Capítulo 22

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- Os seus amigos acham que somos um trio amoroso. - quebro o silêncio.

Ele riu e disse :

- Não quer ligar para ele mesmo ?

- Não. Quem teve aquela atitude infantil foi ele, não vou ficar indo atrás. - fico de barriga para cima olhando para o teto.

Ele me encara e eu digo :

- Não vou ligar pra ele. Mudando de assunto, você não vai na escola amanhã ?

- Ah não, preguiça. - riu.

Escutamos um barulho de carro. Acho que os pais dele chegaram.

- Eles ficam bravos ? - perguntei.

- Ficar bravo porque ?

- Por me ver aqui.

- Não, relaxa.

Logo a porta de seu quarto abre e sua mãe aparece.

- Aí, desculpa gente. - estava fechando a porta.

- Não, tudo bem. - sorrio. - Prazer, Nicole. - me levanto e vou cumprimentá-la.

- Prazer, Priscila. - sorriu simpaticamente.

- Eu tava passando mal e pedi para ela dormir em casa hoje. - diz Victor.

- O que você tem filho ?

- Nada demais.

Ah, mentiroso.

- Ele tava vomitando, acho que deve ser o começo de uma virose ou deve ter comido ou tomado algo que não fez bem para ele. - digo.

A mãe dele foi até ele e colocou a mão em sua testa.

- Deve ser algo que ele tomou, ou bebeu, porque ele não está com febre. Qualquer coisa é só me chamar, vou estar na cozinha fazendo o jantar.

- Está bem. - digo.

Ela sai do quarto e fecha a porta.

- Não precisava falar. - diz Victor.

- Para de graça, lógico que precisava. - volto a me deitar do seu lado.

- Caíque tem sorte de ter você. - disse.

Ah...

Sorrio e volto a olhar para o teto.

Logo ele se vira e vomita novamente. Me sento rapidamente e pergunto :

- Quer que eu faço carinho em você ?

- Lógico. - sorriu.

Colocou a cabeça no meu colo e eu comecei a fazer cafuné nele.

Queria ele assim pra mim todo dia...

Não demorou muito e ele já dormiu. Depois de alguns minutos a mãe dele veio nos chamar para jantar.

- Ele dormiu ? - perguntou baixinho.

- Dormiu. - sorrio.

- Não quer vir almoçar ?

- Não estou com fome, mas obrigada, mesmo assim. - sorrio.

- Qualquer coisa já sabe. - sorriu. - Obrigada por estar cuidando do meu filho.

- Magina. - sorrio simpaticamente.

- Você é uma boa moça.

- Obrigada.

- Quando ele acordar, me chama.

- Está bem.

Ela saiu do quarto e em seguida escuto o barulho de um carro, seu pai chegou.

Eu não precisava de mais nada, só daquilo ali, eu e ele.

Tiro o meu tênis, me deito na cama ao seu lado, e nos cubro.

Victor exalava paz, eu nunca cheguei a imaginar que depois de tudo, um dia, eu estaria do jeito que estou com ele. Ele foi a pessoa que eu mais amei na vida, não existe palavras que consigam descrever o que eu sinto por esse menino, passa além da física, da razão, passa além de tudo, eu o amo tanto.

Acariciava seu rosto, eu queria tanto beija-lo agora. Paro de acaricia-lo e me ajeito na cama, de repente ele acorda.

- Te acordei ? - perguntei.

- Não. - sorriu.

Ficamos nos encarando por alguns minutos, nossos olhos se aprofundaram, era uma sensação tão bom.

- Que engraçado né... - disse.

- O que ?

- Isso.

- Isso o que ? - rio.

- Eu e você aqui.

Rio.

- E se eu te beijasse agora ? - perguntou.

Bem, se você me beijasse agora, eu retribuiria como se fosse o último beijo da minha vida, porque... Eu estou com saudades.

- Eu provavelmente ficaria com um gosto ruim na boca. - faço uma careta.

Ele cai na gargalhada. Ah meu Deus, que risada.

- Ou te empurraria, mas eu não... - continuo.

Ele gruda nossos lábios e me puxa para ficar em cima dele. Coloca minhas pernas, cada uma, ao lado de seu corpo sem desgrudar nossos lábios.

Eu já tinha me esquecido de como seu beijo era bom, era selvagem, mas ao mesmo tempo misturava desejo e carinho.

Uma de suas mãos estava na minha nuca afagando o meu cabelo e outra estava nas minhas costas, que descia até a minha bunda. Era tão bom aquela sensação, era tão bom estar com ele ali, era tão bom poder demonstrar em outras línguas o quanto eu o amo, era tão bom sentir seu toque, era tão bom... Beija-lo.

Ele colava nossos corpos com toda vontade, ao selarmos o beijo por falta de fôlego, limpo a minha boca, e digo :

- Acho que não deveríamos ter feito isso. - brinco com meu dedo no seu peitoral.

- Já era.

Eu tenho certeza que em algum momento ele vai dizer que foi só um beijo, e isso vai acabar comigo.

Volto a minha posição me deitando ao seu lado. Seu celular não parava de vibrar, pego-o e dou a ele que fica a maior parte do tempo nele, o que me deixa bem irritada.

Me viro ficando de costas para ele e tento dormir.

|| VICTOR NARRANDO

Que beijo hein... Cê é louco, fiquei até sem fôlego...

Mas foi só um beijo, quero deixar isso claro para ela, mas não sei como dizer.

Não sei como eu quis a beijar, ela não faz meu tipo, não acho ela tão linda assim, eu ando meio estranho...

Estava conversando com a Kelly e de repente Nicole se vira ficando de costas para mim.

Desligo o meu celular, coloco-o do lado da minha cama e fico observando-a.

O Menino De RolêOnde histórias criam vida. Descubra agora