No tempo, vejo muito, vejo aquelas coisas que por mais motivos que tenho de me arrepender, não o faço, também vejo pessoas que entraram, mudaram e saíram da tão abrupta e severa vida, mas não à viveram, apenas coexistiram uma com às outras, a tristeza que me consome quando do pretérito vem essas imaginações se torna aquilo que deveria me fazer mudar, porém é o que prende-me na mediocridade em que pereço, mas solapo, já que ninguém precisa saber de nada, não, não precisam, mas doí, dói tanto, que as vezes sonho que vivo um dia estive, ou estive? Não, não me vem dias tais na cabeça, apenas o que vejo é dor, que como fogo que jamais será deixado apagar, insaciável e consumidor, como aquele que me falaram um dia, mas não me lembro bem. Amor? Afinal o que é isso? Esquece, isso não existe em mim, as chicotadas que levo para não esquecer-me das impiedades que sobre minhas costas estão, impedi-me sequer de tentar me iludir com vãs sentimentos. Arrisco-me às vezes até tentar entender o por quê as coisas são assim, elas deveriam ser assim? O supremo, e transcendente quis tanto o sofrer? Não, não cabe à mim tais indagações, pois de mim, virtudes foi ignorada, e nada pio foi feito, e assim desde o inicio do fim eu me visto de sorrisos e de complexas atitudes, que trazem mim um pouco de paz, parecido com os afagos que já recebi daquela garota.
Mas como ela era mesmo? Qual o rosto dela? Como era a voz dela? Por que não me lembro? Já não sei o que faço aqui, me lembro de tanto, quase que tudo, mas tudo o que não quero mais recordar, sinto minha mente bombardeada com ações passadas, que me põem num lugar recheado com insanidade. Já nem sei o que é dormir, mesmo porque eles não deixam, vejo estampado neles um ódio, instalado há incontáveis anos, reparo em seus rostos deformados e não consigo tentar entender o que lhes possa ter acontecido. Mas hoje eu sei, sim, como sei, que aquilo que tanto relutei à acreditar, seria o meu futuro, se isso pode ser chamado assim.
Dias, horas, quem conta, tudo passa e nunca acaba, existem momentos em que suspiro nada mais é que consequentes prantos daqueles julgados e jogados nessas profundezas, como um holocausto, onde no fogo os corpos perecem e não há escolha senão sofrer. O maior dos vividos, o menor dos fracos, o suor de todos homogeneíza com as lágrimas dos desolados e esquecidos.
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Tortuosos Sonhos Na Utopia Do Tártaro
De TodoNao, essa não é uma doce história de uma bela e apaixonada garota que por mais empecilhos que apareça, luta por seu amado e suas paixões, esse monólogo que narrado por um nada compreendido homem, que tenta com todas sua forças buscar sua boas lembra...