudar uma pobre sereia, que na verdade não era sereia.
Mas por que o homem me matou? Ele poderia me deixar ir, não iria prejudicá-lo!
Será que eles nos matam quando acham que seu filho está em perto assim como nós os matamos se um ser aquático estiver em perigo?
Ah, não adianta mais. Eu morri. Eu estou morta. Estou sangrando.

MorganaOnde histórias criam vida. Descubra agora