EMMA
Assinto a cada palavra que o Sr. Gonzáles diz, como combinamos, vim até o hospital para fazermos os últimos ajustes. Ele fez questão de mostrar todo o prédio pessoalmente, me explicar cada ala e como funciona os horários por aqui. Me apresentou alguns dos meus colegas de trabalho e até me mostrou a sala na qual vou trabalhar. É uma sala não é grande mas muito aconchegante, ele disse que posso decorá-la do meu jeito, os meus horários serão discutidos depois e sobre a minha secretária, eu mesma entrevistarei as candidatas. Estou me sentindo agora.
Agora Sr. Gonzáles me mostra a ala da pediatria, uma das alas na qual vou trabalhar, aqui tem crianças com doenças e que precisam de acompanhamento psicológico, como por exemplo as que tem câncer, e na maioria das vezes tenho que acompanhar até a família... É um trabalho difícil, mesmo que eu tente, não tem muito o que fazer, é difícil ajudar alguém que está passando por algo assim. Mas eu faço de tudo para pelo menos lhe trazer conforto. As vezes as crianças que passam por isso, só precisam ser ouvidas, ser entendidas e eu proporciono isso.
Sr. Gonzáles fala sobre uma paciente, e aponta para um quarto, observo a criança do vidro que nos separa, é uma menininha sorridente que vestia a roupa de hospital e abraçava fortemente um ursinho de pelúcia, na cabeça havia um lenço cor de rosa e constato que ela já esteja fazendo a quimioterapia. Não vejo medo ou tristeza em seus olhinhos de criança, só vejo confusão, ela não entende o porquê de estar ali, mas também não critica. Ela sorri para alguém que está parado ao lado da cama, então percebo o casal fazerem graça só para verem a menina sorrir. Foi impossível não sorrir vendo aquela cena.
Eu via situações iguais na Alemanha, e não tinha uma história que não me emocionasse.
— O nome dela é Caroline, tem oito anos e já enfrenta essa barra, aposto que muitos adultos que se julgam fortes não aguentariam passar pelo que ela passou ate agora — Sr. Gonzáles diz sério sem tirar os olhos da menina — Ela está aqui a três anos.
Olho para ele perplexa.
— Três anos? — ele sorri, mas um sorriso fraco, sem humor algum.
— Você sabe, a caminhada é longa e bastante lenta... Mas estamos animados com os resultados que os exames de Caroline estão mostrando.
— Estão mostrando melhoras? — pergunto ansiosa, ele sorri.
— Como eu disse, a caminhada é lenta.
Assinto e o sigo até o elevador, voltamos a recepção do hospital, apoiada na bancada conversando com uma mulher, estava outra mulata muito bonita com seu jaleco branco e sua prancheta em mãos, nos aproximamos e a as duas pararam de conversar para nos olhar, primeiro a mulata olhou para o chefe, depois para mim.
— Nova por aqui? — ela pergunta sorridente, sem que eu esperasse ela tinha pegado minha mão e sacudia animada.
— Emma, essa é Audrey, ela que cuida do caso da Caroline — sorrio de volta para a morena.
— Muito prazer.
— O prazer é todo meu, Emma.
—Emma é a nova psicóloga — Sr. Gonzáles explica, Audrey abre um sorriso maior ainda ao ouvir isso.
— Que ótimo.
— Emma, não vou poder te fazer companhia, tenho outros afazeres, mas vou deixar você em ótimas mãos — Sr. Gonzáles diz e olha para a médica mulata, chega perto de mim e sussurra — Ela pode ser meio tagarela, mas é uma boa pessoa — e sai rindo me deixando sozinha com a doidinha.
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No limite do Desejo - Série Mitchell | Livro 02
RomancePLÁGIO É CRIME [Todos os direitos autorais da obra são reservados, plagiar é crime, lembre-se] ∆ Linguagem imprópria ∆ Conteúdo erótico ∆ Não recomendado pra menores de 18 anos 2°Livro da Série Mitchells ...